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Transmissão variável contínua ou CVT: Princípio de funcionamento, diagnósticos e dicas – Parte 1


Muito utilizado nos scooteres e nas motonetas, os modelos equipados com CVT em breve poderão chegar à sua oficina para as rotinas de manutenção e reparos

Por: Paulo José de Sousa - 25 de maio de 2016

O CVT (transmissão variável contínua) é a solução ideal quando a proposta do veículo é oferecer praticidade e conforto, mas como em toda máquina, os mecanismos sempre requerem manutenção, ou podem apresentar falhas em seu funcionamento.

Por isso, na primeira parte da matéria vamos desmontar o CVT e na segunda parte da matéria vamos elaborar um diagnóstico detalhando a correia de transmissão e dar algumas dicas.

Ressaltamos que os procedimentos de desmontagem, inspeção e diagnósticos são semelhantes em todas as marcas, porém as especificações adotadas devem ser determinadas pelos fabricantes.

FALANDO DE TRANSMISSÃO
Numa transmissão comum, as marchas fazem parte de um conjunto de engrenagens interligadas, cujos pares são selecionados por meio de um  ou mais garfos comandados por um seletor movido por uma alavanca, em que ocorrem  as combinações necessárias para as diferentes velocidades.(saiba mais sobre câmbio convencional, veja as edições anteriores do jornal Oficina Brasil)

O conjunto CVT não tem marchas interligadas, o sistema  é uma versão simplificada, porém eficiente de  transmissão automática, mas as peças da transmissão sofrem esforços, estão expostas ao calor e também ao pó, e possuem vida útil definida pelo fabricante. (veja a tabela de manutenção preventiva)

DESCRIÇÃO DO SISTEMA
O  mecanismo de mudança de velocidades composto por polias e correia com perfil em “V” permite alterar continuamente a relação de transmissão entre as polias,  proporcionando  combinações de relações  entre o motor e a roda traseira de acordo com a velocidade e as cargas impostas ao motor. Utilizando um jogo de polias de diâmetros variáveis, polia primária e  secundária são ligadas entre si por uma correia de transmissão. A polia primária (motora) é assim chamada porque está ligada diretamente ao motor através da árvore de manivelas e a secundária (movida) está ligada à roda traseira por intermédio da embreagem centrífuga seca e um conjunto de engrenagens de redução para aumentar a força transmitida à roda traseira.  

VANTAGENS
Nos veículos de duas rodas o CVT normalmente  é adotado  se  o conforto é um dos pontos principais,  considerando que é um sistema simples e de baixo peso que  trabalha com uma correia de borracha segmentada de alta precisão, que proporciona uma transmissão suave e uma gama enorme de variações de velocidades sem transmitir solavancos característicos das motocicletas equipadas com câmbio comum. O CVT  tem boa durabilidade, o que dispensa  manutenção e ajustes freqüentes por parte do usuário, pois o ajuste é feito à medida que as polias vão variando seus tamanhos e sendo simples gera menos ruídos, vibrações e proporciona melhorias na eficiência  do motor, conferindo a ele características de uma transmissão muito progressiva e  economia de combustível, além de redução nas emissões de poluentes.

Essa concepção de transmissão resultou em um compacto sistema que otimiza o aproveitamento do espaço.

Também permite ao condutor dirigir sem a preocupação de realizar trocas de marchas, conferindo a ele maior concentração  no fluxo de trânsito, ideal para os grandes centros urbanos.

E ao subir uma ladeira não há o desconforto de ter de cambiar até encontrar uma marcha suficiente para manter a motoneta em velocidade, algo que é  que comum  em veículo  equipado com câmbio convencional, o CVT  procura a relação ideal automaticamente para aquela condição; concluindo o sistema sempre tem a melhor relação para cada situação.

SINTOMAS DE FALHAS NO CVT
Falhas no funcionamento do CVT podem gerar sintomas semelhantes aos ocasionados pelas panes no sistema de alimentação do motor, durante a pilotagem de um scooter com mau funcionamento no CVT o sintoma pode confundir a cabeça do reparador e levá-lo a lógica equivocada no diagnóstico, ex.: se durante o funcionamento do motor a correia deixar de ter seu movimento progressivo nas polias, ou seja, enroscar, irá ocorrer a sensação de “engasgo” no motor.

PASSOS PARA A DESMONTAGEM DO CVT
Na edição do próximo mês, falaremos mais sobre dicas e diagnósticos propostos pelos fabricantes, análise do comportamento dinâmico da transmissão CVT, dicas de manutenção básica, principais defeitos apresentados e os sintomas mais comuns, causas prováveis, e as peças e componentes a serem avaliados durante uma revisão do sistema. Até lá!

CVT Yamaha NeoCVT Honda Lead Remova tubulação de entrada de ar do CVT

Remova Filtro de ar  Remova a tampa do CVT

Solte a porca da face da polia primária e remova peçaSolte a porca da carcaça da embreagem centrífuga

Remova a embreagemSolte a porca da embreagem centrífuga Remova a correia

 

Remova o conjunto polia secundária e embreagem centrífuga