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Chrysler 300c foi alongado para ofertar mais luxo e conforto, mas repará-lo é um pesadelo


Chicotes e cardã são exemplos de componentes que precisaram acompanhar o crescimento do veículo. Com manutenção complicada, nem mesmo um elevador pode ser usado para auxiliar no processo de reparação, pois seu tamanho não permite

Por: Fernando Naccari e Paulo Handa - 09 de janeiro de 2014

Ainda não vemos tantos no Brasil, mas as luxuosas limousines estão cada vez mais sendo empregadas como um meio de entretenimento e negócio de alta rentabilidade. Quem não sonhou em passear pelas ruas de grandes cidades dentro e fora do nosso país, com champagne, caviar e tudo o que se tem direito?

Pois é, mas tudo isso tem um preço, e como já sabemos, ele não é barato. Não só o valor em moeda, mas também a dificuldade agregada à manutenção com todas as modificações que um veículo deste tipo necessita.

CARACTERÍSTICAS

Foto 1O reparador Sandro dos Santos (FOTO 1), proprietário da Dr. Chrysler de São Paulo-SP estava com esse exemplar de um Chrysler 300C limousine e nos contou os segredos da manutenção desse gigante.

“No mercado americano o 300C é muito utilizado para tal finalidade, até porque seu design robusto e mais ‘quadradão’ favorece para tal modificação. No Brasil este mercado está crescendo também, onde alguns empresários estão apostando neste tipo de veículo para ganhar muito dinheiro o alugando para noivas, formandos, empresas que queiram impressionar seus clientes”, relatou Sandro.

Foto 2Mas, com todo esse glamour, nem tudo é festa na reparação deste veículo: “Pelo fato de ser um veículo alongado e modificado, alguns componentes não funcionam corretamente, como os airbags laterais, tem-se que inutilizar os cintos pré-tensionadores, alongar os chicotes, os tubos de freio, por exemplo. Por conta disso, no painel (FOTO 2) acende tanta luz de falha que mais parece ‘uma arvore de natal’. Logicamente temos que reparar todas essas falhas, mas estas modificações tem de ser efetuadas com muito critério e segurança, mas para isso é claro, o custo das manutenções fica bem maior”.

Foto 3Foto 4“Os motores utilizados nos 300C transformados para limousine continuam sendo os mesmos do veículo. Tanto os 3.5L (FOTOS 3 E 4) (como o caso deste veículo) quanto os Hemi’s  5.7 e 6.1 de seis e oito cilindros, inclusive mantendo a mesma transmissão. No sistema de transmissão, a única peça que muda é o eixo cardã que acaba sendo alongado”, acrescentou Sandro.

Já na hora de efetuar reparos na parte inferior do veículo, a diversão muda de figura. É o que comentou Sandro: “Pelo tamanho da ‘criança’, você acha que ele cabe em um elevador? Nem pensar! Todo o reparo tem que ser feito no solo. Dessa forma, quando preciso ergo a frente e coloco em cavaletes. Efetuo o reparo necessário e, depois de terminado, abaixo o veículo e só após faço o mesmo com a traseira”.

A manutenção mais trabalhosa foi pontuada por Sandro: “Com certeza o que pesa mais são os dispositivos elétricos, isso como em todos os 300C. para resolver qualquer problema, somente baseado em artigos técnicos, como seus diagramas elétricos. Mas mesmo assim, como o chicote desse veículo é alongado, fica ainda mais difícil”.

Mas, segundo Sandro, o 300C não foi o único modelo da Chrysler que ele viu se transformar em uma limousine “Já atendi PT Cruiser e Journey, além do 300C convertidos neste tipo de veículo”.

“Devido a não ser um carro que anda longas distâncias, os intervalos de manutenção deste são bem mais longos que o de costume, porém, cada um desses reparos tem que ser feito de maneira bem criteriosa, pois devido a ser um veículo que não pode de maneira alguma quebrar durante um aluguel, tudo tem que ser feito de maneira impecável”, disse Sandro.

“Para garantir a confiabilidade do veículo, sempre faço uma vistoria nos dispositivos elétricos deste e um teste de rodagem para ter certeza se tudo está ok. Um fato interessante é que as empresas que fazem este tipo de alteração em nosso país utilizam todo o material produzido em nosso país, sendo pouquíssimas coisas vindas do exterior”, acrescentou Sandro.

Sandro ainda orientou: “Para quem pensa em trabalhar em alterações do tipo ou em reparos destes carros, é uma ótima oportunidade para obter um ótimo lucro, porém, deve estudar muito e se especializar, pois esse tipo de veículo não permite erros de qualquer tipo, por menor que sejam”.


“Para que se possa ter uma ideia, o custo para transformar um veículo em uma limousine, incluindo seus acessórios (FOTOS 5, 6, 7), é, em média, de R$ 250.000,00 fora o preço do veículo. Os proprietários destes veículos me disseram estar bem contentes com o retorno que estão tendo e que a tendência é que, para este ano de copa do mundo, o número desses veículos em nossa frota aumente consideralmente”, finalizou Sandro.