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Renault Captur quer conquistar espaço em mercado que cresce a cada ano


Com a mesma receita do Duster, Captur chega com motores 2.0 e 1.6 e promete trazer maior espaço interno da categoria

Por: Vinícius Montoia - 03 de abril de 2017

O mercado de SUVs compactos acaba de ganhar mais um modelo que pode mexer com a paz da concorrência, se é que ela existe. A Renault, além de já ter o Duster, trouxe mais um forte competidor: o Captur, que já é prometido para vir para o país há muito tempo.


O novo SUV da marca francesa chega com duas opções: Zen, com motor 1.6 de 120 cv e câmbio manual e Intense, 2.0 de 148 cv e câmbio automático. Fabricado no Complexo Ayrton Senna, no Paraná, o veículo parte de R$ 78.900 na versão 1.6 e R$ 88.490 na 2.0.

Motor e câmbio
Testamos a versão 2.0 com câmbio automático de 4 marchas, motor que entrega 148 cv a 5.750 rpm com etanol e 143 cv, na mesma rotação, quando abastecido com gasolina. O motor de 16V desenvolve 20,9 kgfm de torque a 4.000 rpm com etanol e 20,2 kgfm com gasolina, também a 4.000 rotações. 

Motor 2.0 rende até 148 cv e só está disponível com câmbio automático
Em todas as versões, assim como vimos no motor do Renault Sandero e Logan 1.6, há o Energy Smart Management (ESM), que nada mais é do que uma regeneração de energia a partir de um alternador pilotado. Durante a desaceleração do carro, assim que o motorista tira o pé do acelerador e entra em ação o freio motor, o propulsor continua girando sem consumir combustível. É nessa hora que o alternador, automaticamente, passa a recuperar a energia e a envia para a bateria, sem que haja a necessidade de uso de combustível para isso. Ou seja, durante a aceleração o alternador não precisa retirar energia do motor para enviar à bateria, já que ela estará suficientemente abastecida nas desacelerações. Isso faz com que o modelo fique até 2% mais econômico. Lembrando que esse sistema não tem ligação nenhuma com os freios do veículo.

E por falar em economia de combustível, as versões Zen e Intense estão equipadas com a função Eco Mode, que é ativada por um botão localizado logo abaixo da alavanca de câmbio, num lugar de difícil acesso e visibilidade (sendo honesto). Nesse caso, que nada mais é do que injetar um pouco menos de combustível, o veículo pode atingir uma economia de até 10%. Ao trafegar com o veículo na estrada e cidade, mesmo com o 2.0 de 148 cv, não aconselho o motorista a fazer isso, porque aí o modelo deixará a desejar nas acelerações. Esse modo é mais utilizado quando o carro está em um engarrafamento, no qual não há muitas possibilidades de arrancar. Exceto nesse caso, o botão do Eco Mode pode te deixar um pouco frustrado com o desempenho do veículo, uma vez que a economia não é tão significativa.

Espaço interno é bastante generoso na parte de trás

Novos mostradores são de fácil leitura
Media Nav no centro do painel é de fácil utilização
Outro fator que pode auxiliar o motorista a dirigir de maneira mais econômica é o GSI, indicador de troca de marcha, que mostra no painel qual a marcha ideal para cada tipo de situação, conforme a rotação do motor, condução e posição do pedal do acelerador.

O controle eletrônico de estabilidade (ESP) e o controle eletrônico de tração (ASR) da Bosch atuam nos freios e injeção do veículo fazendo com que, mesmo em situações críticas, o SUV mantenha a rota sem causar danos aos ocupantes e a terceiros. Este item já é de série desde a versão Zen 1.6 SCe manual, que conta ainda com quatro airbags (dianteiros e laterais para os passageiros da frente apenas), assistente de partida em rampa (HSA), isofix, direção eletro-hidráulica (que mais parece hidráulica do que elétrica, por conta do peso), volante com regulagem de altura, ar-condicionado, rodas de 17 polegadas de liga leve, vidros elétricos, alarme, chave-cartão, comando de áudio e celular na coluna de direção, banco do condutor com regulagem de altura, luzes diurnas em LED, retrovisores rebatíveis, piloto automático com indicador e limitador de velocidade e como opcional o sistema multimídia Media Nav com câmera de ré que sai por R$ 1.990. A pintura de duas tonalidades, como o veículo das fotos, custa R$ 1.400.

A versão 2.0 Intense com câmbio automático adiciona rodas de 17 polegadas de liga leve diamantadas, apoio de braço para o motorista, Media Nav 7” sensível ao toque, câmera de ré, ar-condicionado automático, sensor de chuva e crepuscular, faróis de neblina com função cornering light, e como opcional há bancos de couro por R$ 1.500.

Europeu, com design brasileiro
Criado e desenvolvido aqui pela Renault Tecnologia Américas (RTA), com o objetivo de desenvolver produtos que atendam às necessidades do consumidor latino –americano, o Captur rodou mais de 1 milhão de quilômetros apenas no Brasil. Com isso foi possível desenvolver um veículo mais apto a encarar as “buraqueiras” daqui, permanecendo apenas o sistema de freios, suspensão traseira e cremalheira iguais ao do Renault Duster.

“O design do Captur, com linhas bem marcadas, garante um efeito harmônico e reflete a nova identidade da marca”, afirma Vincent Pedretti, chefe de design do RDAL – Renault Design América Latina.


Começando pela dianteira vemos as luzes diurnas de LED no formado de um “C” contornando os faróis de neblina. O capô chama atenção pelos grandes vincos. Na lateral há um grafismo cromado na parte inferior das portas, bastante charmoso e que destaca a linha de cintura alta do modelo. Um detalhe bonito que pode custar caro para consertar, uma vez que batidinhas de porta são frequentes. As lanternas de LED são o detalhe mais bonito no conjunto: com as luzes em LED e alógenas, o conjunto chama atenção pela harmonia e os três contornos em “C”.

Por dentro há um novo quadro de instrumentos, que mescla digital com analógico. O interior também pode receber acabamento em dois tons, dependendo da versão. O Captur tem 4,33 m de comprimento,  2,67 m de entre-eixos, 1,81 m de largura e 1,62 m de altura. Seu ângulo de entrada é de 23° e de saída fica em 31°. O porta-malas tem capacidade para 437 litros, o mesmo do Honda HR-V.

Veículo já vem equipado de série com assistente de partida em rampa
A câmera de ré é opcional e custa R$ 1990 junto com o multimídia
Ao volante o veículo é bastante agradável, principalmente na cidade. Em percurso urbano o motorista não sentirá falta de mais marchas no câmbio de apenas quatro velocidades. Contudo, quando chega a hora de pegar estrada, aí complica. O câmbio, apesar de esforçado, já sente o peso da idade e não consegue dar ao Captur o desempenho que se espera de um SUV como este, que chega para ser – até quando chegar o Koleos, SUV grande da Renault – o SUV mais requintado da marca francesa no país. Apesar de ter 10 cv a mais que o Duster 2.0, o veículo não flui com suavidade e demora um bocado para ganhar a velocidade necessária. A 120 km/h o câmbio já passa dos 3.000 rpm, fazendo com que o consumo de combustível seja muito elevado.

A montadora anuncia que a aceleração de 0 a 100 km/h do Captur se dá em 11,1 segundos com etanol. Já com gasolina a versão 2.0 chega a 100 km/h depois de 12,0 segundos. O consumo da versão Intense é de 6,2 km/l com etanol e 8,8 km/l com gasolina na cidade. Já na estrada ele consegue média de 7,3 km/l com etanol e 10,8 km/l em percurso rodoviário. Seguindo esses dados, com um tanque de combustível de 50 litros a sua autonomia máxima é de 540 quilômetros.

A suspensão é confortável e com carro cheio deve ficar ainda melhor, absorvendo bem as irregularidades do piso. Um pouco diferente do Duster, que costuma pular um pouco mais nas imperfeições do asfalto. O AFU (auxílio de frenagem de emergência) funciona muito bem, pois quando o veículo começa a desviar a traseira, o sistema de freios já distribui eletronicamente a frenagem para garantir melhor segurança. E por falar em freios um pecado da Renault foi não colocar discos nas quatro rodas: são dois circuitos em “X”, de acionamento hidráulico, com discos ventilados de 280 mm de diâmetro na dianteira e freios traseiros com tambores de 229 mm de diâmetro.

O Captur chega com três anos de garantia ou 100 mil quilômetros rodados e a Renault fez questão de trazer esse veículo para o mercado para ser concorrente de Honda HR-V, Ford EcoSport, Nissan Kicks, Jeep Renegade e outros, pois é um segmento que alcançou uma fatia de 15% do mercado em 2016. Além disso a marca vai exportar o Captur produzido no Paraná para mais oito países da América Latina. E atenção: os proprietários dos modelos também contam com apoio do Renault Assistance, um serviço de atendimento emergencial e de socorro mecânico disponível 24 horas por dia, em todo o território nacional. Esta assistência oferece técnico para o reparo no local, remoção do automóvel para a concessionária mais próxima, meio de transporte alternativo aos ocupantes do veículo e vale por 24 meses.

Confira o vídeo do funcionamento do Motor Renault 1.6 SCe: