Neste novo cenário em que vivemos, muitas empresas e indústrias tiveram que se reinventar, buscar novas maneiras e alternativas para manter a lucratividade e qualidade de seus produtos. O IQA, com base neste novo “normal”, providenciou um debate online para entendermos qual será o futuro da qualidade no setor automotivo.
Giovanna Riato, Editora do Automotive Business e Apresentadora do evento, ressalta que como o mundo está mudando, é necessário entender cada vez mais quais são as direções da qualidade neste novo contexto.
No primeiro bloco, teve como tema: “Os novos desafios da qualidade”, com a participação dos palestrantes Claudio Moyses, Diretor Executivo da IQA, e Alexandre Xavier, Superintendente do Instituto. De acordo do Moyses, para termos olhares e pensamentos mais amplos sobre o impacto da pandemia, devemos ter em mente duas palavras: propósito e legado. Juntas elas conduziram ao futuro da qualidade dos produtos automotivos.
Antes da pandemia, o IQA tinha acabado de inaugurar sua nova sede. Com a propagação da Covid-19, a organização teve como primeira preocupação proteger seu quadro de colaboradores, colocando-os para trabalhar em home office.
Alexandre Xavier afirma que todos os processos foram revisados e analisados, e nenhum processo de certificação ou treinamento deixou de ser realizado, sendo convertidos para uma rotina virtual.
“Fomos trabalhando para buscar transformar nossas formações presenciais, em online. Lançamos nosso primeiro EAD, auditorias virtuais, entre outros. Desenvolvemos tudo que foi necessário para responder esse propósito de atender o setor. Contudo, houve uma aceleração na digitalização, mas sempre com o foco em pessoas”, ressalta Claudio Moyses.
Para Moyes, devemos aprender a integrar todos os setores na digitalização, sendo um dos grandes desafios atuais: “não transformar apenas os processos, mas as pessoas para que, juntas, possam fazer a diferença, construindo uma equipe mais ágil, dinâmica e integrada” resume o direto executivo.
O segundo painel, a discussão foi sobre “A qualidade na indústria reinventada”, com Luiz Sérgio Alvarenga, Diretor Executivo do Sindirepa, Marcelo Oliveira, Diretor de Qualidade da ZF e Alexandre Bruno Kosima, Chefe de Departamento de Processos e TPS da Toyota do Brasil.
De acordo com Alvarenga, no começo da pandemia, em março, houve uma queda no setor de serviços. Contudo, o setor é considerado um serviço essencial para a sociedade, então as oficinas rapidamente encontraram uma alternativa de leva e traz dos veículos, movimentando o setor e tendo um crescimento em “V”, indicando, de forma sustentável, que os serviços nas oficinas mecânicas de linha leve e comercial leve voltarão ao patamar normal em breve.
O Diretor do Sindirepa destaca pontos positivos para o setor de aftermarket, entre eles o crescimento do transporte individual, no qual muitos deixaram de utilizar o transporte público com receio de contaminação e efeito psicológico causado pelo isolamento social. Outro ponto de relevância é o crescimento de viagens de carro, como vimos no último feriado, no dia sete de setembro, o grande volume de pessoas indo para as praias.
Bruno Kosima, Chefe de Departamento do Sistema de Produção, da Toyota, destaca os impactos da Covid-19 na Toyota, tendo como missão manter a alta produtividade e eficiência, seguindo todos os protocolos de segurança. “Nós tivemos uma manutenção do padrão desta capacidade, reforçando nosso sistema de produção, conversamos com nossos colaboradores para que possamos melhorar os procedimentos”, afirma o chefe de departamento da Toyota.
Marcelo Oliveira, Diretor Executivo da ZF, afirma que o primeiro impacto foi a paralisação das linhas de produção, mas logo tiveram atitudes para que pudessem voltar seguindo os protocolos de segurança.
O último debate do evento teve como tema “A indústria em home office: As novas possibilidades e desafios de trabalhar a distância”, destacando os obstáculos impostos pelo distanciamento físico, revisão dos processos e o uso de ferramentas digitais. Com Moacyr Jacinto, Diretor de Recursos Humanos do Grupo PSA e Francisco Tripodi, Sócio-Diretor da Pieracciani Consultoria.
Moacyr destaca que o Grupo PSA teve uma capacidade rápida de reagir com o trabalho remoto, pois a organização já tinha um contato com o online (“um contato” é genérico, poderia ser “desenvolvia rotinas de trabalho no ambiente digital” . Já para Francisco, da Pieracciani, os processos se tornaram cada vez mais importantes, e somente com qualidade iremos conseguir sucesso e atingir nosso objetivo.
“Todo mundo quer sair dessa pandemia mais eficiente, produtivo, empregável, com mais vendas e cada vez melhor. Isso gerou um efeito muito positivo ao home office. O setor automotivo, originalmente é tradicional, apesar de ser globalizado. Agora, de uma hora para outra, houve essa mudança. E em algumas áreas houve melhorias”. Concluiu Francisco.
Ao final do evento Elias Mufarej, Conselheiro na Sindipeças, afirmou que este é um momento de muita reflexão, no qual devemos pensar e fazer um balanço sobre tudo o que ocorreu durante esse ano. E num futuro breve devemos trabalhar de forma híbrida, com presencial e remoto, tendo como mudanças a comunicação, pois ela é imprescindível.