O Forester é um crossover fabricado pela Subaru (na verdade produzido pela Fuji Heavy Industries e vendido sob a marca Subaru) desde o ano de 1997 no Japão. No Brasil, contamos com o modelo desde 1998.
Compartilhando sua plataforma com o premiado sedã Impreza, adotou a carroceria crossover, porém, depois de dez anos de produção, ganhou corpo e identidade própria, passando a ser um SUV de tamanho pequeno.
Devido ao baixo centro de gravidade, herdado do seu irmão Impreza, o Forester atendia às legislações de segurança de carros de passeio dos Estados Unidos, diferenciando-se dos seus rivais diretos, como por exemplo, a Suzuki Vitara, quel possuía adesivo no parabrisas indicando risco de capotamento.
Além de utilizar uma plataforma conhecida, como já dissemos anteriormente, o Forester possuía o conjunto motor/câmbio de outro modelo da marca, a Outback. O 2.0 boxer de quatro cilindros de 165 cv ofertava 220 Nm de torque a 4.000 rpm.
Este veículo possui a tração integral nas quatro rodas. A divisão de torque, normalmente fica para 90% na dianteira e 10% na traseira. Porém, o sistema é controlado eletronicamente e em casos em que a traseira necessita de mais tração (como por exemplo, em subidas) ou a dianteira, o sistema se encarregará de fornecer a melhor condição.
Já nos modelos de transmissão manual de cinco marchas, essa divisão resume-se a 50% para cada uma.
A segunda geração do modelo chegou ao mercado em 2002 já como modelo 2003, baseando-se na plataforma do novo Impreza e recebeu melhorias em comparação a sua versão anterior.
CURIOSIDADES
A redução do peso através da implantação de alumínio nos componentes, oferece sub-frame reforçado, além de contar com os novos motores 2.5 litros normalmente aspirados ou turbinados.
Já a terceira geração, a contar de 2008 até os dias de hoje, apresenta um design que segue as tendências básicas do Impreza Wagon, com a traseira semelhante aquela utilizada no Impreza sedan.
O novo Forester ganhou 8,9cm em distância entre eixos, 7,6cm de comprimento, 4,6cm de largura e 11cm de altura. Notavelmente, o Forester largou a aparência wagon para se tornar um SUV de respeito, ganhando assim também um maior espaço para carga.
A suspensão traseira independente “Double wishbone” foi redesenhada para ofertar mais conforto ao motorista. O câmbio automático de quatro marchas agora conta com a função “Sporshift”. (Foto 1)
MANUTENÇÃO
Estivemos na Nihon, oficina especializada em reparo e preparação de motores da marca japonesa, localizada na cidade de São Paulo-SP. Os reparadores Osmar das Dores, Francis de Sá e Diego Henrique Martins fizeram o reparo. (Foto 2)
REVISÃO
O primeiro modelo avaliado era de ano/modelo 2010 e estava com 52.000km rodados. Segundo o reparador e proprietário da oficina Osmar, nesta são necessárias as trocas dos filtros de combustível, óleo, ar e de ar condicionado. Além destes ainda acrescenta-se o óleo lubrificante do motor e o jogo de velas. (Fotos 3, 3A e 3B)
“Nesta revisão é muito importante a substituição do filtro de cabine do veiculo, pois se deixar de ser trocado, sua deterioração se acentuará de tal maneira que o mesmo chegará a se dissolver”, comentou Osmar.
Questionado sobre as manutenções mais corriqueiras no modelo, Osmar foi enfático: “a linha Subaru possui mecânica muito resistente e confiável, não é um carro que costuma apresentar defeitos, exceto pelo descuido do proprietário. Claro que são necessárias revisões periódicas, como a troca de buchas da suspensão por desgaste natural”.
Com relação a substituição das velas, Osmar fez um comentário importante: “o veículo no geral é de fácil manutenção, apenas as velas que ficam em uma posição de difícil troca, (pois como o motor é boxer), ficam dispostas no sentido da longarina, portanto a chave de velas a ser utilizada deverá ter boa angulação”. (Foto 4)
MANUTENÇÃO DA SUSPENSÃO
Já o segundo Forester que acompanhamos estava realizando a troca das buchas das bandejas, da barra estabilizadora e ainda das bieletas. O veículo era de ano de fabricação 2006 e estava com 92.000km rodados. (Foto 5)
“A substituição dos componentes com 92.000km rodados só demonstra o quanto este veículo possui uma engenharia robusta para enfrentar todo o terreno, mas lembrando é claro que sem abuso”, comentou Francis.
Acompanharemos a seguir o passo a passo de substituição destes componentes.
BUCHA DA BANDEJA
Para que as bandejas possam ser acessadas, primeiramente devemos remover o agregado que torna a suspensão dianteira mais protegida e ainda evita que a carroceria sofra grandes torções.
Para tal, siga:
1) Remova os parafusos que fixam o protetor de cárter; (Foto 6)
2) Retire o protetor de cárter; (Foto 7)
3) Com o agregado livre, remova os parafusos de suas extremidades, depois continue seguindo a remoção até a parte frontal; (Fotos 8, 8A, 8B e 8C)
4) As buchas da bandeja estarão livres, portanto, remova as chapas de proteção das buchas e retire o parafuso frontal de fixação+; (Foto 9)
5) Remova os dois parafusos que fixam as buchas ao quadro do veículo com uma parafusadeira pneumática; (Foto 10)
6) Remova as buchas. (Foto 11)
Neste caso, após toda a quilometragem percorrida pelo veículo, a bucha direita estava estourada. (Foto 12)
Para substituí-la, basta seguir o procedimento de 6) até 1), inclusive reinstalando o agregado. Lembrando que o torque de aperto deste é de 7,5kgf.m. (Foto 13 e 13A)
BIELETAS
Ao contrário do que ocorre com a grande maioria dos veículos que estamos acostumados a receber em nossas oficinas, as bieletas utilizadas no Forester são extremamente curtas. Segundo o reparador Francis, estas apenas permitem uma maior suavidade da suspensão e o restante do conjunto é que proporciona a segurança devida.
Para removê-las, siga:
1) Remova a porca e o parafuso que fixam a bieleta ao eixo de torção; (Fotos 14 e 14A)
2) Remova os mesmos na outra extremidade fixada a bandeja.
Apenas com esse procedimento, retire a bieleta usada e coloque-a de novo repetindo a fase anterior de 2) a 1). (Foto 15)
INFORMAÇÕES E PEÇAS
“Posso dizer que hoje compramos 50% das peças em concessionárias da marca, e os outros 50% chegam a nós através de importação. Isso devido ao preço abusivo cobrado pelos itens no mercado nacional, tornando a importação destes itens de melhor qualidade e com um preço mais baixo. Com relação a informações técnicas, somente manuais importados também”, comentou Diego Henrique Martins.