Enquanto os líderes mundiais se não chegaram a um consenso na desorganizada Cúpula da ONU de Mudanças Climáticas, realizada em dezembro na cidade de Copenhague, na Dinamarca, para tentar chegar a um acordo sobre o quanto cada nação pode poluir o planeta, algumas pequenas empresas de reparação automotiva de São Paulo dão exemplo com ações concretas e simples, que ajudam a preservar o meio ambiente.
A mais recente que testemunhei foi uma iniciativa do GOE (Grupo de Oficinas Especializadas) que substituiu as sacolas plásticas por sacolas de tecido reciclado nas entregas de autopeças. A mecânica do negócio é simples: o grupo, formado por 12 oficinas, adquiriu uma centena de sacolas de tecido reciclado e, de um lado imprimiu a logomarca do grupo e das empresas patrocinadoras (Dayco, MTE-Thomson, Delphi, Valeo, Syl, Sachs e Sabó) e, do outro, a logomarca da oficina.
Cada fornecedor de autopeças recebeu duas ou três sacolas e, sempre que a oficina solicita componentes, os recebe nas sacolas de tecido, que são retornáveis, evitando, assim, a utilização das sacolas de plástico. Esta ação, simples e aparentemente ingênua, economiza centenas de sacos plásticos por mês, que levam cerca de 40 anos para se decompor.
A ideia já ganhou adeptos. O proprietário da Carbwel, Carlos Gomes de Moraes, tem planos para estender este conceito a todos os clientes reparadores. A Carbwel é uma das lojas de autopeças fornecedoras das oficinas do GOE, que utiliza as novas sacolas de tecido reciclado.
Óleo
Outra boa ideia do GOE foi a parceria firmada com a empresa Ecóleo, que recolhe e recicla óleo de cozinha, transformando as oficinas em ‘ecopontos’. “Um dos grandes poluidores do meio ambiente é o óleo vegetal usado”, comenta o proprietário da Auto Mecânica Scopino, Pedro Luis Scopino, um dos autores da iniciativa. “A simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para reduzir os gases do efeito estufa.”, diz o reparador.
Além de fazer bem ao meio ambiente, tornar-se um ‘ecoponto’ é um motivo a mais para fidelizar clientes, e quem sabe, conquistar novos. Porém, a ação deve ser complemento de uma cultura voltada à preservação ambiental e não apenas um pretexto.
E, se você acredita que sua oficina jamais poderá chegar a este ponto, de se tornar um local ecologicamente correto, tenha em mente a lição que o diretor do Sindirepa-SP, Antonio Gaspar, dá: o princípio da atividade do reparador é, por si, um ato de respeito ao meio ambiente, uma vez que ao exercer a profissão, ao regular um motor, o reparador já contribui com a natureza, pois minimiza os efeitos poluidores do automóvel.
Assim, pense sempre em como é possível fazer mais pela natureza, pois nos dias de hoje todos estão atentos às boas práticas ambientais, entre eles autoridades como a Cetesb, que têm editado normas cada vez mais restritas em relação à correta destinação dos detritos gerados pela atividade profissional de todas as áreas da economia, inclusive a reparação automotiva.
Tanto que já existe até mesmo uma certificação específica para o setor de reparação, o Selo Verde, do IQA-Cesvi, além de um programa de gestão ambiental do Sebrae que auxilia pequenas e micro empresas a tornar os empreendimentos ecologicamente corretos.