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Seminário de Reposição Automotiva: visão otimista do mercado e tendências para 2012


Um setor que tem registrado crescimento da ordem de 10% com o aumento da frota circulante de veículos nos últimos anos que deve chegar a 50 milhões de unidades até 2015, segundo estimativas baseadas no levantamento do Sindipeças.

Por: Da Redação - 18 de outubro de 2011

O evento, que aconteceu em Setembro no teatro da Fiesp, São Paulo e está na 17ª edição, abrangeu o cenário econômico do País e discutiu os temas mais impactantes do setor, como a inspeção veicular, a certificação obrigatória de autopeças que tem como objetivo ser uma barreira técnica para inibir a comercialização de produtos duvidosos que comprometem a segurança e o meio ambiente e a certificação profissional para o atendimento deste mercado crescente.

Os líderes pretendem enfrentar os novos desafios da reposição automotiva
“Novas marcas e modelos apareceram e o mercado de reposição se tornou mais interessante e ferozmente disputado por todos. Cumpre a cadeia produtiva da reposição automotiva formada pelos fabricantes de autopeças, distribuidores, lojas e reparadores de veículos. Esses devem nortear projetos e ações que tornem o mercado interno mais sincronizado nas condições globais, mais claro em seu entendimento e principalmente competitivo, evitando distorções que venham resultar problemas futuros em seu abastecimento” enfatizou o Presidente do Seminário 2011, Elias Mufarej.

Realizado pelo GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, o Seminário reuniu 500 participantes e o meio ambiente foi um dos temas comentados por todos os palestrantes. “Especificamente nas oficinas tem que haver um cuidado maior com o meio ambiente, pois ele pode nos fazer dar mais atenção ao funcionamento dos nossos negócios. Gás, ar condicionado, água do radiador, óleo do motor, óleo do freio, injeção, limpeza de peças isso prejudica o meio ambiente, que é grande gerador de receita nas oficinas, devido à inspeção veicular” ressaltou Antonio Fiola, presidente do Sindirepa de São Paulo.

Para 2011, a previsão é que o setor mantenha o mesmo ritmo de desempenho, com incremento de 10% com relação a 2010.
Lideranças do setor de reposição foram unânimes ao afirmarem que o cenário é muito favorável para o setor de reparação de veículos. Durante o painel de debates, que teve como mediador o coordenador GMA e conselheiro do Sindipeças, Antônio Carlos Bento, representantes da indústria e da distribuição de autopeças falaram sobre os principais desafios do setor diante das mudanças de mercado com a chegada de novas marcas ao País e a constante evolução tecnológica dos veículos que exige maior conhecimento técnico por parte dos reparadores. 

Para Renato Gianini – Andap/ Sicap, o evento é um dos mais importantes do aftermarket automotivo nacional. “Une todos os elos da cadeia produtiva com o objetivo de debater os principais desafios e tendências do mercado de reposição para 2012. Reúne as principais entidades representativas do setor, Sindipeças, Andap, Sicap, Sincopeças e Sindirepa. O setor da reposição automotiva é responsável pela reparação de 80% do total da frota circulante de veículos estimado em 40 milhões, que responde pela geração de quase um milhão de empregos”, conclui.

A preocupação, segundo os líderes do setor, é com as margens que estão cada vez mais baixas, mesmo com o mercado aquecido. José Nogueira, do Instituto de Qualidade Automotiva, enfatizou que percebe um interesse do segmento. “Como reparador, tenho uma visão da qualidade dentro da sociedade e o instituto foi criado para rever conceitos. A filosofia do IQA é servir a sociedade e trazer uma reflexão sobre a qualidade em relação as nossas próprias entidades.

Os representantes da indústria (Edson Brasil- Delphi, Alberto Rufini-TRW e Douglas Lara- ZF Sachs) e da distribuição (José Carlos Di Sessa- Car Central, Rodrigo Carneiro- Distribuidora Automotiva, Ana Paula Mallussardi- Pacaembu Autopeças e Antonio Carlos de Paula- Pellegrino Distribuidora de Autopeças), garantem que é possível atender a demanda que virá com o aumento dos modelos de veículos importados e lembram que o trabalho de logística aprimorado ao longo dos anos para disponibilizar a ampliação de portfólio de produtos para a reparação garante o abastecimento de peças em todos os municípios do País.

Hoje, existe no País, 38.500 lojas de autopeças e mais de 92 mil oficinas que são responsáveis pela manutenção de 80% da frota de veículos brasileira estimada em 32,5 milhões, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Para atender esse mercado, o especialista em desenvolvimento industrial do Senai Nacional, Paulo Rech, em palestra sobre a certificação profissional de acordo com a norma ABNT 15681 que trata da qualificação do reparador, explicou como funciona todo o processo que deve ser implementado em breve, sendo um importante instrumento de avaliação e aprimoramento da mão de obra. “A certificação profissional seguirá os conceitos estabelecidos pela norma e avaliará se o reparador está apto a fazer determinado reparo no veículo. Com a eletrônica embarcada, surgem novos recursos tecnológicos a cada lançamento, portanto, há necessidade do reparador se especializar em várias áreas”, afirmou Rech.

Engenheiro de Programas de Controle de emissão veicular da Cetesb ,Olimpio de Mello Álvares Junior , falou aos presentes sobre a inspeção veicular no cenário nacional e a resolução do Conama (Conselho nacional do Meio Ambiente) 418 de 2009. Outro tema apresentado no evento pelo diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, foi a certificação de autopeças, conforme as portarias nº 301, nº 445, nº 78 e nº 156 que determinam a medida para vários componentes. O processo ainda está em fase de adequação e garantirá a inibição da entrada de produtos falsificados e sem procedência comprovada no País.