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Filtro de material particulado Diesel ou DPF: quatro razões para mantê-lo no sistema


Conheça as principais caraterísticas de funcionamento, as rotinas de regeneração e a importância de mantê-lo em bom estado, tanto do ponto de vista técnico quanto ambiental

Por: André F. Miura, da Chiptronic - 16 de fevereiro de 2016

Atualmente, devido aos dados divulgados por cientistas e ambientalistas do mundo todo, sobre a situação do meio ambiente no nosso planeta provocada por gases que produzem o Aquecimento Global, o sinal de “alerta” das montadoras automobilísticas acendeu. Principalmente as montadoras de veículos Diesel, pois é com certeza o combustível que mais polui e agride o meio ambiente. Mesmo com toda a tecnologia empregada nos sistemas, ainda assim há necessidade de conter a emissão de poluente na atmosfera terrestre. No entanto, nessa corrida frenética pelo melhor sistema de pós- tratamento, surgem vários sistemas eletromecânicos que auxiliam na redução quase a nível zero dos materiais nocivos resultantes da combustão, entre os exemplos podemos citar o ARLA 32 e os filtros DPFs. Cada sistema desses, quando empregado de maneira correta nos veículos, pode contribuir para a diminuição da poluição expelida pelo escapamento dos veículos Diesel. Nesse artigo veremos algumas razões para manter esse dispositivo no sistema.

1ª: CRIME AMBIENTAL

O artigo 54 da lei 9605/98 - Crimes ambientais diz:

“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.” 

Esse deve ser o principal motivo para manter ativo o sistema de pós–tratamento em qualquer veículo. É digno de nota que as multas não são leves para esse tipo de crime e pode acarretar na interdição do estabelecimento se comprovada a fraude no sistema de DPF.

Resolução para controle da Emissão

As resoluções mundiais que vigoram nesse sentido são muito rigorosas e visam notificar os limites máximos de emissão que veículos de motores a combustão deve produzir: O EURO em toda a união Européia, o PROCONVE no Brasil. Percebemos que ao longo dos anos esses valores com certeza foram diminuídos, e atualmente vivemos na fase do EURO VI (P7 para Brasil), no qual o nível de emissão de NOx está próximo de 0,080% e de MP (material particulado) próximos a 0,005%. Desse modo com leis e penas tão rigorosas nesse sentido, fica claro que ninguém jamais deve retirar os filtros de partículas dos sistemas automotivos.

2ª: PERDA FINANCEIRA PARA SUA OFICINA

Com essa tecnologia presente nos veículos, outra gama de serviço surge: a limpeza dos filtros de partículas. Entenda por que:

Sistema de Pós-tratamento (DPF) e a Regeneração

Gráfico de Emissão

Filtro DPF (Diesel Particulate Filter)Em virtude desses dados e resoluções, a implantação de sistemas de Pós-Tratamento foi a solução e um dos mais usados em veículos leves do seguimento Diesel é o filtro DPF (filtro de partículas). É um dispositivo em que ao contrário de um catalisador, em que os gases passam por canais abertos, no filtro de partículas (DPF) isso não acontece, já que a finalidade destes filtros é reter a fuligem e a seguir eliminá-la, por um processo que é chamado de regeneração.

Através desse componente é possível reduzir de 80 a 85% dos poluentes e em algumas condições de condução quase 100%. Geralmente esses filtros são produzidor em forma de processos de saída forçada (extrusão). Diferente dos outros componentes, os poluentes não passam livremente através dos canais, mas sim entre das paredes de cerâmica, que são porosas, permanecendo apenas as partículas de fuligem retidas nos canais. Desta forma apenas gases sem partículas passam para o exterior. Como qualquer outro filtro de partículas (que retêm impurezas), estes componentes também precisam ser limpos para manter a sua função. A forma de fazer esta limpeza, chamada de regeneração, varia conforme a tecnologia usada pelos fabricantes.

Regeneração Passiva: A regeneração passiva é feita em trajetos em autoestrada ou percursos longos em que a temperatura dos gases de escape atinge valores elevados e diante disso consegue queimar as partículas retidas nos canais do filtro. A maior parte dos filtros de partículas está integrado com um catalisador e normalmente posicionado perto do motor para usar as temperaturas mais elevadas, desse modo a regeneração do filtro é eficiente.  Além disso, os filtros da nova geração são revestidos por uma camada de platina nos canais, onde à medida que os gases passam através das paredes porosas do filtro a temperatura aumenta, as partículas são queimadas e o filtro é limpo. Como as condições de condução nem sempre são satisfeitas há necessidade de outras formas de regeneração.

Regeneração Ativa: Existem vários métodos de regeneração ativa, o mais comum é baseado na combustão da fuligem, através do aumento da temperatura dos gases de escape à entrada do filtro. Vários sensores medem a pressão antes e depois do filtro e enviam essa informação para a ECU do veículo, que por sua vez controla os atuadores para o aumento do tempo de injeção.  Este aumento de injeção ajuda a regenerar o filtro, pois envia grande quantidade Diesel não queimado na linha de escape para elevar significativamente a temperatura do gás e iniciar o processo de regeneração do filtro de partículas. Este é um processo automático, que o condutor não dá por ele. Alguns modelos de filtros requerem a adição de um aditivo de combustível para diminuir a temperatura de combustão de fuligem contida no filtro, de forma a facilitar a regeneração. Normalmente são filtros de partículas que ficam posicionados mais longe do motor e por isso a sua temperatura de funcionamento é menor, daí o uso destes aditivos que baixam o ponto de ignição das partículas em 150º e favorecem a sua rápida combustão.

1. Filtro de partículas e pré-catalisador; 2. Sensores de temperatura e de pressão; 3. ECU; 4. Injeção de combustível; 5. Pré-catalisador; 6. Filtro de partículas

Substituição de um filtro DPF: Esses componentes são geralmente substituídos entre 80.000 km a 200.000 km conforme o veículo e/ou quando se detectado que o filtro não consegue se regenerar, ou então por alguma situação nos sensores ou motor que tenha afetado o filtro.

Partículas retidas no filtro DPF3ª: RETIRAR OS FILTROS PODE CAUSAR FALHAS

Os sistemas de injeção direta diesel são projetados para trabalhar em conjunto com o filtro DPF e catalisador. O simples fato de retirar um sensor de pressão do gás de escape, que está acoplado ao DPF, já gera por si só muitas falhas que não são facilmente resolvidas, o que dirá da retirada total do filtro? É terminantemente fora de cogitação a retirada do filtro, pois isso poderia acarretar falhas e perda de potência nesse motor.

4ª: MANTER A ORIGINALIDADE DO VEÍCULO

Mesmo que consiga retirar o filtro sem gerar as possíveis falhas já citadas, o que diria sobre a originalidade do veículo. Você compraria um veículo que teve algum sistema eletrônico importante violado ou inoperante? Outra razão para mantermos o sistema de pós-tratamento funcionando a todo vapor.

Preços médios relacionados ao sistema DPF:

• Filtro de partículas custa algo entre R$ 4.800,00 a R$ 8.000,00.

• A Regeneração Ativa e a limpeza de DPF têm o valor médio nas oficinas entre R$ 1.400,00 a R$ 1.800,00.

Scanner DIESELDIAG possui funções para regeneração de filtro DPF

AQUECIMENTO GLOBAL É ALGO SÉRIO

Que tipo de planeta Terra você gostaria que seus filhos ou netos vivessem? Pense nisso: O filtro DPF, junto com todo sistema de pós-tratamento, garante que sua parte seja feita nessa luta incessante contra as emissões que produzem o efeito “estufa”.

Sem dúvida, as vantagens de manter os filtros DPFs, ou qualquer outra forma de pós-tratamento funcionando bem são muitas, mas algo de maior valor é sua contribuição em diminuir o fator poluição. Sem dizer que perante a lei, a anulação de sistemas como esse pode ser considerada crime ambiental inafiançável.

Agora que esses pontos foram esclarecidos, esperamos sinceramente que todos os leitores desse artigo pensem de forma diferente quando questionados da importância do filtro de partículas os DPFs.