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Reparadores automotivos ou super heróis?


A expectativa da entidade é que a frota de veículos chegue a 50 milhões de unidades até 2015. Executivos do setor da reposição automotiva acreditam que o segmento deve continuar em ritmo de crescimento.

Por: Vivian Martins Rodrigues - 15 de março de 2013

 

Rough

Começo este editorial falando de super heróis: este ser que é um personagem fictício “sem das proezas físicas dedicadas aos atos em prol do interesse público, atuando habilidades acima da média.” E os assemelho aos profissionais da reparação automotiva,  que sem capas ou máscaras. Ora, se estes profissionais conseguem atender ao mercado automotivo aquecido como está, com vendas de veículos zero km em alta constante, com a indústria de autopeças a todo vapor e a demanda elevada nas oficinas brasileiras, nas
condições que são propostas... então, eu os declaro super heróis.

Somente na região metropolitana de São Paulo, as oficinas mecânicas atendem a 20% da frota do país e estou, baseada em dados, afirmando que a rede de reparação independente atende a 80% da frota automotiva brasileira, inclusive carros recém lançados.

No atual cenário, o setor de reparação automotiva tem crescimento anual de 10%, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A expectativa da entidade é que a frota de veículos chegue a 50 milhões de unidades até 2015. Executivos do setor da reposição automotiva acreditam que o segmento deve continuar em ritmo de crescimento. E é aí que entram os super heróis: enfrentar os desafios da reparação de veículos com a chegada de novas marcas ao país e com a evolução tecnológica aplicada nos veículos, com pouca ou nenhuma informação técnica fornecida por parte das montadoras de veículos.

É fato que muitas fabricantes de veículos passaram a ver o reparador como aliado, como cliente consumidor de peças e formador de opinião perante os consumidores finais, mas ainda não é suficiente.
E confesso, estou possuída pelo “complexo de Clark Kent,” como diria Geraldinho Vieira, e busco por meio de poderes únicos e privilegiados, a verdade e a justiça para o setor. Então, não se surpreenda quando folhear as nossas páginas e encontrar matérias que ajudem os super heróis das oficinas a enfrentar tais dificuldades. Falta gestão, falta informação, falta conhecer os reais números do aftermarket. Falta aplicação das Normas Técnicas da ABNT.

Se hoje somos o maior Jornal especializado do setor, é porque não nos acomodamos na elaboração de conteúdo de qualidade e somos teimosamente insatisfeitos com o trivial. Não basta trocar peças até descobrir o defeito do veículo. O reparador que quiser acompanhar os avanços tecnológicos e não ser engolido por eles, vai ter que fazer melhor que isso.

Em 2010, a CINAU (Central de Inteligência Automotiva) identificou em uma pesquisa que, 97% dos proprietários de oficinas têm dificuldade de contratar funcionários, sendo que o principal motivo apontado foi a falta de qualificação da mão de obra. Muito bem, para os profissionais existentes no mercado, fica o desafio, pois é imprescindível acompanhar a entrada de novas marcas de carros no mercado. É necessário dizer ao setor que os carros que estão parados na oficina com necessidade de manutenção precisam de peças de boa procedência certificadas pelo Inmetro, aplicação adequada e informações por parte dos fabricantes.

O reparador pode vencer as dificuldades encontradas no dia a dia, mas infelizmente sem super poderes. Será primordial estudo, empenho, dedicação e qualificação.