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Comentários sobre o sistema de ar-condicionado do Fiesta Rocam 2008 1.6


Dicas práticas para um procedimento eficiente de manutenção periódica, e comentários sobre os problemas mais frequentes e suas correções

Por: Mario Meier Ishiguro - 24 de maio de 2016

O FIESTA ROCAM tem um sistema de ar-condicionado similar ao da ECOSPORT 2008, modelo com o qual partilha muitas peças.

Possui comando analógico manual (figura 1), com botões simples: Graduação da ventilação, com 4 velocidades; Dosagem da mistura de ar quente;  Direcionamento do fluxo de ar e um botão do AC; o Reciclo é um botão deslizante. Eventualmente este comando pode apresentar problemas.

A resistência da ventilação interna pode apresentar problemas também.

O acesso ao filtro de cabine é polêmico, pois fica ao lado do pedal do acelerador, mas para retirá-lo é necessário retirar o console central, o que aumenta o tempo e a m.o., nem sempre valorizada pelo cliente e pelos próprios colegas profissionais (figura 2), ele filtra tanto o ar que vem da rua, quanto o ar interno de recirculação de ar. 

Alguns modelos vieram de fábrica sem este filtro de cabine, o que resultava em acúmulo de sujeira de dentro da caixa evaporadora.

Algumas oficinas faziam o corte da tampa plástica que protege o filtro de cabine, separando-o da carenagem plástica, evitando assim, remover todo o console.

O radiador de ar quente não possui válvula de ar quente como no modelo do Fiesta anterior e do antigo Ka e Courier. Para substituir o ar quente, o correto é remover o painel, mas há quem o faça cortando os tubos de alumínio, evitando remover todo o painel. Caso haja vazamento no evaporador, aí sim é necessário retirar todo o painel. 

   

Utiliza um compressor de 10 pistões axiais de duplo cabeçote modelo HS15 da HALLA HCC (figura 8 e 9), com capacidade volumétrica fixa de 150 cm³, é recomendada a utilização de 200 cm³ de óleo PAG 46 e a carga de fluido refrigerante R134a é de 570g (fig. 10).

  

Por utilizar um compressor de cilindrada fixa, necessita de um sistema anticongelamento. Neste caso, o sistema não utiliza termostato nem sensor anticongelamento, ele utiliza um pressostato na linha de baixa, que fica posicionado no filtro acumulador atrás do farol direito 
(figura 11), se a pressão na linha de baixa cair abaixo de (25 psi) 1,7 a 2 bar, por falta de fluido refrigerante ou temperatura muito baixa deste, o pressostato abre seus contatos e o compressor desliga e só volta a religar caso a pressão na linha de baixa suba a valores superiores a cerca de 2 bar.

Em marcha lenta, se o sistema estiver com boa eficiência, é comum haver o desligamento do compressor por breves segundos e em seguida ele torna a ligar, continuando o seu ciclo.

O filtro acumulador de líquido fica na linha de retorno, ou seja, linha de baixa e trabalha sempre muito frio, geralmente condensando umidade em suas paredes externas. (figura 12).

As conexões de serviço são de fácil acesso, ao lado da tampa de reposição de óleo do motor (figura 13). Como vários outros modelos, estas válvulas de serviço Schrader podem apresentar eventuais pequenos vazamentos e caso isso ocorra elas devem ser substituídas.

Este modelo de sistema não possui válvula de expansão, ele utiliza tubo de orifício calibrado, na cor marrom, esta cor que define o diâmetro de seu tubo calibrado. O acesso a este tubo de orifício calibrado é no final da tubulação de alta, antes do evaporador (fig.14).

Caso ele fique sujo de limalhas, não adianta apenas “limpar” este tubo e recolocá-lo,  isso é um indicativo de que o compressor está com alto nível de desgaste e deve-se efetuar a limpeza interna de todo o sistema (FLUSH), troca do filtro acumulador, troca do compressor e a troca deste tubo, por um da mesma cor e bitola. 

O condensador é do tipo fluxo paralelo e possui apenas uma ventoinha atrás do radiador. Na carenagem do eletroventilador de duas velocidades fica uma caixa de relés que pode eventualmente ser contaminada por umidade e afetar o funcionamento destes (fig. 15).

A ventoinha fica atrás do radiador e é acionada assim que o compressor entra em funcionamento, em caso de pressão na linha de alta superior aos 16 bar a 2ª velocidade da ventoinha entra em funcionamento.

 

Um problema muito comum é o derretimento dos terminais da resistência da 1ª velocidade da ventoinha. Caso isso ocorra, a ventoinha não acionará na 1ª velocidade junto com o compressor e a pressão de alta ficará muito elevada e eventualmente a 2ª velocidade da ventoinha acionará, causando um ruído elevado de ventoinha ligada e o motor pode quase “apagar” na marcha lenta, isso pode acarretar um baixo desempenho no sistema de ar-condicionado e afeta diretamente a durabilidade do compressor. (figura 16).

O pressostato de alta de 4 pinos fica ao lado da resistência da ventilação interna, eventualmente a tubulação de alta na qual fica este pressostato pode ficar atritando com a fiação elétrica (chicote), que passa ao lado também e causar panes elétricas por descascamento dos fios gerado pelo atrito com a tubulação, ou pode haver furo nesta tubulação com a fuga do fluido refrigerante (figuras 17 e 18).

É um modelo de veículo que tem um sistema de ar-condicionado que produz boa eficiência, porém com o desgaste das peças ao longo dos anos, pode apresentar defeitos. As peças (de ar-condicionado) são encontradas com certa facilidade fora da rede de concessionárias.