Notícias
Vídeos

2014 será ruim? 2014 será ótimo!


As empresas que atuam com foco em serviços e na reposição de autopeças não precisam temer 2014, pois se for um ano ruim como está pintando... será certamente um ótimo ano para o aftermarket.

Por: Cassio Hervé - 13 de março de 2014

Já estamos fechando o primeiro trimestre de 2014 e as especulações sobre o desempenho da economia “no ano da Copa” continuam apontando para um lado mais sombrio. Há desânimo junto ao empresariado nacional e na comunidade internacional, efetivamente, a estrela do Brasil se apagou. Ajuda a formar um quadro desanimador o juro alto, orçamento público que não fecha, a inflação renitente, iminência de rebaixamento do país junto às agências de risco, fora os tradicionais gargalos da logística, impostos, burocracia, etc.

Neste cenário o crescimento do PIB para 2014 está estimado em torno de pífios 1,8%, ou 1,6% de acordo com o último relatório da MB Associados. Já no nosso segmento, as vendas de carros novos, segundo dados da ANFAVEA divulgados no início de janeiro, indicavam queda na produção de 3,5% para 2014. Resultado este, mesmo considerando os efeitos positivos  das vendas do estoque com IPI “antigo” no início do ano, que bateram recordes.

Tal quadro compõe uma expectativa difícil para a indústria automotiva, no que diz respeito à venda de carros novos, porém, quando colocamos o foco na mercado de reparação... surpresa! As perspectivas são ótimas!

Não há mais dúvida que, a exemplo do que se observou nos mercados da Europa e EUA açoitados pela pior crise das últimas décadas,  fica claro que quem se beneficia nestes momentos de queda da atividade econômica e venda de carros novos é o aftermarket.

Dados sobre o desempenho da indústria do aftermarket automotivo nestes mercados reafirmam a relação de “bens substitutos” entre vendas de carros novos e reparação/venda de peças onde, como no clássico modelo   econômico, a população empobrecida substitui a manteiga (carro novo) pela margarina (reparação). 

Neste sentido, quando analisamos os dados do  IGD (Indicador Geração de Demanda) produzido pela nossa CINAU, verificamos que 2013, mesmo sendo um ano muito bom para a venda de carros novos, não foi ruim para a reparação, que também cresceu, mas que poderia ter crescido ainda mais.

Ou seja, mesmo preferindo comprar um carro novo, os donos de veículos usados também investiram na reparação. Outro indicador favorável ao aftermarket foi o robusto crescimento da venda de seminovos e usados, que sempre demandam uma boa revisão antes ou depois do negócio.

Também colabora para um “céu de brigadeiro” nos horizontes de 2014 do aftermarket automotivo o fato de que nosso estoque reparável de veículos, um conceito desenvolvido na CINAU para designar os veículos que estão em circulação e que já não mais frequentam as concessionárias, ter batido a casa dos 32 milhões de automóveis e comerciais leves no final de 2013. Assim, o número “per capita” de carros por oficina nunca foi tão alto.

Completando o cenário positivo para o mercado de reparação independente em 2014, a percepção de que o foco das montadoras tem sido mesmo na briga pela venda de carros novos, o “serviço” (por ser complexo e difícil) nas ações práticas e efetivas das concessionárias acabam em segundo plano. Mesmo as garantias mais longas não têm impactado de forma tão agressiva no aftermarket independe, pois boa parcela dos reparos foge aos itens cobertos e é comum encontrarmos veículos em garantia recebendo serviços nos estabelecimentos independentes. Porém, quando o assunto é venda de peças e relacionamento com as oficinas independentes, e de olho neste promissor mercado, assistimos movimentos consistentes das montadoras e suas concessionárias na direção deste segmento.

 Assim, as empresas que atuam com foco em serviços e na reposição de autopeças não precisam temer 2014, pois se for um ano ruim como está pintando... será certamente um ótimo ano para o aftermarket.  Diante desta positiva realidade, você que tem oficina ou atua em qualquer área do mercado de reparação independe pode ficar tranquilo, mantenha o foco na gestão de sua oficina (ou seja lá qual for seu negócio no segmento), pois serviço não vai faltar. 

Aproveite esta boa notícia para curtir mais esta edição do jornal Oficina Brasil que está recheada de assuntos relevantes para os profissionais da mecânica e donos de oficinas e que, pelo que observamos, só precisam se organizar para atender estes milhões de donos de carros que preferem os serviços independentes, principalmente nos momentos de crise. 

Cassio Hervé

Diretor