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Bucha da suspensão e “bucha” no ABS tiraram o sono do reparador


REMOVER SUBTITULO MATERIA NÃO PUBLICADA

Por: Da Redação - 15 de maio de 2013

Proprietário reclamou do famoso “nhec nhec” em sua L200 Outdoor 2011 com apenas 32.500km rodados. Reparador Leonardo optou por avaliar o ruído do veículo erguendo-o no elevador ao invés de fazê-lo em um test-drive

A caminhonete Mitsubishi L200 Outdoor HPE é dotada com motor diesel de injeção direta, 2.5 litros (2.474 cm³) de 4 cilindros em linha, duas válvulas por cilindro com comando simples no cabeçote (SOHC), sistema de alimentação através de bomba de injeção rotativa eletrônica com gerenciamento eletrônico, turbina de rotor variável (VGT), turbo e intercooler.

Oferece 141 cv de potência e 30,6 kgf.m de torque a 2000 RPM. Possui freios dianteiros com discos ventilados de 16 polegadas e pinça de duplos pistões (dual grip), nos traseiros, tambores, e sistema de frenagem com anti-blocante de série. E ainda, infelizmente, é extremamente visada, roubada e furtada aqui no Brasil.

Foi por isso que, logo que o reparador Leonardo Luiz Chaguri recebeu um exemplar desta caminhonete para verificação de um barulho na suspensão, decidiu realizar todos os procedimentos de testes e diagnósticos dentro de sua oficina, a Chaguri Car, localizada em São Bernardo do Campo (SP).

Após executar diversos testes, como tracionar as rodas do veículo para frente e para trás, acelerar e frear, a avaliação foi concluída: as buchas de apoio da barra de torção estavam originando o tal ruído. Os componentes foram substituídos e este problema, solucionado.

“Durante este tipo de situação, enquanto o veículo traciona erguido no elevador, é comum a luz do ABS acender (porque o sistema entendeu que algo está diferente do usual). Como as rodas estão suspensas, tracionam de forma diferente do que se estivessem apoiadas no solo. Mas assim que a caminhonete andar novamente com os pneus apoiados no chão, a luz se apagará”, explica Leonardo.

“BUCHA” NO ABS

Mas aconteceu algo inesperado para o reparador quando ele baixou a caminhonete do elevador. Com os pneus no chão e após rodar um pouco, a surpresa, a luz do freio ABS no painel permaneceu acesa. Uma enorme “bucha” para Leonardo resolver.

Leonardo passou o aparelho de diagnóstico (scanner), que indicou que o sistema estava trabalhando corretamente nas quatro rodas, porém constava uma avaria na central do ABS, indicando erro (inexistência) do sinal das rodas dianteiras. O reparador tentou por várias vezes apagar o erro através do scanner, sem êxito.

O próximo passo então foi abrir a central do ABS, onde o reparador tentou identificar algum relé que poderia estar travado, sem sucesso. Além destes relés dentro desta central há uma placa com circuitos impressos coberta por um gel protetor, este que impede o reparador de visualizar ou analisar qualquer defeito ou avaria que possa ter ocorrido. Ele foi em busca de informações técnicas da montadora para entender mais sobre esta falha, mas após conversar com outros profissionais, descobriu que eles também têm dificuldade em conseguir material para pesquisa. “Infelizmente a Mitsubishi não fornece informações técnicas para que nós, reparadores, possamos identificar ou solucionar falhas. A não ser que se leve o veículo até uma concessionária para elaboração de orçamento, o que leva tempo e dinheiro”, lamenta Leonardo.

Como única opção para reparar a caminhonete do cliente, Leonardo teve que, por conta própria, providenciar uma nova central do freio ABS. Acompanhe as etapas de substituição e também novas surpresas que colocaram à prova a Mitsubishi L200 nos procedimentos de religação da bateria e na sangria dos freios.

TROCA

1) Desligar o polo positivo da bateria;

2) Desencaixar os dois conectores, o superior (maior), da central do ABS... 2A) e o inferior (menor), de alimentação da central elétrica;

3) Desrosquear os dutos do fluido de freio. “Uma dica: cubra a área da carroceria com um lençol ou pano, pois se o fluido cair acidentalmente sobre a carroceria, “arrepiará” a pintura”, alerta Leonardo;

4) Retirar os parafusos do suporte da central;

5) Remover a central do ABS e o suporte (é necessário retirar este segundo componente também, pois o encaixe pode variar de acordo com a central que o reparador comprar para fazer a substituição – podem existir pequenas variações, mas a furação na carroceria é a mesma);

6) Posicionar a nova central do ABS, fixando seu suporte;

7) Encaixar e rosquear todas as porcas dos dutos, ainda sem realizar o aperto;

8) Fazer o aperto final nos dutos, segurando-os firmemente para que não se movam ou quebrem;

9) Recolocar os dois conectores, primeiro o inferior (menor). 9A) Em seguida, o superior (maior);

10) Completar o nível com fluido de freio tipo DOT4.

BATERIA NOTA ZERO

No momento em que Leonardo estava religando o polo da bateria, para executar a sangria dos freios, a L200 Outdoor surpreendeu mais uma vez. Como dito anteriormente, nesta etapa aconteceu algo incomum para um veículo desta categoria. Antes mesmo de Leonardo fazer o aperto final, o terminal do cabo da bateria quebrou em dois lugares, com a fragilidade de um pedaço de vidro.

11) Substituir e reconectar o terminal do cabo da bateria. Uma observação importante ao religar a bateria é deixar a chave do veículo do lado de fora, pois em alguns casos, portas e vidros podem se fechar e a chave ficar trancada dentro.

RESET

12) Dê a partida no veículo. A luz do ABS já deverá estar apagada;

13) Passe novamente o equipamento de diagnóstico (scanner) e veja se há erros. Se houver, apague-os.

SANGRIA

Na maioria dos veículos, é possível utilizar o equipamento para sangria dos freios. Não na Mitsubishi L200. Segundo Leonardo, “a máquina vem com apenas 1 adaptador com rosca, que encaixa perfeitamente no reservatório do fluido de freio padrão, e também uma tampa de chapa emborrachada, que “tenta” se adaptar aos demais modelos (no caso deste Mitsubishi). A maioria dos veículos japoneses tem um bocal maior, onde é necessário usar a chapa emborrachada, o que impossibilita o encaixe perfeito no momento da sangria. Com isso, no momento em que a máquina exerce pressão, o fluido do reservatório vaza. Não tem nada a ver com a qualidade do veículo, de ser bom ou ruim, é apenas diferente. Mas neste caso, eu recomendo executar a sangria usando o método tradicional, para não estragar o veículo do cliente”, ensina Leonardo. Por isso, vamos ao método antigo para realizar a sangria da L200.

14) Na roda traseira esquerda não tem sangrador, o fluido é enviado da central do ABS, passa por ela e vai até a roda direita. Então comece a sangria pela roda traseira direita, é a que está mais afastada da central do ABS e é a maior distância que o ar no sistema precisa percorrer. Então, quando esta já estiver sangrada, as demais (dianteiras) levarão bem menos tempo para sangrar;

15) Execute a sangria nas rodas dianteiras;

16) Verifique e complete o nível do fluido de freio;

Feche o reservatório novamente.

reparador_diesel_foto legenda 1- muito cuidado ao realizar o aperto do terminal da bateria_foto legenda 2- a chapa emborrachada no impede que o fluido vaze ao exercer a pressoreparador01reparador02reparador2areparador3reparador4reparador5reparador6reparador7reparador8reparador9reparador9areparador10reparador11reparador12reparador13reparador14reparador15reparador16