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Fomos até os Estados Unidos em visita técnica às Feiras Sema Show e AAPEX 2015


Viajamos para mostrar a você, reparador, as principais novidades em tecnologia, tendências e o aftermarket americano. Entrevistamos donos de oficinas para entender o mercado que atende grande parte dos veículos com mais de oito anos

Por: Pedro Luiz Scopino - 03 de novembro de 2015

Scopino durante sua visita ao Sema Show 2015, em Las VegasVisitar outro país, outra cultura, sempre é algo muito gratificante, mas quando é possível somar a toda esta experiência duas grandes feiras do setor automotivo, lojas do varejo de autopeças e oficinas mecânicas, a viagem se torna inesquecível!

OFICINAS MECÂNICAS

Tive contato com cerca de seis oficinas mecânicas em Las Vegas, sendo cinco independentes e uma pertencente a uma rede que vende autopeças e ainda oferece serviços de funilaria e pintura. Nestes contatos ficou nítido o quanto são duráveis os carros, pois a maioria tinha mais de 8 anos.

Scopino visita uma oficina independente junto com seu filho João Pedro

As oficinas independentes estão passando por certas dificuldades administrativas e financeiras mas, de um modo geral, há muitas peças espalhadas, poucos scanners automotivos e muitos elevadores. Foi raro ver cliente esperando ou sequer sala de espera! Os reparadores estavam uniformizados e os estabelecimentos tinham placa com a descrição dos serviços oferecidos.

Não havia nenhum osciloscópio nas oficinas visitadas. Mas a produtividade é alta, pois praticamente todas as ferramentas são pneumáticas, o que facilita e acelera os serviços.

Na oficina em formato de rede, junto com autopeças, se tem melhor impressão, pois tudo é mais limpo; há quadro de aviso com programação de serviços ligados ao nome do reparador; elevadores de grande porte; muitas trocas de óleo, filtros e pneus; ordem de serviço e check-list básicos preenchidos, além de sala de espera com TV, café e internet.

Na oficina de funilaria e pintura foi desanimador a verdadeira “batalha” para implantar, de acordo com a lei, a utilização de uma Cabine de Pintura, o que resultou em meses de oficina fechada e desligamento de colaboradores. Em compensação,  é um mercado valorizado, no qual se cobra U$ 100 por hora trabalhada.

Autozone, loja de autopeças que faz diagnóstico com scanner

AUTOPEÇAS - VAREJO

Em sua maioria quase não há movimento, feito pelo dono do carro, foram raros os casos de ver um reparador no balcão. Mas alguns importantes aprendizados nós tivemos: começando pelo aumento das gôndolas e prateleiras, bem no estilo de supermercado, onde o comprador abastece seu carrinho com itens como pedaleiras, óleos, filtros, velas, bateria, chegando a itens como ferramentas do tipo extrator de filtros, chaves de fenda, alicates, macaco, jacaré, cavaletes e alguns scanners genéricos. Tudo isso sem chegar no balcão da autopeças, onde se adquire as peças mais técnicas: embreagens, amortecedores, etc.

Como não bastasse a venda de peças, o próprio vendedor analisa os problemas do carro do cliente com  um scanner genérico. Depois ele retorna para o balcão, explica as possíveis falhas, sempre afirmando que trata-se de um diagnóstico não conclusivo. Ou seja, um trabalho que um reparador faz aqui no Brasil.

SEMA SHOW E AAPEX

No Sema Show há ambiente voltado para o dono do carro, onde se vê acessórios para vários modelos de carros, calotas e rodas coloridas, novidades das montadoras, pinturas especiais, entre outras. Já a AApex é uma feira mais técnica, focada no pós-vendas, com seções bem separadas entre novidades, ferramentas, fabricantes de peças, remanufaturados, scanners, etc.

É possível perceber que nos Estados Unidos há um mercado mais maduro, com tendências de carros que pouco quebram, é muito raro retificar um motor ou abrir uma transmissão automática. Lá as oficinas competem com autopeças até na hora do diagnóstico, mas também podem ser parceiras em alguns momentos.