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Maldição do pônei trouxe bênção para Nissan


Fundada no Japão em 1933, a Nissan é reconhecida mundialmente pela qualidade dos produtos, excelência em engenharia e por desempenhar um papel importante em diferentes áreas, utilizando avançada tecnologia

Por: Vivian Martins Rodrigues - 18 de janeiro de 2012

Fundada no Japão em 1933,  a Nissan é reconhecida mundialmente pela qualidade dos produtos, excelência em engenharia e por desempenhar um papel importante em diferentes áreas, utilizando avançada tecnologia. Em 1999, uma aliança com a Renault permitiu a união de forças e o estabelecimento de uma parceria sólida, que tornou o grupo a terceira maior montadora de veículos do mundo. Somente em 2010, por exemplo, a Renault-Nissan vendeu 7,276 milhões de veículos. A aliança permitiu ainda o compartilhamento de plataformas, fábricas e componentes, promovendo uma importante sinergia operacional.

Atualmente a Nissan produz veículos e componentes, como transmissões e motores, em 40 fábricas em mais de 20 países, incluindo o Japão. A empresa conta com mais de 10 mil pontos de vendas, oferece serviços e produtos em mais de 160 países. Também possui 13 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento e 5 estúdios de Design, espalhados pelos 5 continentes. Para toda esta estrutura funcionar, a Nissan emprega mais de 155 mil pessoas.

A empresa tem preocupação de liderar mundialmente discussões sobre as vantagens dos veículos elétricos, que não emitem poluentes. Com um histórico de pesquisas sobre o tema, a Nissan lançou, em dezembro de 2010, o Nissan LEAF, primeiro veículo 100% elétrico a ser comercializado em grande escala, que vendeu mais de 20 mil unidades em seu primeiro ano de mercado. Utilizando baterias de íon-lítio, o modelo elétrico tem autonomia para percorrer até 160 km, sem nenhuma emissão de poluentes - não tem sitema de escape. Ao mesmo tempo, a Nissan está à frente do movimento que busca parcerias com o poder público e a iniciativa privada para incentivar o uso deste tipo de veículo, firmando acordos em diversas cidades e países. Um deles foi assinado em abril de 2010 com a Prefeitura Municipal de São Paulo, com o objetivo de encorajar o desenvolvimento de infraestrutura e de oportunidades necessárias para colocar o Nissan LEAF nas ruas da cidade.

NO BRASIL
Presente no Brasil desde 2002, quando começou a fabricar a picape Frontier em São José dos Pinhais (PR), a Nissan tem crescido significativamente nos últimos anos. A empresa pretende atingir 5% de participação de mercado até 2014. Para isso, deve lançar dez produtos no mercado brasileiro até 2016. Lançados em 2011, o Nissan March e o Nissan Versa marcaram a entrada da empresa nos dois segmentos de maior volume do mercado brasileiro, o de hatches compactos e o de sedãs compactos. A expansão da rede de concessionárias da Nissan no Brasil também vai contribuir muito para a maior competitividade. A Nissan opera hoje com 122 lojas em todo o País e tem planos de aumentar esse número para mais de 239 até 2016.

Outro pilar deste plano de crescimento é a nova fábrica da Nissan em Resende, cidade no sul do Estado do Rio de Janeiro, cuja construção foi anunciada em outubro de 2011. Prevista para entrar em operação em 2014, e com capacidade de produzir 200 mil carros por ano, a nova unidade terá o investimento de R$ 2,6 bilhões, criando 2 mil postos de trabalho diretos e quase a mesma quantidade indiretamente. A linha de montagem de São José dos Pinhais (PR) continuará a produzir os modelos da família Livina, Frontier e Frontier Attack.

A Nissan recebeu durante o ano de 2011 diversos prêmios na área de comunicação e entrevistamos Murilo Moreno, diretor de marketing, que em dezembro recebeu o prêmio personalidade de marketing do Top de Marketing, entregue pela ADBV-PR.

Jornal Oficina Brasil: Fale sobre a sua história com a Nissan e sua atual posição na empresa.

Murilo Moreno: Sou formado em publicidade pela Universidade Federal de Minas Gerais, e mestre em marketing pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Entrei na Nissan do Brasil em janeiro de 2010, quando assumi o posto de diretor de marketing, com importantes missões: ajudar a tornar a marca mais conhecida para o consumidor brasileiro e a atingir 5% de participação de mercado até 2014.

Os resultados da Nissan comprovam. Em 2011, a marca vendeu 67.284 carros, 88% mais que em 2010. Outro ponto forte foram as campanhas de varejo, como a dos “Pôneis Malditos”, que ajudou a vender mais picape Frontier.

JOB: Qual o nível de nacionalização dos veículos comercializados no Brasil?

Murilo: Dos veículos comercializados pela Nissan do Brasil, dois são produzidos localmente: a linha Livina e a picape Frontier. A família Livina (Livina, Grand Livina e X-Gear) tem 75% de índice de nacionalização, enquanto na Frontier é de 66%. Ambos são produzidos em nossa linha de montagem em São José dos Pinhais (PR), que tem capacidade para 59 mil veículos/ano.

JOB: Os lançamentos dos últimos anos aumentaram a participação da Nissan no mercado brasileiro. De quanto foi este crescimento?

Murilo: A Nissan do Brasil tem apresentado um constante e vigoroso crescimento no mercado nacional nos últimos anos. Em 2010, por exemplo, o crescimento foi de 54,6%. E, no ano passado, crescemos 88% sobre este resultado.

A Nissan atingiu, em dezembro de 2011, a inédita marca de 11.700 unidades vendidas em um mês e 3,6% de market share (no mês).

Para se ter uma ideia, em dezembro de 2009 a marca vendeu pouco mais de 1.700 carros e tinha 0,8% de participação. O crescimento neste período nos levou da 13ª colocação entre as marcas mais vendidas para a 7ª em dezembro de 2011, depois dos lançamentos do March e do Versa.

Junto com o March, primeiro compacto popular japonês do Brasil, e com o sedan compacto Versa, também primeiro representante japonês neste segmento, fizemos diversas ações de marketing, como os “Gritos”, campanhas de varejo curtas e com forte impacto, e propagandas marcantes. Um “Grito” famoso é o dos “Pôneis Malditos”. Somando isso à qualidade de nossos veículos, atingimos esse crescimento expressivo.

Como a Nissan entrou em novos segmentos no ano passado, atingimos um público maior. Em outubro, mês de lançamento do Nissan March vendemos 1.221 unidades, marca 38% superior às nossas expectativas iniciais. Em novembro, o March alcançou 2.261 carros e, em dezembro, 3.232 unidades.

O Versa emplacou 824 unidades em novembro, com apenas 15 dias de vendas, resultado muito acima de outro concorrente direto lançado na mesma época. E o sucesso se confirmou em dezembro, com 2.394 unidades emplacadas. São números que deixam a Nissan do Brasil ainda mais otimista com relação ao seu futuro.

JOB: Com a chegada do Nissan March, qual a projeção de crescimento?

Murilo: A Nissan do Brasil tem o objetivo de conquistar 5% de market share até 2014 e se tornar a maior empresa asiática atuando no mercado nacional. O March e o Versa têm papel fundamental nesse crescimento, pois são os responsáveis por levar a qualidade e a tecnologia da Nissan a muito mais brasileiros.

JOB: O presidente da Fenabrave (Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Sérgio Reze, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em 10 de novembro de 2010, afirmou que as concessionárias têm capacidade de atendimento de 25% a 30% dos carros que representam. Esses dados tendem a aproximar a montadora do reparador independente? Fale sobre isso.

Murilo: A Nissan ainda não tem um relacionamento direto com reparadores independentes, que realizam serviços em carros da Nissan. A frota circulante da marca é pequena, o que faz com que o porcentual de fora da rede Nissan não seja representativo. Eventualmente o que acontece é a troca de óleo ser feita em postos ou oficinas independentes. Estamos trabalhando para termos preços cada vez mais acessíveis e uma disponibilidade ainda maior de peças.

JOB: Qual é o número de concessionárias hoje?

Murilo: A Nissan do Brasil possui atualmente 122 concessionárias em todo o país. Nosso objetivo é chegar a 180 até o fim do ano.

JOB: A Nissan foi muito feliz com a agência de publicidade que produziu a campanha “Pôneis Malditos” para a Frontier. Qual foi a proporção desta ação publicitária?

Murilo: A campanha dos ‘Pôneis Malditos’ foi realmente um sucesso, conquistando 13 importantes prêmios da comunicação e ajudando a Nissan a receber o prêmio ‘Caboré’ na categoria ‘Anunciante’, que é considerado o ‘Oscar’ da publicidade brasileira. Também recebeu o ‘Yahoo! Big Idea Chair 2011’. Sem falar o sucesso na internet, com mais de 14 milhões de views no YouTube.

O mais importante, no entanto, é que a campanha ajudou muito as vendas da Frontier. Para se ter uma ideia, a campanha foi ao ar dia 29 de julho. Naquele mês foram vendidas 1.144 unidades da Nissan Frontier.

Em agosto, este número saltou para 1.487. Agora em dezembro batemos o recorde, com 1.663 emplacamentos da nossa picape.

JOB: Fale sobre as metas e desafios da montadora para 2012.

Murilo:  Em 2010, a Nissan traçou um consistente plano de crescimento para o mercado brasileiro e os resultados já começam a aparecer. Para 2012, nosso principal desafio é o crescimento da nossa rede, aumentando ainda mais a nossa cobertura geográfica.

Para sustentar seu crescimento, a Nissan também aposta nos compactos March e Versa, na qualidade dos produtos de sua linha e em lançamentos - serão 10 modelos até 2016. Outro pilar deste plano é a nova fábrica da marca, anunciada em outubro pelo CEO da Nissan, Carlos Ghosn.

Ela será construída no município fluminense de Resende e começa a operar no primeiro semestre de 2014 com a produção do Nissan March.