Apesar da crise econômica mundial, a 9ª edição da Automec (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços) realizada no mês passado, em São Paulo, deixou boa impressão nos reparadores. Esta é a avaliação feita pelo Conselho Editorial do jornal Oficina Brasil, formado por proprietários de oficinas mecânicas de diversos bairros da capital paulista, que durante os cinco dias de feira conferiu as novidades e lançamentos apresentados pelos 968 expositores, dos quais 542 nacionais e 426 internacionais, de 23 países.
Entre os pontos levantados como positivos, os mais citados foram a valorização dos produtos em exposição, a forma como as empresas trataram os visitantes e a variedade de novos equipamentos e produtos apresentados.
Por outro lado, os reparadores do conselho criticaram algumas faltas, como a ausência das petroquímicas (combustível e óleo lubrificante), a baixa adesão das montadoras (apenas a Volkswagen estava lá, mostrando ao reparador a importância do uso de peças genuínas na manutenção do veículo), e a insuficiência de informações por parte das empresas de equipamentos sobre linhas de financiamento.
Oportunidade
Se por um lado a crise tirou do cenário da Automec sistemistas como Delphi, Magneti Marelli, Sabó, ZF, Sachs, Grupo Schaeffler (Luk, Ina, Fag) etc, por outro abriu caminho para diversas empresas que há tempos estavam na fila para participar de um evento tão grandioso e não encontravam espaço.
De acordo com a organização da feira, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, 130 empresas participaram do evento pela primeira vez este ano. “São novas oportunidades de negócios para o setor varejista”, afirmou o presidente do Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo), Francisco de La Tôrre.
Certamente a ausência das grandes empresas foi notada por todos, inclusive de nosso conselho editorial. “Os estandes ficaram menores e os expositores valorizaram mais os produtos”, observou o conselheiro Paulo Aguiar, proprietário da Engin Engenharia Automotiva. Segundo ele, nas edições passadas, os produtos ficavam em segundo plano, expostos apenas nas áreas reservadas dos estandes, o que intimidava os reparadores. “Este ano foi diferente, deram mais destaque aos produtos”, avaliou.
O atendimento foi outro ponto destacado pelo conselho editorial, que sentiu melhorias no tratamento dispensado ao reparador. “As empresas se preocuparam em colocar pessoas com conhecimento dos problemas dos reparadores”, afirmou o conselheiro Sérgio Torigoe, proprietário da Auto Elétrico Torigoe. “Parece que a feira foi feita para nós”, observou o conselheiro Danilo Tinelli, proprietário da Auto Mecânica Danilo.
De fato, a Automec mudou e, segundo Aguiar, da Engin, “passou a ser uma feira mais profissional, para pessoas do setor”.
Informações
De acordo com o conselheiro Amauri Gimenes, proprietário da Vicam Centro Automotivo, a feira se destacou pela facilidade de acesso às informações e oportunidades de aprendizagem técnica. A opinião de Gimenes foi compartilhada por todos. “Os cursos no estande da MTE-Thomson foram o diferencial da empresa”, afirmou Torigoe.
Além da MTE-Thomson, que ministrou minipalestras sobre inspeção veicular e sensor sonda lambda, o Senai promoveu uma série de palestras com temas variados, como inspeção veicular, separação de resíduos e os aspectos ambientais para oficinas de reparação, manutenção preventiva, o programa Carro 100% e gestão de oficina.
Outro expositor que se preocupou em oferecer mais conhecimento técnico ao reparador foi o Grupo Germinal, que levou uma série de atrações para o evento (veja quadro na página XX). “Toda a literatura do setor estava lá e isso foi bom”, afirmou o conselheiro Cláudio Cobeio, proprietário da Cobeio Car.
Balanço
De acordo com a organização do evento, a Automec 2009 foi visitada por 62.314 pessoas, entre brasileiros (61.115) e estrangeiros (1.199) de 58 países. O número ficou, no entanto, abaixo das expectativas, que no início da feira era de 90 mil visitantes. Uma explicação plausível pode ser a ausência dos grandes distribuidores, como a Sama, Pacaembu, Pelegrino, entre outras, que têm o costume de promover excursões com clientes.
Entre os expositores, além da indústria de autopeças nacional, foram montados pavilhões com empresas da Argentina, China, França, Uruguai, Espanha, Itália, Singapura e Taiwan. (Colaborou Arthur Rossetti)
As novidades da feira, segundo os mecânicos
Durante os cinco dias de Automec, os reparadores do Conselho Editorial do jornal Oficina Brasil visitaram diversos estandes para descobrir as novidades e inovações mostradas pelos 968 expositores que participaram da feira. Acompanhe a seguir os equipamentos que mais se destacaram, segundo os mecânicos.
Kaptor Evolution e Multijet Diesel
O primeiro é o novo scanner da Alfatest, que integra diagnósticos, comunicação e entretenimento em um único equipamento (leia mais na coluna Papo de Oficina). Já o Multijet Diesel (foto) é uma máquina de limpeza e teste de bicos injetores diesel com sistema Commom Rail, injetor convencional e unidade injetora. Limpeza através do ultrsom com aquecimento. Alfatest – www.alfatest.com.br – Tel. (11)3534-8800
Ecu Test 2 e Motodiag
O Ecu Test 2 é um aparelho para teste de centrais eletrônicas em bancadas. Além de testar a unidade de comando testa corpo de borboleta, pedal de acelerador eletrônico, painéis, imobilizadores, motor de passo e sensores. Possui entrada para qualquer tipo de scanner. Já o Motodiag é um scanner para motos e executa ajuste de CO, que indica parâmetros, falhas, leituras dos sensores e teste de atuadores (apaga os erros na memória). Atualizado via internet. Pode ser conectado ao computador.
Chiptronic - www.chiptronic.com.br - Tel. (14)3351-4803
Balanceadora de Rodas MT865
Balanceia rodas de automóveis e utilitários leves com diâmetro de até 26”(largura de aro de até 20”); oferece visualização dos dados através de tela LCD e é totalmente explicativa, além de aplicar os chumbos automaticamente. Panambra – www.panambra.com - Tel. (11)3346-6379
Macaco Rebaixado 3T
Ideal para veículos baixos ou rebaixados, permite remover o cabo de acionamento o que facilita a abertura da porta. Levanta até 3 toneladas. Vonder – www.vonder.com.br
Soquetes Tecdrive
Uma das novidades da Loja do Mecânico. O jogo de soquetes tec-drive serve ao mesmo tempo para encaixes quadrados, multidentado, torx, ri bi, sextavado e pentagonal. Loja do Mecânico – www.lojadomecanico.com.br
Integração Raven (Scanner II) e Enciclopédia DR. IE
Com o scanner ligado a um PC é possível consultar falhas, parâmetros etc, e, ao mesmo tempo, os diagramas elétricos, procedimentos, demais informações da enciclopédia doutor IE. Raven - www.ravenscnner.com.br - Tel.(11) 2915-5001; DR. IE – www.doutorie.com.br - Tel.(48) 3234-6781
Elevador Tesoura
Sem colunas, este elevador aproveita o máximo de espaço. Ergue até 3.500 kg e pode ser colocado dentro do piso para ficar nivelado. Leone – www.leone-equipamentos.com.br – Tel. (11) 3393-3636
Equipamento para Teste em Válvula Injetora (foto) e Smoke Panel
O primeiro testa válvulas injetoras Common Rail (veja mais no coluna Papo de Oficina). O Smoke Panel torna o opacímetro um equipamento portátil, pois dispensa a necessidade da utilização do PC.
Tecnomotor – www.tecnomotor.com.br - Tel. 0300-789-4455
Painel de Arrefecimento
O equipamento desenvolvido pela Primax testa o conjunto de arrefecimento do veículo e verifica estanqueidade, vazamentos, junta do cabeçote e tampa. Testa também a válvula termostática e executa a limpeza do sistema do arrefecimento e a troca do líquido. Possui um compressor acoplado. Primax – www.primax-equip.com.br
Foto Cam Vídeo
Equipamento portátil com tela LCD fotografa o número do chassis, verifica o vazamento em locais de difícil acesso. PlanaTC – www.planatc.com.br
Pc-Multigás
Pode ser utilizado com o veículo em movimento para medir CO, CO2, HC, O2, NOX, lambda e AFR. Atende também motocicletas. Napro – www.napro.com.br - Tel. (11)4066-6677
Mesmo sem grandes, indústria apresenta novidades
Não faltaram lançamentos e novos produtos; acompanhe o resumo
das principais atrações da feira
Há dois meses, o presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola, comentou, em entrevista exclusiva ao jornal Oficina Brasil, que seria um erro ficar de fora da Automec. Dito e feito. Ninguém negou que as grandes indústrias de autopeças fizeram falta. Até mesmo profissionais de aftermaket destas empresas concordaram que não podiam ficar de fora de um evento tão importante, principalmente em um país que tem andado na contramão da crise, no setor automotivo.
Há de se concordar que as sistemistas multinacionais passam por dificuldades globais e as filiais brasileiras passaram de tomadoras de investimento a ‘bombeiros’ das matrizes. Ocorreu, no final, que quem perdeu mais foram as ausentes, seguidas do público visitante e, por último, a Alcântara Machado. Mas houve ganhos também.
Os 130 novos expositores finalmente tiveram a chance de mostrar os produtos a uma enorme quantidade de pessoas qualificadas para o propósito da feira, compradores de autopeças do setor de aftermarket (reparadores, varejistas e distribuidores) e compradores de autopeças das montadoras. Todos ávidos por novidades reais, que já estão prontas para o mercado, ou que já estão no mercado. E novidades não faltaram.
A Bosch, única dos três gigantes a comparecer à feira, mostrou tudo o que tinha direito na área de exposição. Eram tantos equipamentos que, apesar dos 360 m² de estande, a circulação ficou difícil, pois o espaço estava sempre cheio de visitantes.
Sozinha, deitou e rolou. Os destaques foram os equipamentos de testes, como a bancada Diesel EPS 617, para regular bombas injetoras, e o acessório especial para análise de gases em motocicletas, que funciona em conjunto com os modelos BEA 724 ou BEA 734.
A empresa destacou, em coletiva de imprensa, a intensificação da divulgação da Rede Bosch Service, em campanhas de rádio, TV, revistas, publicidade em aviões e internet, além de uma ação itinerante, uma oficina Bosch Car Service móvel, para serviços de análise de gases e testes de baterias.
Comprometeu-se, inclusive, a iniciar o projeto Bosch Service Excellence, que segue conceitos internacionais de padrão de qualidade, e pretende capacitar os empresários da rede na área de gestão para as oficinas, com objetivo de alinhar e padronizar o atendimento, nos mesmos moldes encontrados na Europa.
Em produtos, apresentou diversos lançamentos para o mercado de reposição, como uma linha exclusiva de sensor de nível para os módulos de bomba de combustível, ECU (Unidade de Comando), válvula de injeção, a sonda lambda, regulador de pressão e bobina de ignição plástica, dentre outros.
Outro produto de destaque é a nova tecnologia para velas de ignição da linha Super Plus, com eletrodo-massa fabricado em liga de níquel-ítrio com cavidade em formato de “V”, que segundo a Bosch melhora o desempenho do motor e aumenta a vida útil das velas.
E, por falar em velas automotivas, a BorgWarner, tradicional fabricante de turbos, anunciou a importação das velas Beru no mercado de reposição brasileiro. Sem muitas pretensões, a BorgWarner irá atuar principalmente no mercado de veículos importados, tendo em vista que na Europa a Beru fornece para uma gama considerável de montadoras. “Atuaremos onde deixarem a gente atuar”, afirmou o diretor mundial para Mercado de Reposição da marca, Sérgio Veinert.
Se por um lado a Beru chega oficialmente via BorgWarner, por outro já faz parte do cotidiano da reparação nacional via AC Delco, que aproveitou a Automec para mostrar ao mercado a linha completa de peças de reposição, incluindo pastilhas de freios, baterias automotivas, bombas d’água, palhetas, filtros, entre outros.
Analisador de gás da Bosch
Maratona
Apesar da ausência das gigantes do setor, cobrir a Automec foi uma maratona. As expositoras trouxeram muitas novidades em autopeças, e as que possuem melhor estrutura de divulgação para a imprensa deram trabalho. Ainda bem.
Uma delas foi a Saint Gobain que apresentou um novo modelo de para-brisa antiembassante. O princípio de funcionamento é o mesmo encontrado nos vidros traseiros, com acionamento elétrico, porém com uma rede microscópica de tungstênio. A proposta é equipar veículos de baixo custo, como opção ao uso do ar-condicionado e, segundo a empresa, algumas montadoras brasileiras já testam o produto nos próximos lançamentos.
A fabricante aproveitou a oportunidade para mostrar também toda a gama de produtos, como os vidros escurecidos (presentes no Fiat Linea e Punto Turbo), e os vidros laterais laminados, uma opção que oferece mais segurança contra roubos e vandalismo, pois, assim como ocorre nos para-brisas, o filme entre duas folhas de vidro evita o estilhaçamento em caso de pancadas. Outra vantagem desta tecnologia é a maior proteção contra raios ultravioletas, nocivos à saúde.
Na reparação e reposição, os destaques foram o Aquacontrol, líquido que evita o acúmulo de água no para-brisa e já está disponível no mercado. O reparador tem aí uma oportunidade para incrementar a oferta de serviços, uma vez que a Saint Gobain fornece um kit profissional com conteúdo para dez aplicações. Além disso, a empresa anunciou que em breve fechará contrato de fornecimento para a rede de reparação Carglass, em nível mundial.
A MTE-Thomson também se reuniu com os jornalistas para falar sobre o sensor lambda Planar, agora disponível no mercado de reposição. Aproveitei para tirar uma dúvida: por que os veículos mais modernos saem com duas sondas lambdas, uma antes e outra depois do catalisador? “A segunda sonda tem como finalidade controlar a eficiência da filtragem do catalisador”, explicou o gerente de Marketing da MTE-Thomson, Alfredo Bastos Jr.
A empresa aproveitou para divulgar as ações com reparadores, como os novos cursos de injeção eletrônica e direção econômica para motores Diesel e inspeção veicular, e as palestras para donos de veículos, mulheres e frotistas, batizadas de Seu Carro Fala. Além disso, reforçou a participação no projeto Carro 100% Caminhão 100% do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), e o desenvolvimento de ações como os Pitstop-Band, em parceria com a Rádio Bandeirantes e Sincopetro.
GMA
E, por falar em GMA, pela primeira vez na história da Automec todos os sindicatos do aftermarket automotivo (Sindipeças, Andap, Sincopeças e Sindirepa, respectivamente representantes da indústria, da distribuição e do comercio varejista de autopeças, e da reparação de veículos) se reuniram em um estande comum, unidos pelo projeto Carro 100% Caminhão 100%, com o propósito de ampliar a divulgação da importância da manutenção preventiva como uma necessidade social, na segurança do trânsito, por questões ambientais e economia para o consumidor, e, como consequência, fomento nos negócios da cadeia produtiva.
O GMA apresentou pesquisa que mostra crescimento de 1.3 ponto percentual por ano da manutenção preventiva, índice aparentemente pequeno, mas que, segundo o coordenador do GMA, Antonio Carlos Bento, ganha importância quando considerada a frota nacional de 28 milhões de veículos.
Bento mostrou também os resultados de outras pesquisas, como a elaborada pela CINAU - Central de Inteligência Automotiva, que indica que a passagem média mensal de veículos nas oficinas mecânicas tem aumentado consideravelmente - de 105 em agosto de 2008 para 139 em janeiro de 2009. O gasto médio subiu de R$ 227 para R$ 302 no mesmo período, um incremento de 33%.
Outro dado interessante da pesquisa é o expressivo aumento do público feminino nas oficinas. Em janeiro de 2008 as mulheres representavam 33% da clientela e, no mesmo mês de 2009, esse percentual subiu para 48%.
Ainda no campo dos sindicatos, o Sindipeças, em parceria com a ApexBrasil, lançou o “Brazilian Autoparts Manufactures”, Guia Oficial dos Fabricantes de Autopeças Brasileiros, publicação com 138 páginas distribuídos para montadoras e importadores de autopeças de cerca de 100 países, com objetivo de incrementar exportações. A proposta é ajudar a conquistar mercados em que o Brasil ainda não está presente. Hoje o Brasil exporta US$ 10 bilhões em autopeças. Ao todo, são 15 mil exemplares – em três idiomas, português, inglês e espanhol.
No mesmo estande do GMA, o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) destacou a importância da qualificação de oficinas e centros de reparação por meio da certificação. O objetivo foi de assegurar que todos adquiram competência e ofereçam produtos e serviços com qualidade para atender o cliente.
Além disso, o instituto, em parceria com o CESVI Brasil, apresentou a Certificação Ambiental para oficinas de reparação, com objetivo de atestar que as oficinas e centros de reparação possuem processos ambientalmente sustentáveis e contam com procedimentos de descarte e reparos adequados. O Selo Verde IQA-CESVI vai analisar requisitos específicos sobre questões ambientais em funilaria, pintura, mecânica e administração.
Mais novidades
A maratona ainda estava longe do fim quando a DHB anunciou parceria com a empresa alemã Ixetic no desenvolvimento conjunto de bombas hidráulicas para veículos pesados. O objetivo é expandir negócios na América Latina.
Outra novidade da empresa é o lançamento de um novo sistema de assistência elétrica para direção em módulos, que tem como principal atrativo o preço competitivo. Segundo o diretor superintendente da DHB, José Roberto Silveira, o modelo básico da E3D terá custo aproximado de uma direção hidráulica, algo em torno de R$ 450. “Este é um valor de partida; como o produto é modular, a montadora poderá incrementar o projeto, se necessário”, afirmou Silveira.
A DHB aproveitou também para anunciar que nos próximos três anos planeja triplicar a rede autorizada e, para tanto, foca a qualificação de mão de obra com ações de treinamento na fábrica, em Porto Alegre, nas oficinas, por meio da equipe técnica, e também via Senai.
Nos estandes
Na correria do primeiro dia de Automec, a Dayco apresentou aos jornalistas o programa de fidelidade para mecânicos. No estande, porém, sem muito alarde, mostrou duas novidades: a correia sincronizadora com cobertura de teflon nos dentes e as correias elásticas poly V.
A primeira é um desenvolvimento patenteado pela Dayco e promete aumento de 30% a 40% na vida útil da peça. Segundo a empresa, trata-se de uma correia para 100.000 km. O segredo está na cobertura de teflon, que impede o acúmulo de poeira, diminui o atrito, e consequentemente reduz ruído e aumenta a durabilidade.
Já as correias elásticas não são uma exclusividade, mas uma novidade que Dayco, Goodyear e Continental levaram para a Automec. A vantagem é a mesma para todas: eliminam o uso de tensionadores e isso reduz o custo do veículo para a montadora. A montagem da correia elástica utiliza uma chave especial para encaixá-la na polia. No Brasil, a Continental fornece para a Volkswagen, que equipa diversos modelos como o novo Gol e o Voyage.
As primeiras voltas pela feira deram indícios de que o trabalho ainda estava longe do fim. Na Henkel, o destaque foi o adesivo para para-brisa Terostat 9097 PL, que dispensa o uso de primer e ativador. Isso simplifica e agiliza o trabalho de instalação de para-brisa, além de possibilitar o retorno do veículo às ruas em apenas uma hora.
A visita ao estande valeu ainda a informação de que uma nova norma para o mercado de reposição de vidros automotivos está sendo elaborada junto a ABNT. O gerente de Negócios da Loctite/Teroson, Sérgio Redondo, informou que a norma está aguardando a aprovação de todos os envolvidos para ser enviada para consulta nacional.
Já a Mastra apresentou novos produtos de reposição para carros das principais montadoras do país, como Peugeot 307 2.0, New Civic, Punto 1.8, Renault Logan e Sandero, além das vans Ducato, Boxer, Sprinter e Master. Além disso, o público pode conhecer de perto a tecnologia e a originalidade dos produtos produzidos pela empresa.
No estande da Syl, a fabricante apresentou os discos e tambores que serão produzidos pela empresa, além de lançar a campanha “SOU+SYL” que dá prêmios aos mecânicos que acumulam pontos com os produtos da marca. Outra promoção lançada na feira foi a “Você na Copa”, que levará parceiros à Copa do Mundo na África, em 2010. Os regulamentos das duas campanhas estão no site www.syl.com.br.
Também marcou presença a Freudenberg Não-Tecido, que anunciou o lançamento de filtros flexíveis da micronAir, marca de filtros de cabine para ar-condicionado automotivo. A empresa é fornecedora exclusiva de todas as montadoras em operação no País. Além dos produtos da linha micronAir, foram expostos filtros da Viledon para instalações industriais em geral e cabines de pinturas.
A Elring Klinger aproveitou a Automec para estreitar laços com distribuidores e reparadores de todo o país, além de apresentar 20 novos produtos que serão lançados no mercado, entre juntas e jogos para motores flex e diesel. Ainda durante o evento, a empresa realizou sua convenção anual de representantes com a participação dos principais executivos.
No estande da Corteco, a empresa apresentou os kits de reparo de vedação TransTec para transmissões automáticas e a linha de anéis de camisa, além de outras novidades que ampliarão o portfólio de aplicações. Também foram exibidos o catálogo mundial da Corteco, com mais de 52 mil aplicações na linha leve e 72 mil para os pesados, e o novo sistema de embalagem flow-pack, que será aplicado em diversos itens.
Pesado
Já o Grupo Randon, formado pelas empresas Fras-le, JOST, Master e Suspensys, esteve na feira com lançamentos e projetos. A Fras-le apresentou a linha de pastilhas Ceramaxx; a JOST trouxe o engate esférico em nova versão; a Master expôs como destaque o Freio S Came 325 LD, que ainda é um conceito; e a Suspensys inovou com o Módulo com Pneuplus.
Ainda na linha pesada, a Auto Linea lançou novos itens como bielas de motor para linha pesada OM 352 e OM 366 e nova linha de motores compactos OM 352 e OM 366. Além disso, outros produtos tiveram destaque: blocos e cabeçotes de motor para linha pesada, carcaças e cabeçotes VW, modelos standard e alta performance, e ajustadores automáticos e mecânicos de freio.
Em ferramentas, a Tramontina preparou uma série de novidades que foram apresentadas durante o evento. Os principais lançamentos da empresa foram o torquímetro de estalo com sistema duplo de encaixe, os carros para ferramentas, chaves de aperto Confortork e Multidrive, além da chave de fenda com haste flexível e a chave para insertos e pastilhas de usinagem.
Outra empresa do setor de equipamento, a Technoline, fabricante dos produtos da Space no Brasil, apresentou o Alinhador Aladin 8WA BTH, que executa um alinhamento veicular em oito minutos e utiliza a tecnologia Bluetooth, com o intuito de eliminar todos os cabos do equipamento. Além disso, a empresa expôs toda a linha de balanceadores e desmontadoras de rodas, e aproveitou a oportunidade para anunciar que no segundo semestre lançará a Alinhadora Master Aligner 4D.
Já a Corven mostrou a linha de amortecedores convencionais e a gás para veículos nacionais e importados, com destaque para os produtos especiais para tuning e super picape, al[em de lancar mais de 70 novas aplicações para nacionais (New Civic) e importados (SW4, BMW)).
Por esta pequena mostra de novidades apresentadas na Automec 2009, o leitor percebe que o presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola, estava correto quando disse, há mais de dois meses, que quem ficasse de fora da feira, perderia uma excelente oportunidade para se mostrar ao mercado.
Resta saber, no entanto, como a Alcantara Machado vai administrar a Automec 2011, pois as grandes vão querer voltar à cena. É certo que o pavilhão do Anhembi está maior e isso deu a impressão de que a Automec deste ano esvaziou. Outro fato que contribuiu para esta impressão foi a separação da linha pesada, com a realização da Automec Pesados nos anos pares. Assim, o mercado espera que haja espaço para todos em 2011.
Pirataria, aqui, não!
Esta edição da Automec chamou atenção pelo grande número de expositores estrangeiros. Segundo a organização, das 968 empresas, 426 eram internacionais. Duas delas, no entanto, vieram ao País com intenções duvidosas.
Peça com logomarca copiada da ZEN que estava exposta em estande chinês
Tanto que, durante a realização do evento, agentes da Polícia Civil de São Paulo estiveram no estande destas empresas, de origem chinesa, e levaram os responsáveis à delegacia, para prestar depoimento. Motivo: suspeita de clonar a marca catarinense ZEN na comercialização de impulsores de partida e polias de roda livre.
Um dos catálogos impressos dos produtos era cópia da marca ZEN. Os acusados utilizaram logotipos parecidos com os da ZEN, apenas mudando as letras para ZNP e YZE, para fazer cópia de materiais como logomarca e catálogo de produtos para confundir os compradores.
De acordo com o diretor comercial da Zen, Luiz Mesquita Camargo, isto, infelizmente, tem sido uma rotina. Ele conta que no ano passado, durante a Automechanika, em Frankfurt, algo parecido ocorreu. “O catálogo de um expositor informava que eles eram detentores da marca Zen”, diz.
Diante do fato, a Zen buscou assistência jurídica e conseguiu retirar a informação do catálogo. “A lei alemã determinou ainda que em caso de reincidência, o responsável será punido com prisão”, afirma.
Na Automec, a história foi semelhante. Ao tomar ciência de que estava sendo prejudicada, a Zen denunciou a pirataria e, com ajuda de advogados do Imeppi (Instituto Meirelles de Proteção Intelectual), conseguiu retirar os catálogos da feira. A ação contou com apoio do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças), que participa do Fórum Nacional Contra Pirataria e Ilegalidade, e trabalha intensamente com a Receita Federal para coibir fraudes como subfaturamento, falsificação e descumprimento às normas de segurança nas importações, principalmente de países asiáticos.
Responsabilidade
Há 49 anos no mercado, a Zen fornece impulsores de partida para os principais fabricantes de motor de partida no Brasil, e possui ampla participação na reposição, inclusive no exterior, já que exporta para mais de 60 países. Camargo diz que recebe, com frequência, relatos de falsificação em diversas partes do mundo, como México, Argentina, Venezuela, Estados Unidos e Europa e, por conta disso, alerta os reparadores para ficarem de olho e não comprarem produtos falsificados. “O produto falso tem menos de 10% de vida útil do que o orignal”, afirma.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade, Alexandre Cruz, o profissional que instala peça falsificada assume o risco de que algum dano ou lesão ocorra, e pode responder civil e criminalmente por isso, independente de saber ou não se o produto que adquiriu é de origem duvidosa. “Assim, o mecânico que aplicou a peça no veículo do cliente pode ser acusado por crime de descaminho”, diz.
Um caminho para inibir a proliferação de autopeças de qualidade duvidosa é a certificação compulsória. Segundo o GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), o Sindipeças e Inmetro trabalham para que a inclusão de autopeças no já existente Programa de Avaliação da Conformidade do Inmetro ocorra o mais breve possível.
Os produtos inicialmente avaliados serão: rodas de liga leve para automóveis, rodas e aros para caminhões e ônibus e rodas para automóveis e comerciais leves, sistema de suspensão (molas e amortecedores), sistema de freios (pastilhas, lonas, líquido de freio e attachments), espelhos retrovisores, rolamentos, sistema de iluminação (faróis, lanternas, lâmpadas, cabos e attachments), bomba de combustível, líquido aditivo de radiador do motor, e correias, tubos e mangueiras.
Conhecimento e prêmios marcaram o estande do Grupo Germinal
A crise passou longe do estande do Grupo Germinal, que edita o jo