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Yamaha MT-03, mais um reforço para a marca que está decidida a ter mais espaço no mercado


Montadora adota outra política e quer conquistar ainda mais espaço no mercado e suas motos estão cada vez mais presentes nas ruas

Por: Lucas Paschoalin - 12 de agosto de 2016

A política da Yamaha está mudando. Depois de ficar, por muitos anos, acomodada como a segunda marca que mais emplaca motos no mercado brasileiro, atrás da Honda, a japonesa começou a se mexer e a cada seis meses - ou até menos - tem feito um lançamento. Entre as novidades mais recentes está naked MT-03, modelo que começou a ser comercializado no mês de maio deste ano por R$ 18.790 com freios convencionais e R$ 20.790 com ABS.

O motor é um bicilíndrico de 320,6 cm³
Que o modelo é um sucesso, isso é fato, basta ver sua repercussão nos principais canais de notícias de motocicletas. Mas se esse sucesso também tem feito reflexo nas vendas, este é outro assunto, bem difícil de ser analisado, já que a MT não está nem no top 10 das motos de 125 cc a 400 cc. A última colocada entres as dez primeiras é a Honda CB 300R, com 1.370 unidades emplacadas até o fim do mês de julho. A CG 160 lidera, com um exército que supera 100 mil motos.

MT-03 custa R$ 18.790 com freios convencionais e por mais R$ 2.000 você leva a mesma moto com ABS
Nada de motor flex ou pegada ultraeconômica. A Yamaha dita suas regras de uma maneira um pouco diferente da conservadora e líder Honda, o que me agrada mais. Ao invés da economia a marca prezou pela potência, com um bicilíndrico de 320,6 cm³, 3,02 kgf.m de torque a 9 000 rpm e 42,01 cv a 10 750 rpm. Refrigerado por líquido, o esperto motor com taxa de compressão de 11,2:1 e diâmetro de 68 mm para 44,1 mm de curso também conta com duplo comando para as suas 8 válvulas. E já que os japoneses queriam força, também tiveram que investir na durabilidade, adicionando silício nas paredes dos cilindros que recebem pistões forjados em alumínio. Para respostas mais rápidas, a marca instalou uma ECU de 16 Bit, que acelera a chegada do ar e do combustível à câmara onde ocorre a queima. O motor também é um crossplane (igual ao da YZF-R1), no qual os pistões trabalham com giro de 270º embalados por um  virabrequim deslocado. Segundo a marca, com a peça não central, o conjunto vibra menos e o torque é distribuído para a roda de forma mais linear. Podemos dizer que este é o ponto forte deste motor, que é mais forte do que o da concorrente direta Kawasaki Z 300, mas que perde para a monocilíndrica KTM 390 Duke ABS, com 44 cv. Em alta ele se revela divertido e fácil de tocar. O ronco grave é empolgante.

A embreagem banhada em óleo acompanha um câmbio de seis velocidades, de engates precisos, porém ásperos, algo tradicional e que a marca apresenta dificuldade em eliminar dos modelos de baixa cilindrada. O acionamento da embreagem é mecânico e a sua alavanca não conta com regulagem de distância para os dedos, apenas a altura do cabo. 

A Yamaha diz que  a 03 é inspirada em um guepardo, o animal terrestre considerado mais rápido, esguio e estável do mundo. Por isso o quadro fabricado em formato diamond com os tubos de aço preto, nas motos vermelha e preta, e azul Yamaha Racing, na moto branca, é tão estreito. A posição das pedalarias são as mesmas da R3, tanto do condutor quanto da garupa, e o guidão fat bar (barra única) posicionado 39 mm mais para cima e 19 mm mais próximo do piloto - comparado à versão esportiva - deveria ser mais alto, assim a postura ficaria mais natural e descansada. Eu o trocaria por um da marca A System Racing, por exemplo, mais alto e largo. Para a agilidade da moto, bengalas convencionais com 130 mm de curso e tubos de 41 mm espessura trabalham juntas com a balança assimétrica de 573 mm fixada a um monoamortecedor de 125 mm de curso, que conta com sete posições de pré-carga da mola. As rodas de 17” vestem pneus radiais tubeless da Metzeler, com medidas de 110/70 para a roda da frente e 140/70 para a traseira. O conjunto de frenagem é igual em ambas as versões na questão das peças. A com ABS apenas conta com leitores independentes em cada uma das rodas, que apesar de passarem bastante segurança são bem intrusivos e as vezes incomodam numa pilotagem mais esportiva. O disco dianteiro é flutuante e tem 298 mm. Sua pinça é de duplo pistões da marca japonesa Nissin. O traseiro, de 220 mm, possui um único pistão. Ambos são ventilados, o que garante uma frenagem  mais firme e menor chance de perda de eficiência. Você encontra progressividade e potência de sobra tanto no manete de freio quanto no pedal para realizar paradas tranquilas.


A MT-03 pesa 166 kg na versão convencional e 169 kg com o sistema que impede o tratamento das rodas. Ela está entre um e dois quilos mais leve que a Kawasaki Z 300, mas muitos acima ainda da KTM (139 kg), que optou apenas por um cilindro e ainda conta com dois cavalos a mais no motor. A pista não é o local ideal para tirarmos uma referência para esta moto, mas foi onde tive o primeiro contato com ela. E ela surpreendeu, é firme, assim como a R3, versão carenada e com a mesma ciclística e motor. A senti até mais na mão do que a versão esportiva, que não pareceu ter uma traseira tão colada no chão quanto a naked, ambas testadas no mesmo traçado e com condições bastante semelhantes. É possível imaginar que a mesma habilidade para mudar de direção rapidamente se repita em meio ao trânsito, já que sobrou agilidade nos trechos mais travados do circuito Velo Cittá, em Mogi Mirim, São Paulo.

O design da Yamaha MT-03 é moderno e as linhas seguem o DNA da série MT. O farol dianteiro é pequeno e tem o formato de um diamante (ou a cabeça de um guepardo). Chama a atenção de longe e marca por onde passa. Os piscas e a lanterna também são em LED. São facilmente notados de longe. O tanque comporta 14 L, sendo 3 L reserva. Não foi possível medir o consumo dentro da pista, e nem seria justo, já que a moto está andando sempre em alta e quase que o tempo todo cortando giro . O banco principal é largo, confortável e não aparenta cansar cedo. Também permite deslizar fácil sobre ele, o que é bom para atacar as curvas. A garupa deve sofrer com a falta de espaço e com o perfil baixo do banco. O painel é muito completo e além do velocímetro, tem hodômetro total, parcial um e dois, hodômetro de reserva e de óleo, indicador de combustível, marcador de consumo médio de gasolina, de marcha e de temperatura, além do relógio, do visor do controle de luminosidade e do shift-light programável, que originalmente vem programado com o melhor momento para trocar de marchas aproveitando a melhor faixa de potência do motor. 

O tanque comporta 14 litros, sendo 3l de reserva
Mas, caso você prefira priorizar o consumo, basta configurar você mesmo pelo painel. Mas isso vamos deixar para ser lido no manual, já que a explicação seria muito extensa para descrever aqui.

Durante o lançamento do modelo a Yamaha disse que pretentede fazer dela a moto  mais vendida do segmento no seu primeiro ano de trabalho. Ainda faltam seis meses para vermos os resultados finais, e o que ainda pode ajudar muito nas vendas é o seguro fixo de R$ 1.880 para a moto STD e R$ 2.050 para MT ABS, preços focados nas cidades de São Paulo, Baixada Santista e Rio de Janeiro - os demais locais devem ser consultados nas concessionárias da marca.