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Toyota Hilux 2.8 apresentava falha após ter reparo mal feito em outra oficina


Devido a procedimento mal realizado anteriormente, líquido de arrefecimento vazava pela antecâmara dos bicos injetores, causando diminuição do nível deste. Problema não teria ocorrido caso o profissional tivesse seguido o manual de reparos

Por: Fernando Naccari e Paulo Handa - 12 de fevereiro de 2014

Reparador Aquiles e o Toyota Hilux 2.8 1998Este mês, visitamos a oficina do Aquiles, localizada em São Bernardo do Campo-SP, onde o próprio nos mostrou um defeito ocorrido com uma Toyota Hilux 2.8 1998 e que estava com 245.350km rodados, apresentando um defeito curioso: “Este carro estava com um problema na antecâmara dos bicos injetores, causando assim um vazamento do líquido de arrefecimento”.

Questionamos o reparador em como foi o processo de diagnóstico da falha, e ele nos contou: “Conversando com o cliente, este me relatou que estava notando que a água do radiador estava sumindo sem que ele notasse vazamentos. Dessa forma, analisando todo o sistema, notei que com o motor funcionando, ocorria uma espécie de ‘sopro’ dentro do reservatório de expansão”.

Embora para nós seja uma surpresa, Aquiles disse estar acostumado com este tipo de problema e acabou ‘matando a charada’ na hora: “Perguntei ao cliente se ele havia efetuado algum reparo recentemente no cabeçote e ele me confirmou. Expliquei a ele que no momento do reparo, o profissional que executou o serviço no cabeçote não se atentou às anticâmaras dos bicos injetores”.

Aquiles completou a explicação dizendo o porquê de isso ocorrer: “Quando há superaquecimento na região, estas costumam trincar e muitas retíficas não se atentam a estas trincas e acabam liberando serviço com este erro. Assim, na hora de acertar a regulagem do motor, também dá muito trabalho, além de ocorrer problema igual ao que ocorreu com esse veículo”.

Aquiles ainda comentou sobre o que deve ser verificado na montagem deste cabeçote: “Deve-se verificar a altura das válvulas em relação ao cabeçote, procedimento este não efetuado pela maioria dos reparadores onde, se a válvula estiver muito baixa, causará irregularidades no funcionamento do motor, além desse fator ser determinante para a escolha da espessura da junta do cabeçote. Neste caso, o valor encontrado na medição é de 85mm, onde o valor deve estar entre 77mm e 85mm” (FOTOS 2 E 2A).

Mas os procedimentos para a escolha da junta não se resumem a isso. Aquiles acrescentou: “Outro procedimento que tem que ser efetuado pelo reparador é a verificação da altura do pistão em relação a sua saída do cilindro, ultrapassando a câmara de combustão. Isso também é predominante para a escolha da junta”.

Para auxiliar os reparadores a efetuar a escolha correta da junta nova, Aquiles informou os dados segundo a tabela abaixo:

ESPESSURA DA JUNTA NOVA

1 orifício             3 orifícios           5 orifícios

0,80~0,90mm    0,9~1,00mm      1,00~1,10mm

Segundo Aquiles, este cuidado não gerará grande trabalho ao reparador: “Este serviço é relativamente fácil e temos que sempre efetuá-lo como manda o manual de serviços do veículo. Quem não o tem, adquiri-lo é a melhor opção”.

“Levo em torno de 2 horas para desmontar o cabeçote e em torno de 4 horas para montá-lo e acertar o funcionamento do motor” , explicou Aquiles.

Aquiles ainda acrescentou sobre o assunto: “Particularmente, não abro mão dos procedimentos indicados pelos manuais de reparos dos veículos, pois ganho tempo e o serviço sai da forma que tem que ser. Os profissionais que não entenderem essa questão estarão fadados a prejuízos constantes. Por conta disso, vejo muitas reclamações de clientes sobre serviços mal executados que, quando vou conferir a causa, foi somente por não seguir o recomendado para cada tipo de reparo”.