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BMW 325 body kit M3 é sonho de muitos e não é pesadelo para oficinas equipadas


Carregada de sistemas de diagnósticos e controles, o veículo faz com que o profissional que atua com ele tenha equipamentos específicos, pois do contrário, o reparo pode virar um novo problema

Por: Da Redação - 09 de outubro de 2013

A BMW é uma montadora que mexe com o coração dos mais aficionados pelo mundo automotivo. Com sua famosa cara de tubarão e a grade em formato retangular bipartida, dando aspecto de narinas, é a marca mais lembrada quando perguntamos ao povo: “Qual carro importado você teria?”.

A maioria alega que tecnologia de ponta, potência, luxo e design agressivo são os diferenciais da marca. Para complementar, afirmam que não importa o modelo, desde que você fale que tem uma BMW, você será bem visto. 

BMW 325, QUER ENCARAR?
Na oficina Frison Convenience, conversamos com o reparador Rogério Galdin sobre as principais características de manutenção de uma BMW 325 com body kit M3 2009 que estava com 74.223km rodados. Com vasta experiência, Rogério nos confidenciou que trabalha com a marca desde 1985.

O reparador Rogério disse: “Os veículos BMW incorporam muita tecnologia embarcada, tudo possui algum tipo de controle eletrônico, inclusive componentes do powertrain. Assim, saber interpretar e diagnosticar corretamente uma falha é fundamental pra encarar esta fera, pois assim como ocorrem com os modelos dos anos 90, um dia este carro chegará à sua oficina”.

Rogério acrescentou: “Um destes sistemas mais complexos de funcionamento é o Check Control (Foto 1). Este não é apenas um ‘mostrador’ de avarias do sistema, mas sim um sistema que também interage com os componentes vinculados a ele, efetuando inclusive algumas regulagens, quando assim solicitado. Portanto, conhecer seu funcionamento e saber como acessá-lo é uma necessidade do reparador. Agora imagine uma situação comum: de repente acende a luz de pressão dos pneus, de nível de líquido de arrefecimento, airbag e demais, o que você vai fazer?” (Foto 1A)

Foto 1 e 1A
AVERIGUAÇÃO
Pensando nisso, Rogério deu algumas dicas que, quem sabe um dia, poderão ser de grande utilidade para outros reparadores. É o que segue abaixo.

Ao se ligar a chave do contato, o mostrador do painel indicará o próximo item a ser reparado e a quilometragem que este poderá percorrer antes de realizar tal reparo. Caso esta quilometragem seja ultrapassada, o mostrador indicará um sinal de (–) antes do número e da data da sua respectiva troca. Depois de efetuado o reparo, deverá ser utilizado scanner específico para reprogramar a memória do sistema para que este inicie uma nova contagem. Mas deve-se ter muita cautela neste processo, pois a utilização de uma informação incorreta pode danificar o software do sistema DME que monitora o sistema de injeção eletrônica do motor.

Neste sistema, a recomendação é que para veículos com motorização aspirada seja efetuada a troca de óleo a cada 10.000km e em turbo alimentado, a cada 5.000km. Porém, este sistema funciona ofertando um bônus de quilometragem ou retirando-o, dependendo do regime de condução do veículo. Dessa forma, caso o veículo trafegue sob trânsito intenso ou em percursos curtos, o computador retirará quilometragem do total antes previsto, por considerar este um uso severo do veículo. Agora, se o veículo for guiado em trechos de estradas, em regime constante e com motor aquecido, sofrerá acréscimo de quilometragem ao total. Portanto, poderão haver casos em que a indicação de troca de óleo ocorra com 3.500km ou com 15.000km. (Foto 2)

Foto 2 e 3

Na mesma alavanca (Foto 3) onde se encontra o acionador do farol alto e os indicadores de direção (setas), se encontra também o comando do computador de bordo e o procedimento para acessá-lo é:

1) Ao ligar a chave do contato, aparecerão as informações dos componentes que deverão ser averiguados e suas respectivas quilometragens restantes; (Foto 4)

Foto 42) Em seguida, o painel entrará em modo de espera para acesso. Neste momento, na alavanca de comando, direcionamos para cima ou para baixo o interruptor que se encontra no centro desta, para que seja mostrado o componente a ser avaliado.

Neste sistema encontramos os seguintes itens:

• Condição do óleo do motor; (Fotos 5 e 5A)

• Serviço de inspeção no catalizador; (Fotos 6 e 6A) 

• Serviço de inspeção de itens de manutenção; (Fotos 7 e 7A)

• Manutenção e troca de fluído de freios; (Fotos 8 e 8A)

• Manutenção e/ou substituição de componentes do freio dianteiro; (Fotos 9 e 9A)

• Manutenção e/ou substituição de componentes do freio traseiro; (Fotos 10 e 10A)

“Enfim, tudo isso dá um ‘trabalhão’ para se utilizar por alguém que não esteja preparado”, relatou Rogério.

Rogério também comentou: “O reparador que quiser enfrentar a manutenção deste carro não basta ter conhecimento técnico, é necessário também ter equipamentos adequados e uma vasta biblioteca de informações que o auxiliará no diagnóstico e processo de manutenção do mesmo”.

“Um scanner convencional não é suficiente para se efetuar diagnóstico ou reparos de maneira correta nestes veículos. Com a quantidade de monitoramento eletrônico que ele possui, somente um da marca tem a condição adequada para tal”, acrescentou.

“Numa simples troca de farol, por exemplo, precisamos codificá-lo às demais centrais de controle do veículo, pois este possui hard-ware e sem o software correto instalado, não irá funcionar. Outro caso clássico é para fasar o comando de válvulas. Sem a ferramenta adequada é impossível efetuar tal manutenção e, se tentar realizá-la, o prejuízo poderá ser enorme”, disse Rogério

“O grande desafio para a manutenção deste não é a aquisição de peças. Hoje o mercado de reposição para a BMW está muito bom e não compensa mais comprar fora do país, pois nas concessionárias há disponibilidade e descontos vantajosos”.