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Dirigentes do Sindirepa Nacional participam da Expo Latin Auto Parts 2014 no Panamá


Visitantes da feira tiveram a oportunidade de negociar com empresários do setor da reposição e conhecer novas tecnologias referentes ao mercado de autopeças da América Central, América do Sul e do Caribe

Por: Margarida Putti - 11 de agosto de 2014

Entrada da Latin Auto Parts Expo 2014, realizada no PanamáEntre os dias 09 e 11 de julho, aconteceu na cidade do Panamá, no Centro de Convenções Atlapa, uma das maiores feiras de autopeças do setor automotivo, a Latin Auto Parts Expo 2014.  O evento contou com a participação de mais de 165 empresas internacionais.

Durante a exposição, os representantes sindicais Antonio Fiola e Luiz Sérgio Alvarenga, respectivamente Presidente e Relações Governamentais do Sindirepa Nacional, marcaram presença em debates e palestras que possibilitaram uma ampla troca de experiências e informações comerciais com fabricantes e distribuidores da América Latina e do Caribe.

Os empresários brasileiros aproveitaram o evento para fortalecer as relações com a AutoCare, antiga AAIA – Automotive Aftermarket Industry Association, entidade norte-americana do mercado de reposição. No encontro, ainda foram realizadas reuniões com os grandes players da distribuição, como Auto Value e Napa.

Segundo o presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola, em entrevista exclusiva ao Jornal Oficina Brasil, o evento contribuiu para o avanço do mercado da reparação em escala mundial, gerando novas negociações entre o sindicato e as entidades presentes, além do conhecimento ampliado das inovações tecnológicas.

“Participamos de rodadas, palestras e entrevistas, que foram muito importantes para nossa entidade. Essa foi a primeira edição da Auto Parts, e o objetivo do Sindirepa era formalizar a parceria com a Associação de Reposição Automotiva dos Estados Unidos [AutoCare] para a divulgação da Automec 2015, a ser realizada no Brasil. Através da nossa visita, alavancamos ainda o Encontro Mundial da Reposição, que também será formalizado em 2015”, diz Fiola.

Centro de Convenções da cidade do PanamáPara Luiz Sérgio Alvarenga, relações governamentais do Sindirepa Nacional, a conferência foi relevante para o desenvolvimento dos mercados da América Latina e do Caribe. De acordo com Alvarenga, as perspectivas são muito positivas para o futuro do aftermarket da indústria de peças automotivas. “A conferência deixou claro que um dos maiores entraves para o setor independente é conhecer a frota circulante de veículos automotores, para então se valer de ferramentas que possibilitem sua harmonização de codificação”, disse Sérgio Alvarenga.

 E-commerce
A feira, que teve seu foco voltado para a venda de peças e lançamentos do setor, também apresentou novidades no mercado digital, como o famoso ‘e-commerce’. Na visão dos conferencistas, sem conhecer a frota e seus componentes torna-se inviável o e-commerce pelo setor independente de reposição, pois o mesmo não possui qualquer padrão e o risco de se comercializar uma peça errada é muito grande.

“A ferramenta hoje é bem mais aproveitada no B to B, no qual a relação distribuidor-varejo consegue algum ganho de produtividade e os erros são de menor impacto se comparados às vendas junto às oficinas mecânicas. Além disto, os problemas da língua de origem tornam a adversidade mais agravante, pois outro exemplo citado no evento foi que uma autopeça pode ter várias nomenclaturas nos países de língua castelhana e portuguesa. Ficou nítido que a América está atrás de seu padrão e puxado pelos norte-americanos, mas o caminho ainda é longo”, aponta o responsável pelas relações governamentais do Sindirepa Nacional.

Representantes da AutoCare e do Sindirepa Nacional celebram a realização da exposição internacional de autopeçasDiferenças nas oficinas
Ao visitar as oficinas internacionais, o presidente do Sindirepa-SP observou as particularidades das mecânicas brasileiras e americanas, e afirma que ‘há desigualdades sim’ entre estas empresas de reparação.

“As oficinas dos EUA possuem acesso às informações de maneira mais prática do que no Brasil, pois as próprias montadoras disponibilizam o material para os reparadores. Esses profissionais também adquirem máquinas e equipamentos a preços reduzidos. Já no Brasil, os reparadores enfrentam dificuldades para adquirir os conteúdos técnicos por parte das montadoras, e isso prejudica algumas vezes o andamento dos processos de manutenção e troca de peças de um veículo”, conclui Antonio Fiola.

O presidente notou ainda que, apesar dos impasses, o reparador brasileiro possui mais qualificação que o americano. “A versatilidade do nosso reparador é superior do que na maioria dos outros países. No Brasil, as oficinas independentes representam mais de 80% do reparo, e a concessionária 20%. Nos EUA, as concessionárias vêm ganhando espaço após sua crise econômica ficando em torno de 50% para ambas as partes”, informa Fiola.

O dirigente sindical reforça que ao conhecer uma frota antiga, que gira em torno de 1500 veículos na cidade do Panamá, percebeu que não há preocupação com a proteção ao meio ambiente, diferentemente do que demonstrado no Brasil, principalmente após a criação do Selo Sindirepa de Sustentabilidade (SSS).

“Após criarmos esta prática, desencadeamos inicialmente uma cultura nas empresas pelo assunto do meio ambiente para depois trabalharmos os resultados em negócios que poderão ser obtidos, é transformar problemas em estratégias”, completou Fiola.

Vista aérea do Porto de PanamáTransporte Marítimo
O canal do Panamá é uma ligação marítima entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Ele permite que navios cargueiros, principalmente de containers, cheguem aos seus destinos com mais rapidez. A expansão da via marítima de acessos também influencia na logística dos portos brasileiros, como os das regiões Norte e Nordeste, que já estão preparados (por exemplo, o Porto de Pecém, no Ceará) para receber os navios “Post-Panamax”.

Segundo Fiola, os investimentos na região portuária duplicarão a capacidade do canal, aumentando a eficiência operacional e trazendo benefícios econômicos para o melhor transporte de peças, máquinas e equipamentos.