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Dodge Journey R/T AWD: Ideal para famílias que gostam de conforto, segurança e diversão


Na avaliação dos reparadores, Crossover da Dodge reúne diferenciais técnicos importantes com ênfase na segurança; mas como marca do grupo FCA (Fiat Chrysler Automobilies) precisa evoluir na relação com o aftermarket

Por: Jorge Matsushima - 17 de novembro de 2015

Lançado no Brasil em 2008, com estilo imponente e tipicamente americano, o Dodge Journey (foto 1), que é fabricado em Toluca no México, praticamente não mudou seu visual externo e recebeu ao longo destes 7 anos de mercado, apenas alguns retoques superficiais. Porém, na parte técnica recebeu importantes atualizações, e as principais foram a adoção do motor Pentastar V6 3.6 VVT em 2012, em substituição ao antigo V6 2.7; e recentemente na versão R/T 2014 foi introduzido o modelo com opção de tração integral sob demanda AWD (All Wheel Drive) que o coloca em um patamar superior perante concorrentes diretos.

No total são quase 16 mil unidades vendidas (15.714 até Outubro de 2015 segundo a Cinau – Central de Inteligência Automotiva), números que o colocam entre os mais vendidos na categoria. Na faixa de R$ 145.000,00, esta versão top atende um perfil de público bem específico formado por famílias com filhos, bom poder aquisitivo, e que procuram um veículo espaçoso, ágil, seguro, versátil e com boas opções de entretenimento a bordo.

E para avaliação deste modelo, recorremos aos reparadores independentes de duas empresas qualificadas cadastradas no Guia de Oficinas Brasil, que são: 

Diego Leitão (foto 2 - direita), 27 anos, 3 no setor, já trabalhou no setor moveleiro, mas decidiu mudar de ramo, e há três anos fundou a Ophicina Auto Mecânica em São Caetano do Sul, onde é responsável pela área administrativa e suporte à produção. 

Emerson Cândido Vieira Júnior (foto 2 - esquerda), 27 anos e 15 anos dedicados ao setor, é o responsável pela área técnica. Começou aos doze anos de idade, sempre trabalhando em oficinas independentes, e há 3 anos se tornou sócio de Diego na Ophicina.

Valdir Guerra (foto 3), 53 anos, 42 no segmento (começou aos onze anos na oficina do pai), é formado em contabilidade, já foi piloto de automobilismo em diversas categorias, chegou a trabalhar com revenda de carros, mas acabou se dedicando mesmo à oficina. A Center Car Santana tem 9 anos no mercado, e faz serviços de parachoque a parachoque, incluindo mecânica, eletroeletrônica, funilaria e pintura.

E a equipe de redação do Jornal Oficina Brasil foi até o evento Pacaembú Off Road, que reúne os fãs do mundo 4x4 nas noites de quinta-feira em frente ao Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembú) em São Paulo-SP, e lá entrevistamos 3 experientes reparadores que lideram o Jeep Clube Comando Oeste, que também avaliaram o carro.

JEEP CLUBE COMANDO OESTE (foto 4)

Juan Carlos Lapeña (foto 5) – Atual Presidente e proprietário da Mecânica Lapeña especializada em veículos Off Road; Cláudio Xavier de Castro, Diretor Técnico, mais conhecido como Poka (foto 6) no meio Off Road, responsável pela organização de diversos eventos do setor, e Fernando Molinari de Almeida (foto 7), fundador do Jeep Clube Comando Oeste (que completou 25 anos de atividades em 2015), e é consultor técnico em uma concessionária Jeep.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Fernando Molinari reforça que o principal atributo da opção AWD é agregar segurança e esclarece: “Obviamente este não é um carro adequado para a prática do off road, pois a carroceria não foi projetada para esta finalidade; mas é um carro muito seguro e versátil para famílias que viajam com alguma frequência para um sítio ou litoral, mas não dispensam o seu uso no dia a dia dentro das áreas urbanas. Em todas situações de piso com pouca aderência, como asfalto molhado, pistas escorregadias, areia, lama leve ou cascalho entre outros, o motorista sentirá muita segurança e o carro terá comportamento neutro, sem destracionar ou sair de traseira. Na estrada, o gerenciamento inteligente da tração integral também proporciona excelente estabilidade e total controle em manobras de emergência. A função ECC controla eletronicamente o acoplamento do diferencial traseiro, e controla a transferência de força de tração de acordo com as condições de aceleração, aderência e trajetória”.

Diego considera o carro bonito e chama a atenção para os diversos itens de conforto e conectividade. Na comparação com o “sósia” Fiat Freemont as diferenças são grandes e relata: “Na aparência são bem parecidos, mas o motor V6 de 280 cv e a tração AWD o transformam em um carro muito superior, com excelente desempenho, controle e ao mesmo tempo bastante silencioso”.

Valdir gosta do design mais “quadrado” do Journey (foto 8), imponente e com rodas aro 19” e pneus 225/55 R19. Aprova também a qualidade dos materiais de acabamento interno (foto 9), como o uso de couro nos bancos, volante e manopla do câmbio, bem como materiais de toque mais suave no painel e laterais, ao invés de plástico rígido, e avalia: “Hoje em dia os carros mais sofisticados apresentam diversos itens e níveis de conforto, praticidade, tecnologia embarcada e equipamentos, e entre vantagens e desvantagens, eles se equiparam em questões de qualidade, conforto e confiabilidade.

Juan considera a tecnologia atual da Chrysler de alto nível, com muita ênfase em segurança e mecânica muito eficiente e aprova: “A Dodge implementou tração integral em um carro familiar na configuração 5+2, que aliada ao potente motor V6 Pentastar forma um conjunto extremamente estável, de ótima performance com elevado índice de segurança ativa e passiva. Além do belo design, é um carro muito versátil que atende famílias que viajam com alguma frequência, em estradas asfaltadas ou sem pavimentação, e também o utilizam no dia a dia nas esburacadas e acidentadas ruas das grandes cidades. Na categoria SUV Grande com motor V6 e tração integral, a Dodge está com um belo produto”!

DIRIGIBILIDADE, CONFORTO E SEGURANÇA

Diego comenta sobre a dirigibilidade: “Carro muito confortável com boa posição para dirigir, mas eu esperava menos ruídos internos, principalmente na parte de trás. Pode ser parte de acabamento interno, bancos, tampa traseira, enfim, para um carro com apenas 8.000 km já há alguns barulhos internos que me incomodam um pouco. A suspensão achei um pouco barulhenta para um veículo desta categoria, passando para dentro da cabine uma parte do ruído quando absorve as irregularidades do piso. Talvez as rodas aro 19 e pneu de perfil baixo contribuam para esta sensação. A calibração é muito boa, firme, sem ser dura nem mole demais”.

E Diego prossegue na avaliação: “A troca de marchas é boa, mas percebo um pequeno solavanco quando acelero firme nas retomadas, ou quando tiro o pé do acelerador interrompendo uma aceleração. Nessas situações, o motor leva alguns segundos para normalizar. Parado, passando do Drive para o Neutro também dá um pequeno solavanco. É um sintoma parecido quando se tem um coxim quebrado. Apesar do carro não ter opção de modo de condução, econômico ou esportivo, a transmissão é auto-¬adaptativa, e em aceleração suave e progressiva troca de marcha em torno de 2.000 rpm, e quando se acelera a fundo, a troca de marcha acontece lá em cima, perto dos 3.500 giros. A borboleta no volante faz falta para quem quer comandar a troca de marchas manualmente”.

Valdir classifica o carro como muito confortável, macio e prazeroso, e descreve as suas impressões: “A posição de dirigir é muito boa, o acabamento de bom gosto e o nível de ruído interno considero adequado, pois não dá para ser 100% nas condições de tráfego em nossas ruas. Geralmente esses carros grandes são mais duros, mas o Journey tem uma suspensão bem calibrada que absorve muito bem os impactos. A visibilidade é muito boa, e os retrovisores amplos mais a câmera de ré ajudam bastante. Apesar do porte grande, é bem ágil no trânsito urbano com boa manobrabilidade”. E Valdir prossegue sua avaliação: “O motor tem um torque excelente, de resposta surpreendentemente rápida, e para um consumo médio de gasolina de 6,5 km/litro na cidade e 9,3 km/litro na estrada (dados do PBEV Inmetro), considero bem econômico pela performance apresentada. Tem carro 2.0 que consome bem mais”!

Valdir observa ainda que: “A frente longa e baixa raspa com facilidade em qualquer valeta ou lombada, mas há um borrachão de proteção (foto 10). Os freios são muito eficientes e o ABS atuou da forma prevista, sem desvios ou travamento das rodas. O controle de tração é eficiente, e mesmo em saídas bem fortes em ladeira, não houve destracionamento ou perda de aderência. A transmissão auto-¬adaptativa de 6 marchas faz trocas suaves e precisas, e proporciona aceleração progressiva e econômica, ou mais esportiva quando se pisa fundo no acelerador. Hoje o consumidor brasileiro começa a gostar de carros grandes com transmissão automática, que de fato gera muito conforto e comodidade; mas eu faço parte daqueles que preferem comandar a troca de marchas. A opção pela troca manual na alavanca não é a mesma coisa, pois cambiar um carro com transmissão mecânica, embreagem, aceleração, é outra coisa”! 

Juan também aprova o conforto, posição de dirigir, nível de ruído interno, boa calibração da suspensão, e comenta: “Nada como o ronco de um motor V6 despejando potência; mas neste caso, com total domínio do carro proporcionado pelos sistemas de controle de tração e estabilidade. Gostei também da suavidade e progressividade nas trocas de marchas. O conjunto motriz é muito bom, e dá gosto acelerar tanto na cidade ou na estrada”.  

ACESSÓRIOS

Diego destaca o sistema de ar-condicionado tri zone, com comandos distintos para motorista, acompanhante e ocupantes do banco de trás (foto 11), e observa outro item: “O acionamento do freio de serviço no pé é um padrão americano, e eu gosto porque é prático e libera espaço entre os bancos dianteiros. Este sistema de alerta no computador de bordo sobre a pressão dos pneus (foto 12) é muito útil e importante para segurança e economia de combustível”.

Valdir gostou das diversas configurações de uso possíveis dos assentos intermediários (foto 13), podendo ser ajustado para crianças pequenas com a simples elevação do assento; sistema de fixação isofix para cadeirinha de bebê; apoio de braço central ou porta copos. Outra boa solução são os grandes compartimentos disponíveis em baixo do assento do carona, e sob o assoalho dos bancos intermediários (foto 14), que podem ser utilizados pelas mulheres para guardar bolsas e sapatos, ou por homens para gelar uma cervejinha.

Valdir valoriza também a presença do teto solar elétrico (foto 15) e o rack, e embora pessoalmente não utilize com muita frequência estes acessórios, sabe por experiência que são itens muito valorizados na hora da revenda do veículo.

Todos entrevistados aprovam a qualidade do sistema multimídia da Alpine com navegador 3D integrado; conectividade; bluetooth; USB e leitor de CD/DVD/MP3; 6 autofalantes mais um subwoofer; uma tela touchscreen de 8,4” no painel dianteiro e uma tela LCD central de 10” para os assentos intermediários, que contam ainda com fones de ouvido individuais sem fio e controle remoto, com opções para música, DVD e games (foto 16).

O porta-malas (foto 17), que pode se tornar dois assentos adicionais, conta ainda com uma providencial tomada de força de 12 V e uma útil lanterna que permanece sempre carregada para eventuais emergências. O estepe porém, vai por baixo do veículo, aumentando a vulnerabilidade a furtos. Na opinião dos reparadores, a incidência de roubo de estepe é crescente, mesmo para os modelos em que o mesmo fica dentro do porta malas, ou seja, o risco ao furto é similar independente de seu posicionamento.

 MOTOR

O motor Pentastar V6 3.6 VVT 24V (foto 18) é movido somente a gasolina, e gera potência de 280 cv a 6.350 rpm e torque de 34,9 kgf.m a 4.350 rpm, e na visão dos reparadores que participaram desta avaliação, trata-se de um propulsor robusto e confiável, a começar pelo uso da corrente de comando, muito mais durável, e que reduz a necessidade de manutenção periódica com a troca da correia dentada, eliminando riscos de avarias mecânicas pela falta de substituição deste componente.

Por estas virtudes, Emerson avalia que se o proprietário seguir corretamente os prazos para troca de óleo, filtros e demais rotinas de manutenção periódica, dificilmente terá problemas sérios com este motor.

Poka elogia a performance do moderno propulsor V6 que oferece muita potência e torque, porém, com um baixo consumo de combustível para a categoria, e explica que boa parte deste resultado é proporcionado pelo duplo variador de fase (foto 19) na admissão e no escape, que otimiza a queima na câmara de combustão, e complementa: “A reserva de potência e torque, aliado ao eficiente sistema de tração, tem como objetivo principal aumentar a segurança, principalmente em ultrapassagens e manobras de emergência”.

Juan comenta: “Obviamente é preciso ferramental e equipamentos adequados para mexer neste motor, mas a manutenção de um modo geral é tranquila, mesmo com o acréscimo da tração integral, que na verdade, por distribuir melhor os esforços de tração, ameniza os desgastes de diversos componentes, aumentando a sua vida útil”.

Emerson e Valdir elogiam os espaços e acessos disponíveis (foto 20), e dão alguns exemplos: “O filtro de óleo ecológico (refil) tem acesso muito fácil (foto 21), bem como o filtro de ar e a troca de óleo são bem tranquilas. Para troca de velas, bobinas de ignição e limpeza de injetores é necessário remover o coletor de admissão (foto 22), mas esta operação também é considerada simples e rápida”.

Poka avalia que o motor V6 Pentastar ainda não é muito conhecido nas oficinas independentes, embora já esteja presente em outros modelos da marca. Todavia, considera também que é um motor tranquilo para se trabalhar, pelo menos nas manutenções preventivas e rotineiras. Os espaços livres disponíveis tem uma explicação, pois no mercado norte americano este carro foi projetado para utilizar motores maiores (V8), e por isso o uso do compacto V6 caiu muito bem, trazendo muitos benefícios para as rotinas de manutenção e reparação. 

Valdir observa ainda que a troca de lâmpadas, fusíveis e relês é tranquila. A bateria, que fica posicionada embaixo da caixa de filtro de ar e do BCM, tem um acesso um pouco mais difícil, feito pela remoção da cobertura da caixa de roda dianteira esquerda (foto 23). Valdir comenta:  “Apesar do acesso à bateria ser um pouco complicado, é uma alternativa inteligente de aproveitamento de espaço, pois jogou a BCM para cima (foto 24), facilitando muito os diagnósticos elétricos”.

TRANSMISSÃO

O sistema de tração integral sob demanda (AWD) conta com uma caixa de transmissão automática de 6 marchas (foto 25), com opção para troca sequencial na alavanca através da opção Autostick. O acoplamento ao diferencial traseiro (foto 26) é mecânico e controlado eletronicamente (ECC), eliminando escorregamentos como nos sistemas viscosos. A tração integral varia a intensidade de tração transferida para o diferencial traseiro, sendo mínima em trechos planos, trajetória reta e velocidade constate; variando em cada roda em uma curva aberta por exemplo; e transferindo maior carga por exemplo em ladeiras íngremes e condições precárias de aderência. Na estrada, os sistemas de controle de estabilidade (ESC) e redução de rolagem da carroceria (ERM) completam as estratégia que potencializam a estabilidade e segurança dinâmica.

A exemplo da grande maioria de oficinas independentes espalhadas pelo país, as empresas que participaram da avaliação não executam serviços de manutenção em caixas de transmissão automáticas, porém, efetuam as etapas de remoção e reinstalação das mesmas, que são enviadas a empresas especializadas neste tipo de manutenção. Na visão unânime dos reparadores, não há necessidade de remoção do agregado da suspensão dianteira, e apenas a remoção de uma travessa longitudinal libera o acesso.

Emerson observa que a remoção da transmissão nesta versão AWD é mais trabalhosa, pois é necessário remover também o cardan que sai em direção ao diferencial traseiro (foto 27).

SUSPENSÃO, FREIOS E UNDERCAR

Na dianteira, a suspensão é independente do tipo Mc Pherson (foto 28) com amortecedores telescópicos de dupla ação, mola helicoidal, braço oscilante inferior transversal e barra estabilizadora (foto ). Os freios são com discos ventilados e pinça dupla flutuante.

Na traseira, a suspensão também é independente (foto 29), multilink, com amortecedores telescópicos, mola helicoidal e barra estabilizadora (foto 29). Os freios utlizam discos sólidos com pinças flutuante, e o freio de serviço é acionado hidraulicamente no pedal.

A direção é do tipo cremalheira e pinhão com assistência hidráulica, que demandam cuidados adicionais nas revisões periódicas, pois mangueiras e conexões com vazamento demandam maiores ocorrências de manutenção quando comparadas com as direções eletroassistidas.

Emerson reporta que já presenciou diversos casos de reclamação de barulho nas pastilhas de freio dianteiras, tanto na Journey quanto na Freemont, que utiliza o mesmo sistema.

Pesquisando sobre este assunto, levantamos que há um histórico de recall envolvendo estes componentes (ler tópico seguinte) o que pode explicar a recorrência deste problema em campo.

Emerson relata que as rotinas de manutenção no undercar são bem tranquilas, como troca de pastilhas, filtros e peças da suspensão. Por ser somente a gasolina, o filtro de combustível fica dentro do tanque.

Valdir considera a suspensão bem parruda, mas com componentes e geometria de um carro de passeio, por isso trabalha de forma tão eficiente e suave. A reparabilidade é muito boa e muito tranquila para se trabalhar.

Poka também avalia que as trocas de discos e pastilhas são bem tranquilas e seguem o padrão da maioria dos veículos no mercado e comenta: “As belíssimas rodas com aro 19”e pneu 225/55 R19 (foto 30) atendem as expectativas de mercado na parte estética; e ao mesmo tempo conseguem abrigar discos e pastilhas maiores, compatíveis com a potência disponível. Na suspensão traseira tem um item que exige atenção, e é a troca do amortecedor traseiro, pois como é necessário remover a cobertura interna do porta-malas para se ter acesso à porca superior, esta remoção deve ser feita com muito cuidado, pois pode danificar grampos e presilhas de fixação ou riscar e danificar a própria peça. Além de ser uma peça muito visível e de acabamento, a quebra das peças de fixação pode provocar ruídos internos desagradáveis. É preciso cuidado para não arcar com prejuízos ou desvalorizar o carro do cliente. A montadora poderia pensar em uma janela ou tampinha para facilitar este acesso. A estética dos carros modernos procura encobrir ao máximo as partes mecânicas visíveis, e isto não é um problema exclusivo do Journey. Mas os engenheiros precisam considerar facilidades nas operações de manutenção e reparação para não penalizar os seus próprios clientes, que acabam pagando horas adicionais de serviço de desmontagem e remontagem de componentes de acabamento.

HISTÓRICO DE RECALL 

O comentário do Emerson sobre reclamação de ruído nas pastilhas de freio é de fato recorrente entre os técnicos da reparação independente, e por isso uma rápida pesquisa no site do importador revela que em algum momento, discos e patilhas de freio já fizeram parte de um recall, e provavelmente muitos clientes deixaram de atender este chamado.

A rotina de checar os recalls de cada modelo que entra nas oficinas é importante, pois pode revelar problemas recorrentes, e esclarecer anomalias em sistemas que devem receber preferencialmente as peças genuínas compatíveis para a sua correção.

Resumidamente, os seguintes itens já fizeram parte de recall do modelo Dodge Journey: Módulo de ignição (duas vezes); chicote elétrico das portas dianteiras (E/D); mangueira de pressão da direção hidráulica; discos e pastilhas de freio dianteiros e traseiros. 

Mais detalhes sobre cada recall em: http://www.dodge.com.br/#!recall 

Fizemos uma consulta a título ilustrativo, e o veículo do teste, ano 2014/2014, não estava envolvido em nenhum chamado de recall.

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Valdir constata que na Center Car Santana, localizada na Zona Norte de São Paulo, as peças Chrysler demoram de 5 a 10 dias para serem entregues mediante o pedido, incluindo as peças de funilaria e avalia: “Por ser uma marca importada, considero um prazo razoável, melhor do que alguns modelos nacionais. Infelizmente hoje a maioria das concessionárias não querem fazer estoque, e a venda feita mediante pedido vem se tornando um padrão no mercado. Na questão qualidade, para os veículos Chrysler, mesmo os itens de alto giro como pastilhas, filtros, discos e outros, usamos só peças genuínas. A exceção fica por conta quando o cliente não tem condições financeiras de  bancar a peça genuína e precisa de uma alternativa mais econômica. Neste caso procuramos um item de qualidade similar ao original. Nosso mix de compra fica em 90% na concessionária e 10% entre Distribuidores e Varejo (carros mais antigos)”.

Emerson considera as peças genuínas Chrysler muito caras, mas para os itens de giro, consegue boas opções no mercado paralelo. Todavia, qualquer item um pouco fora da curva A, como por exemplo um cavalete d´água que precisou recentemente para uma Freemont, é preciso encomendar, e a demora pode ficar entre 15 a 20 dias, o que é péssimo para ele e para o cliente. Na Ophicina, localizada em São Caetano do Sul, o mix de compra de peças fica em 20% na Concessionária (peças cativas ou qualidade); 30% no Distribuidor (itens de giro) e 50% no Varejo (variedade e logística).

Juan, que trabalha na cidade de Osasco, relata que para os modelos Chrysler, geralmente recorre às concessionárias da região, que contam com estoque pronta entrega para os itens de giro, e as demais por encomenda costuma receber entre 5 a 7 dias para serem entregues, o que na sua avaliação está compatível com as demais marcas. 

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Valdir e sua equipe recorrem à aparelhagem atualizada (scanner); pesquisas na internet; e também se utilizam de um bom relacionamento com as concessionárias, decorrente do alto volume de compra de peças genuínas, que acaba criando um vínculo de parceria comercial e técnica, em que ocorrem muitas trocas de informações e prestação de serviços ou cortesias de ambas as partes, ou seja, a fidelização em peças genuínas abre portas importantes na área técnica.

Para Emerson, se precisarem de informações técnicas avançadas junto à Chrysler fica um pouco mais complicado e comenta: “O primeiro passo é se basear nos equipamentos de diagnóstico, e só em último caso, recorremos à concessionária. Se o problema envolve troca de peças eletrônicas, dificilmente podemos fugir da concessionária, porque dependemos de funções que só o aparelho de fábrica pode executar. Nesse aspecto a Chrysler fica a dever em relação ao suporte técnico junto aos reparadores independentes”.

A turma do comando Oeste tem o privilégio de ter o sócio fundador trabalhando dentro de uma concessionária Jeep, e desfrutam portanto de uma fonte privilegiada de informações. Infelizmente a grande maioria dos reparadores não tem a mesma sorte.

RECOMENDAÇÃO

Diego: “Pelo valor do carro, eu pessoalmente recomendaria um modelo mais atualizado, no caso um Honda CRV pela confiabilidade técnica, durabilidade, e manutenções rotineiras restrita aos itens de desgaste”.

Emerson: “Eu recomendo a compra do carro, porque é um modelo que dá poucos problemas. Mas eu alerto a pessoa que me consultou sobre os gastos que terá na manutenção, pois as peças são caras”.

Valdir sempre é consultado pelos clientes, amigos e parentes na hora da troca de um carro, seja ele novo ou usado e relata: “A gente sempre emite uma opinião sincera baseada em nossa experiência. Hoje as pessoas tem muitas opções de modelos e informações abundantes, mas que na verdade acabam gerando mais dúvidas. Sobre a Journey, achei um carro muito legal tanto para cidade quanto para estrada, com bom desempenho e ótima dirigibilidade, ideal para uma família, podendo acomodar até 7 pessoas, mas ideal mesmo pa