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Parte 1 - Anatomia de um Scooter


REMOVER SUBTITULO MATERIA NÃO PUBLICADA

Por: Paulo José de Souza - 09 de fevereiro de 2011

 

O Scooter Lead 110 foi lançado no Brasil no meio do ano de 2009, e segundo o fabricante, já atingiu a marca histórica de um milhão de unidades comercializadas no mundo. Aqui no Brasil já vendeu 19 mil unidades.


É fundamental para o reparador ter intimidade com a tecnologia, pois, em breve o Scooter vai chegar na sua oficina. Para o modelo, 2011 as diferenças estão limitadas apenas a alguns retoques na parte estética.


Num rápido comentário, o sistema PGM FI que equipa o modelo mantém-se fiel aos seus princípios e tecnicamente conserva a simplicidade do sistema de injeção eletrônica com os mesmos códigos de falhas e procedimentos de manutenção de outros modelos básicos da marca.


A ficha técnica do modelo analisado informa que o motor possui 108cm3, OHC (Over Head Camshaft), monocilíndrico, quatro tempos, com duas válvulas. O arrefecimento líquido é novidade para os scooters atuais e a potência máxima chega aos 9,2 cv a 7.500 rpm e o torque de 0,97 kgf.m a 6.000 rpm.


Desmontar o Lead é um exercício de paciência; são muitos parafusos e uma certa dose de cautela para desencaixar as carenagens e os acabamentos. Devemos ter a preocupação de não danificar as peças e também no final do serviço, saber a localização correta de cada componente, caso contrário, com as sobras podemos fazer um robozinho.


Em contrapartida a quantidade de parafusos nas carenagens colabora para reduzir a vibração das peças e por consequência para prolongar a vida útil das carenagens e etc.

Localização do sensor

A unidade de sensores está instalada no corpo de borboleta de aceleração. Para chegar até ela o acesso é simples: Basta remover o assento e o compartimento abaixo. Para abrir o banco, basta pressionar a chave de ignição.


A unidade de sensores está presente na maioria das motocicletas e scooters de baixa cilindrada equipadas com injeção eletrônica. Também é conhecida como sensor híbrido. A peça nada mais é que um jogo de sensores em um  corpo único.


Todos os sinais fornecidos pelos sensores da unidade, assim como os demais dados vindos do sistema de injeção eletrônica, tornam a Lead muito mais eficiente. O ECM (módulo de controle do motor) combina de forma precisa todos os dados recebidos e calcula o volume exato de combustível necessário para qualquer solicitação do motor e o tempo ideal da ignição.

A unidade  é composta de três sensores:
Sensor de posição do acelerador, conhecido como TPS (Throtthe Position System).
Sensor de temperatura do ar da admissão – “IAT”
Sensor da pressão do ar da admissão), que mede a pressão absoluta no coletor de admissão também conhecido como “MAP”.


A tecnologia adotada assegurou um excelente resultado  no funcionamento do motor, assim como um incremento na potência e no torque em todas as rotações, ponto positivo para o sistema de injeção eletrônica PGM-FI  e também para os outros sistemas que utilizam o sensor multifunção.


Por questões de espaços reduzidos, este sistema é um dos mais adequados para motocicletas e scooter e, por este motivo, a adoção de um medidor de massa ou de fluxo de ar foi descartada.

A otimização do espaço e a boa localização dos componentes permitiram a utilização de coletores de admissão com o desenho adequado ao desenvolvimento de maiores torques e potências mais elevadas, conferindo ao motor um funcionamento uniforme e respostas rápidas na aceleração.

Classificação da injeção

O sistema que calcula o volume de ar da admissão através da relação do ângulo de abertura da borboleta e pressão do ar no coletor de admissão em função da rotação do motor é conhecido como “speed density”,  traduzido como densidade da velocidade.
O volume de ar não é proporcional à pressão no coletor e pode variar sua viscosidade e densidade, conforme a temperatura e pressão, e, por este motivo, é necessário que haja um conjunto de sensores trabalhando simultaneamente para que o ECM possa calcular o seu volume e ajustar a mistura ar/combustível, buscando sempre o padrão estequiométrico.

Duração da injeção
A maioria das motos utiliza a combinação dos sinais dos sensores de pressão na admissão e posição da borboleta de aceleração com rotação do motor para determinar a duração da injeção.


Na baixa rotação do motor, a duração da injeção é o resultado da combinação da pressão no coletor de admissão com a rotação do motor. Variando a pressão ou a rotação do motor, a duração de injeção muda.
O ECM recebe os parâmetros  de pressão do ar da admissão com suas respectivas variações.

A central utiliza  as informações obtidas no sensor de pressão e determina a melhor estratégia de funcionamento para cada solicitação. No ECM, existem programas pré-definidos para o caso da falta do sinal de pressão do motor para assegurar o funcionamento do Scooter.

Média e alta rotação
O ECM monitora a posição da borboleta e também acompanha as mudanças bruscas de aceleração. Caso haja alguma pane no sensor de posição da borboleta (TPS), a central eletrônica utiliza programas pré-definidos combinados com as informações obtidas no sensor de pressão no coletor, para assegurar o funcionamento do motor. Porém ele pode apresentar falhas em alta rotação e também em acelerações rápidas.


Na alta rotação a  duração da injeção é o resultado da combinação da posição da borboleta de aceleração (TPS) com a rotação do motor variando a posição do acelerador ou a rotação do motor, a duração da injeção muda.
Também colabora para a formação da mistura o valor de temperatura do ar da admissão.
Para o caso de alguma pane em um dos sensores, ou em todos ao mesmo tempo, o ECM irá efetuar o diagnóstico e indicar a falha por meio da luz de anomalia.

Cuidados na lavagem
Os cuidados são os mesmos de uma motocicleta. Mesmo o Scooter, que tem seus componentes elétricos protegidos pelas carenagens, a recomendação é válida.


Durante a lavagem, evite direcionar o jato d´água entre o para-lamas dianteiro e traseiro e as carenagens para não deixar cair água nas conexões dos fios e dos demais sensores, pois o Scooter pode falhar enquanto houver água no sistema.
Evite ainda jato d’água de alta pressão, pois caso algum sensor seja atingido pela água, pode ocorrer uma confusão de códigos de anomalias na luz de alerta da injeção  que irão apontar os códigos de falhas falsos). Neste caso, remova o sensor e passe um jato de ar de baixa pressão até que o componente esteja totalmente seco. Proteja todos os componentes elétricos com um plástico.


Para efeito de testes, os manuais de serviços informam os valores de resistência dos componentes, tensão de entrada e saída da central eletrônica etc. Sempre que a luz de alerta indicar uma pane em um componente, é importante efetuar uma avaliação da peça e também checar a fiação, assim como os fusíveis. Um multímetro digital completo de boa qualidade é muito útil para a execução do trabalho. Caso um dos sensores do conjunto tenha uma pane esteja, é necessário que o sensor hibrido seja substituído.

Autodiagnose
Cada defeito é representado por um código, existe um padrão de piscadas da luz que indica o mau funcionamento (MIL) no sistema de injeção.
Os defeitos são armazenados no ECM e podem ser acessados com o auxílio de um jumper no conector de diagnósticos  (DLC) que fica atrás da carenagem frontal, próxima a bateria, ou com o auxilio do  scanner.
Existem dois padrões de piscadas: uma longa e outra curta. A piscada longa equivale a”10” e a piscada curta equivale a”1”.
Os códigos exibidos podem corresponder  tanto para os defeitos presentes ou para os defeitos passados.Para acessar os defeitos passados é necessário seguir um procedimento. Quanto ao defeito presente, o mesmo aparece espontaneamente ao ligar o Scooter.
Os armazenamentos de mais de um código exibição será em ordem crescente.

Verificação da Luz de anomalia e indicação de defeito atual
Na condição normal, ao ligarmos a chave de ignição da motocicleta, a luz indicadora de defeitos da injeção eletrônica permanece acesa por alguns instantes e, em seguida, será desligada. Se a luz não acender, inspecione o seu circuito.


Para verificar se há código de defeito, ligue o motor e deixe funcionar por alguns instantes. A luz indicadora de mau funcionamento deverá a piscar e repetir o ciclo inúmeras vezes.


Apagando o defeito memorizado
Remova a carenagem frontal e localize o conector de diagnóstico  próximo à bateria. Com a chave de ignição desligada faça um jumper no conector.
Ligue o contato da ignição.
Remova o jumper.
A luz indicadora de mau funcionamento acenderá por 5 segundos. Este momento conecte o jumper. (ponte com um pedaço de fio). Os defeitos memorizados serão apagados se a luz acender e começar a piscar. Conecte o jumper novamente enquanto a luz estiver acesa.
Os defeitos memorizado não poderão ser apagados se a chave de ignição for desligada antes da lâmpada começar a piscar.