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Paixão e determinação!


Conheça o perfil profissional dos finalistas, um pouco de suas histórias e entenda porque  são todos vitoriosos.  Um retrato dos profissionais que formam o grupo dos dez melhores reparadores do Brasil em 2015!

Por: Da redação - 14 de janeiro de 2016

Ari de Fátima Pereira, da Auto Mecânica Ari, em Oliveira (MG)

Ele tem 64 anos, fala mansa e sotaque mineiro carregado, gostoso de ouvir. Também começou na lida cedo, aos oito anos, limpando peças na oficina do irmão. Depois, trabalhou mais 15, em outra mecânica da cidade, e, em 1991, montou a Auto Mecânica Ari.

Como aprendeu o ofício, a montar e desmontar motores? Na raça. Participando de um curso aqui, outro ali, de palestras. Atualmente, a maioria dos carros que passam por sua oficina tem idade média de até cinco anos. “Mas também trabalhamos com os antigos. Não temos preconceito.” Não tem preconceito e tem conhecimento. Afinal, no passado, consertou jipe de três marchas, Rural, entre outros modelos.

Estar entre os 10 finalistas do GP Motorcraft foi uma surpresa e tanto. “Não achei que chegaria tão longe. Deus me ajudou.” E ele não chegou sozinho. O filho Daniel também foi finalista, multiplicando o orgulho e a torcida da família. Casado com dona Alfredina há mais de 40 anos, o sr. Ari tem mais duas filhas. Juliana, que estuda Enfermagem, e Patrícia, professora.

Não conseguiu fazer o carro funcionar. Restou ficar na torcida por Daniel, que enfrentou a segunda bateria. Mas ele já é um vencedor, sem dúvida!

Claudio de Oliveira Carvalho, da Proauto Diagnóstico e Reparação, em Vacaria (RS)

Em um ano, a biografia dele não mudou muito, mas o currículo ganhou uma marca de peso: duas vezes finalista do GP Motorcraft e o título de Melhor Reparador Independente de Automóveis do Brasil de 2015. Nos dias seguintes à conquista, telefonemas e visitas à oficina para cumprimentá-lo. 

O resultado é fruto de determinação, disciplina e estudos. A esposa Rose, com quem está há 30 anos, é seu braço direito na Proauto, cuidando da parte administrativa e financeira. Por isso, Claudio faz questão de dizer que o prêmio também é dela. Inclusive o New Fiesta, que será mais usado por ela.

Foi no quartel que Cláudio despertou para a mecânica. Como era um dos poucos com carteira de habilitação, foi designado para o transporte. Fez o curso de auxiliar de mecânico, alcançou a patente de sargento, mas desistiu da carreira. Aos 26 anos, pediu baixa do serviço militar e montou a oficina junto com a esposa. E lá se vão duas décadas, com uma média de 50 carros reparados por mês, a maioria fabricada entre 2005 e 2013. O gosto pela leitura, a curiosidade e o interesse pelo aprendizado contínuo contribuíram para o aprimoramento profissional na área, e para conquistar o Segundo GP Motorcraft.

Daniel Henrique Pereira, da Auto Mecânica Ari, em Oliveira (MG)

O mais novo dos finalistas disputou o título de Melhor Reparador Brasil com o pai. Sem dúvida, motivos para aumentar a ansiedade e a expectativa. No entanto, Daniel, de 28 anos, demonstrava confiança nos dias que antecederam à final do GP Motorcraft 2015.

A confiança de quem tem prazer no que faz e está sempre estudando, se aprimorando, participando de fóruns online, grupos no Whatsapp, palestras, feiras e outras oportunidades que agreguem conhecimento. Ao aprendizado constante, soma-se a ousadia. “Quando me deparo com um problema mecânico que desconheço, enfrento. Nada de passar para frente. Pergunto, pesquiso. É uma maneira de aprender.”

Apesar de muito bem localizada, a maioria dos clientes chega à Auto Mecânica Ari por indicação, o primeiro atestado de que fazem um serviço bem-feito, com qualidade e honesto. O GP Motorcraft é o reconhecimento de outro elo da cadeia. “No ano passado, fiz a prova on-line, mas fui sabotado pelo sistema”, comenta, entre risos, o mineiro recém-casado com a psicóloga Marina.

Na etapa final, não foram tão felizes: ficaram sem o título e o carro para Oliveira, mas, certamente, muita experiência e fotos.

Flávio Terenciani, da Oficina Mecânica São Lucas, em Pongaí (SP)

O pai trabalhava na roça e não queria o mesmo destino para o filho. Por isso, pediu para o dono da oficina deixá-lo trabalhar de graça, para aprender um ofício. Flávio tinha uns 12 anos, mas, segundo ele, aos sete já sabia que queria trabalhar com parafuso.

Ficou no primeiro emprego por três anos, sendo que nos primeiros seis meses não recebeu pagamento, apenas aprendizado. Os 10 anos seguintes foram em uma oficina mais famosa. Além de ser autodidata, fez vários cursos de qualificação. Há 18 anos, montou a São Lucas, em sociedade com o irmão Marcos. Não poderia ser diferente, já que percorreram o mesmo caminho e oficinas, sempre juntos. “É o meu braço direito. Graças a ele, pude me dedicar aos estudos para o GP Motorcraft.”

Casado há 22 anos com Sirlene e pai do Lucas, 20, e do Leonardo, 12, Flávio tinha outro motivo para estar orgulhoso. O filho mais velho, estudante de Engenharia Mecânica, também passou para a segunda fase. No entanto, por causa das provas na faculdade, abriu mão de participar da etapa final.

Sobre os concorrentes, Flávio garante que todos eram altamente capacitados, e que a disputa foi acirrada. Ele chegou bem perto: foi um dos três que conseguiram fazer o carro funcionar.

Jorge Tutomu Ishikawa, da Autotec, em São Paulo, capital

São Paulo é o estado com mais inscritos no GP Motorcraft 2015. Exatamente, 37,4%. Mas o sr. Jorge era o único representante da Capital entre os finalistas. Também estava entre os mais velhos, de idade e na profissão. A Autotec foi fundada por seus irmãos há 50 anos, em Santana, zona norte. Ele começou a trabalhar com eles aos 15. 

Hoje, aos 65, toca a oficina, agora no bairro do Carandiru, com mais oito funcionários. Na parte administrativa, conta com a ajuda dos filhos, Rubens e Rui, engenheiro civil e advogado, respectivamente. Sem nenhum curso técnico específico, é autodidata – como a  maioria no segmento de reparação. Fez cursos de aperfeiçoamento, promovidos por empresas do setor automotivo e pelo SENAI. O segredo da longevidade do negócio? A propaganda boca a boca, um trabalho realizado com paixão, honestidade, dedicação e muita qualidade. “A pessoa satisfeita recomenda.” E, no caso da Autotec, de geração para geração. “Cuido do carro dos netos de alguns clientes.”

Reparação automotiva não é o único setor que domina. Ele é sócio na empresa de construção residencial do filho. “Coloco a mão na massa literalmente, e ajudo na gestão dos funcionários.”

Marcelo Menaldo Pedro, da Oficina Líder, em Pirassununga (SP) 

A Líder foi fundada em 1974, pelo pai, sr. Antônio. Marcelo tinha apenas um ano. Aos nove, começou a frequentar a oficina, porque a mãe não queria que ele brincasse na rua. Aos 13, foi registrado como auxiliar de almoxarife. 

Fez curso técnico  de Mecânica, em Limeira (SP), correspondente ao ensino médio, e vários treinamentos promovidos por empresas do setor.  “Se quiser continuar no ramo, é preciso se aprimorar. A evolução tecnológica é constante e muito rápida.”

Desde 1992, a oficina tem sede própria. Atualmente, toda a família está envolvida no negócio. Ele, que coloca a mão na graxa, o pai e as duas irmãs, na parte administrativa, são sócios. Neste time, juntam-se mais 13 funcionários. 

Casado há 12 anos com Ana Paula, administradora de empresa, estar entre os finalistas do 2º GP Motorcraft é motivo de orgulho, para ele, a família, funcionários, amigos. Para a cidade. “É uma forma de levar o nome da oficina e de Pirassununga para outros cantos.”

A expectativa com a final era grande. A ansiedade estava lhe tirando o sono. Mas uma certeza Marcelo trouxe na bagagem: já era um vencedor.

Maurício Orlando, da Oficina Mogi, em Mogi Mirim (SP) 

Outro bicampeão do GP Motorcraft, Maurício também contou com o fator sorte na segunda edição. Ele foi o 11º colocado na prova teórica. A desistência do filho do Flávio o colocou entre os finalistas. Mas mesmo sendo um veterano na competição, a ansiedade e a expectativa na véspera do dia D eram grandes.

Diferentemente da maioria do setor de reparação, ele não herdou a profissão e o negócio da família. Muito menos foi seu primeiro trabalho, motivado pelas brincadeiras com carrinhos quando criança. Antes, trabalhou na lavoura e no ramo aviário. 

Em comum, Maurício carrega a paixão e a curiosidade pela mecânica. Esta última, despertada quando comprou seu primeiro carro, aos 18 anos. “Quando surgia um problema, eu mesmo consertava.” Para tornar-se um profissional, começou a fazer cursos pela internet. Livros e apostilas sobre o assunto tornaram-se seus companheiros.

O resultado de tanta dedicação não poderia ser outro. Há dois anos, um amigo convidou Maurício para trabalhar em sua oficina. Não teve dúvidas, largou a empresa onde estava há 10 anos. 

Participar do GP Motorcraft e ser finalista duas vezes são a prova de que fez a escolha certa.

Orlando Bursteinas, da Oficina Checkpoint, em Tramandaí (RS)

Este gaúcho de Porto Alegre, engenheiro mecânico e metalúrgico, formado pela PUC-RJ, também tem uma história curiosa com o setor de reparação independente. Foi trabalhar no ramo depois de aposentado, com uma carreira construída na Cosipa e Usiminas. 

Orlando transformou o hobby em profissão em 2003 quando, junto com o filho Rodolfo, que é engenheiro automotivo, montou a Checkpoint. “Sempre gostei de mexer nos carros, fazer um conserto ou outro, por prazer.” O contato com o público e a experiência no trato com clientes ele adquiriu nas empresas onde trabalhou. Hoje, aos 63 anos, orgulha-se ao dizer que recebe na oficina “os abacaxis” que as outras não conseguem resolver.

Ser um dos finalistas do GP Motorcraft também é motivo de satisfação. “Se ganhar, será ótimo. Mas só de estar entre os melhores me deixa feliz. É uma excelente oportunidade para trocar experiências, fazer networking e testar os conhecimentos”, disse, dias antes da prova prática.

Depois da final, Orlando tinha uma outra decisão pela frente: o destino da Checkpoint. Como o filho foi convidado para trabalhar na GM, ainda não sabiam como continuar com a oficina.

Robinson Bensi Paulino, da Auto Center Beira Rio, em Santo Antônio da Platina (PR)

Esta é mais uma história de filho que começou a frequentar a oficina do pai ainda criança. Robinson tinha uns sete anos, e ficou na Saturno, mais conhecida como oficina do Fio, até os 15, quando foi para o Auto Center Beira Rio, onde trabalha há mais de 20 anos. 

Além de observar os outros, ele é ávido por conhecimento. No passado, escrevia aos fabricantes de peças, solicitando material técnico. Fez vários cursos a distância, por fitas VHS e DVD, em um tempo que ainda não tinha acesso à internet.

Presenciais, também foram diversos. Técnico em Contabilidade, correspondente ao ensino médio; Técnico em Eletromecânica, no Instituto Federal do Paraná, cujo vestibular é altamente concorrido; Técnico em Informática; cursos de qualificação em Mecânica Automotiva e Injeção Eletrônica, pelo SENAI; entre outros.

Robinson, a exemplo de todos os participantes, diz que, independentemente da vitória, o GP Motorcraft reconhece e valoriza a profissão, muitas vezes negligenciada no setor. Conhecer o SENAI Ipiranga e a linha de montagem da Ford foi a realização de um sonho. Fazer o carro funcionar no dia seguinte, a glória. E ele fez. Só que o Claudio foi mais rápido!

Rodrigo Kersting, da MK1 Oficina Multimarcar, em Panambi (RS)

O sobrenome já apareceu nestas páginas no ano passado. O pai, Silvio, foi finalista do 1º GP Motorcraft. Com esta informação, é possível deduzir a história de Rodrigo com a mecânica. Aos oito anos, começou a frequentar a oficina do pai. Dos 14 aos 17, trabalhou registrado. 

Aos 18, foi para uma concessionária em Canoas, e iniciou o curso de Engenharia Mecânica, na Unijuí. Dois anos depois, transferiu-se para a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), onde estudou mais um ano. O nascimento do filho e a negativa da faculdade em aceitar o período cursado anteriormente o fizeram desistir do diploma universitário. Seria mais um, entre tantos certificados que possui, de treinamentos e capacitações promovidos pelas concessionárias onde trabalhou e pelo SENAI da região.

Em 2013, voltou às origens, agora sócio do pai na MK1. Fez a prova teórica  no 1º GP, mas não gabaritou. Estudou firme durante o ano e teve o esforço recompensado, para orgulho e felicidade de toda a família. E olha que o pai queria que Rodrigo fosse médico!

Já sabia a quem dedicaria a vitória: ao avô materno, o primeiro ajustador mecânico da concessionária Volkswagen em Panambi, falecido há dois meses.