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Sensor de Oxigênio, a mais “conhecida” sonda lambda: as dúvidas continuam - Parte 1


O tema é digno de muitas dúvidas, por isso vamos abordá-lo novamente. Inicialmente, explicarei o funcionamento e os diagnósticos nas motocicletas Yamaha Fazer e Lander 250cc

Por: Paulo José de Sousa - 15 de junho de 2013

O componente é muito conhecido no setor quatro rodas e foi desenvolvido há algumas décadas, porém ainda é novidade para os reparadores de motocicletas. Falaremos a seguir do sensor de oxigênio, também conhecido como “sonda lambda”.

Os fabricantes de motocicletas estão cada vez mais empenhados em desenvolver produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes e que também estejam em conformidade com os limites de emissões de poluentes. Portanto a maioria das motocicletas de pequeno porte produzidas atualmente estão sendo equipadas progressivamente com injeção eletrônica de combustível proporcionando emissões cada vez mais limpas.

O componente está localizado no escapamento, geralmente antes do conversor catalítico (catalisador). O correto funcionamento contribui para a melhoria contínua da qualidade do ar, pois a sonda analisa os gases de escape através da quantidade de oxigênio. Essa informação é vital para que a unidade de comando da injeção eletrônica (ECU ou ECM) determine o volume exato de combustível a ser injetado no motor, assegurando um bom funcionamento, redução de emissões e economia de combustível.

No sistema flex (álcool e gasolina) o sensor viabiliza que a central eletrônica reconheça qual o combustível ou a proporção de ambos que está sendo queimado no motor.

Como todo componente original não deve ser alterado ou removido, a eliminação da sonda lambda agride o meio ambiente, deixando a motocicleta em desacordo com as características originais de fabrica, tornando o veículo sujeito às penalidades da legislação que podem ser verificadas numa inspeção veicular de emissões.   Podendo também ocasionar falhas em seu funcionamento e posteriormente danos nos demais componentes do motor da motocicleta e também no catalisador.

A utilização de escapamentos esportivos implica no funcionamento da sonda e existem escapes onde não há o local para a instalação do sensor. Caso haja a necessidade da instalação de um escapamento esportivo ou de uma peça não original, é conveniente procurar uma marca certificada onde o fabricante assegure o funcionamento correto da motocicleta e que não altere emissões tanto a dos gases e também ruídos. Os dois casos quando excedidos são prejudiciais ao ambiente, ao motor e ao bolso de quem paga e também são passíveis de multas.

Descrição e funcionamento do Sensor - O componente é composto por quatro fios que contam com o auxílio de uma resistência elétrica, o funcionamento do sensor só se torna ativo quando sua temperatura está acima dos 300ºC. Para tornar a sonda mais eficiente, a resistência elétrica acelera o aquecimento da peça, assim seu funcionamento será instantâneo, por isso é conhecida como pré-aquecida.

A central eletrônica ECU gerencia os ajustes de mistura necessários na injeção eletrônica a partir dos sinais recebidos do sensor de oxigênio.

A peça resiste ao trabalho em alta temperatura, porém como toda peça tem uma vida útil e depende de cuidados simples como abastecimento com combustível de boa qualidade, e também da regularidade nas revisões periódicas da motocicleta estabelecidas no manual do fabricante.

Diagnósticos
De acordo com o guia de serviços do fabricante, algumas panes no sensor de oxigênio serão apontadas através da luz espia que fica no painel da motocicleta por meio do número de piscadas correspondentes (código 24 Yamaha, sendo duas piscadas longas e quatro rápidas, que o simbolizam). Na maioria dos casos o sensor pode apresentar o defeito e sintoma, mas não necessariamente a causa.

Foto 1Portanto, substituir o sensor de oxigênio não soluciona por completo o problema. A causa pode estar no motor ou no tempo de uso da peça. Ou também a pane indicada pode ter sido causada por um mau funcionamento em uma conexão, falha na instalação do sensor, fiação principal ou até um problema na ECU, lembrando que as condições da bateria devem ser satisfatórias. Para as motocicletas Yamaha o manual de serviços recomenda que esteja com no mínimo 12,8 V a 20°C (foto 1) .

Passo a passo para avaliação completa do sensor de oxigênio das Yamaha Fazer e Lander (informações compartilhadas do suplemento do manual de serviços da Lander ano 2009)

Avaliação da resistência do aquecedor da sonda (conector desligado)

1. Com o motor em temperatura ambiente (frio) com o auxílio de multímetro meça a resistência do aquecedor entre os terminais (preto-preto) do conector do sensor ( foto 2).
Foto 2 e 32. A resistência do aquecedor do sensor lambda deve estar entre: 11,7 ? a 15,5 ?   a 20°C.Caso obtenha um valor diferente do especificado substitua a sonda. (foto 3)

Avaliação da variação de tensão do sensor de O2 (conector ligado)

1. Com a ferramenta de diagnósticos da injeção eletrônica (foto 4) ajuste o gás de exaustão(CO) em 0 (zero). O ajuste também pode ser executado com o Motodiag da Chiptronic.
Foto 4 e 5 2. Com um multímetro na escala (DC 20), meça a tensão do sensor entre os terminais na seguinte ordem: (foto 5)

Conecte a ponta vermelha (+) do multímetro no fio azul do conector do sensor de O2.

Conecte a ponta preta (-) do multímetro no fio branco do conector do sensor de O2.

3. Ligue a motocicleta. (fotos 6 e 7)

Foto 6 e 7Após 1 minuto com o motor ligado, a tensão de saída do sensor deverá oscilar rapidamente entre 0,01 - 1,00 V, com esse resultado a peça estará ok. O suplemento do manual de serviços recomenda que a peça seja substituída se o valor de tensão estiver travado, ou seja, não oscilar.


Dica
Recomendamos que antes de substituir o sensor verifique a causa do problema, analise as seguintes peças: ECU, fiação principal e conexões. Após identificar e eliminar a causa substitua o sensor de oxigênio defeituoso. Lembrando que o combustível pode ser a causa da pane no sensor. Panes no sensor podem comprometer a vida útil do catalisador.