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Peugeot 207 1.4 – Novo visual, velhos problemas crônicos herdados do modelo 206


Eixo traseiro é um dos problemas crônicos apontado pelos Reparadores. Veja nesta matéria o jeito mais fácil para retirar as bandejas e outras dicas valiosas de manutenção da parte mecânica e do ar-condicionado

Por: Tenório Jr. - 09 de janeiro de 2018

Lançado na Europa em 2006, o modelo 207 da Peugeot chega ao Brasil em meados de 2008 para disputar uma fatia do mercado com as versões Premium do novo Gol e do Corsa, concorre também com o Renault Sandero, o Citroën C3, VW Polo e Fiat Punto.

A marca francesa apostou eFoto 1m disponibilizar o modelo em diferentes versões: hatchback, station wagon e o sedã batizado de “Passion”; palavra francesa que significa “paixão”, em português.

O motor 1.4 utilizado no modelo 207 é o mesmo do antigo 206. Na verdade, a diferença entre esses dois modelos é basicamente estética. Tanto a mecânica quanto os problemas continuam os mesmos; e é exatamente sobre a parte mecânica que vamos falar daqui para frente.

Ninguém melhor que os Reparadores de oficinas independentes para falar sobre os principais problemas e qualidades relacionados à manutenção do nosso Peugeot 207 1.4 8v. Entrevistamos os Reparadores das seguintes oficinas:

FR Auto Center é uma oficina multimarca que está localizada no município de Diadema – SP. Fabio Rebelo de Moraes (foto 01) tem 40 anos de idade e 29 de profissão. Começou a sujar as mãos de graxa aos 11 anos de idade, lavando peças em uma oficina muito simples. Ao completar 17 anos abriu sua própria oficina, se formou em técnico na escola SENAI. “Foi depois que fiz o curso técnico que realmente cresci profissionalmente – a teoria foi fundamental! Hoje a minha oficina atende em média 250 carros por mês”, diz orgulhoso o Reparador.Foto 2

Na Zona Sul da cidade de São Paulo, bairro Jd. Germânia, encontramos o Centro Automotivo Flech Motors, quem nos concedeu a entrevista foi o Reparador Oscar do Amaral (foto 02), que aos 52 anos de idade relembra como foi no início da carreira: “com apenas 13 anos de idade comecei a trabalhar como ajudante, numa oficina que consertava máquinas agrícolas. Depois fui trabalhar em outra oficina, fiz cursos técnicos na escola SENAI e aos 20 anos de idade consegui abrir a minha oficina. De lá pra cá, tive muitos percalços no meio do caminho, mas, continuo firme e forte trabalhando com amor à profissão e muita gratidão”, diz o Reparador, ainda com brilho no Foto 3olhar.

Na Auto Mecânica Kobata, que fica localizada no bairro Jardim Paulista na cidade de São Paulo, encontramos o Reparador Thiago Amaral das Chagas (foto 03), ele tem 30 anos de idade e 12 anos de profissão.

Thiago nos contou que por gostar muito dessa área que é a reparação automotiva, decidiu entrar para a escola SENAI para fazer o curso técnico de mecânica. “Depois de concluir o curso trabalhei por dois anos numa oficina para desenvolver minhas habilidades e colocar em prática tudo que havia aprendido, me identifiquei tanto que fui fazer outros cursos como: elétrica, injeção eletrônica e ar-condicionado que, aliás, é área que eu mais atuo nesta oficina em que já estou completando 10 anos”, diz entusiasmado o Reparador.

Feitas as merecidas apresentações desses profissionais que generosamente nos concederam as entrevistas, vamos descobrir as particularidades do Peugeot 207 1.4.

Suspensão dianteiraFoto 4

Já vamos começar a avaliação tocando num ponto crítico do veículo francês. Segundo os Reparadores consultados (unanimidade), a suspensão dianteira apesar de eficiente, apresenta defeitos recorrentes em algumas peças. Segundo eles, a suspensão desse modelo é muito frágil, parece não ter sido projetada para as ruas do Brasil.

Bieletas (foto 04) e buchas de bandejas (foto 05) são as peças que apresentam defeito com maior frequência, segundo os técnicos. Thiago ressalta que as bieletas quando estão com folga, fazem muito barulho e poFoto 5dem confundir na hora de fazer o diagnóstico.

Nota: tanto as buchas da bandeja quanto o pivô não são vendidos separadamente, é necessário substituir a bandeja completa (foto 06).

O Reparador Fábio chama a atenção para quando for remover as bandejas ou os amortecedores: “muito cuidado quando for fazer manutenção na suspensão, porque o semieixo poderá escapar e se isso acontecer, a mola que fica entre a ponta do semieixo e a tulipa (foto 07) poderá ficar atravessada, provocando trepidações nas acelerações”, alerta o técnico.

Para evitar que o semieixo desencaixe, solte e retire a porca da homocinética.

Dica do Reparador Thiago – Para facilitar a remoção das bandejas é necessário soltar os parafusos que prendem o quadro à carroceria (foto 08) e os parafusos que prendem a caixa de direção ao quadro (foto 09), assim, haverá curso suficiente para desencaixar os pivôs sem grandes esforços.

O Reparador Oscar relata que os coxins superiores dos amortecedores dianteiros (foto 10 A) apresentam problemas com certa frequência e os rolamentos que ficam alojados nesse coxim também apresentam folgas excessivas, consequentemente barulhos ao passar em terrenos irregulares. Segundo Oscar, “a folga fica tão acentuada que interfere na cambagem. Infelizmente alguns profissionais quando vão alinhar o carro e quando percebem que a cambagem está fora, antes mesmo de verificar a causa já vão colocando aquela ferramenta hidráulica que deforma algumas peças e até danificam, sendo que na maioria das vezes é só trocar a peça que está ruim e a cambagem volta para o grau correto”, conclui lamentando o Reparador.

 

Por falar em cambagem, no caso do Peugeot 207 essa regulagem não existe! Portanto, quando os valores da cambagem estiverem fora da especificação do fabricante, o primeiro passo é verificar todas as peças que compõem o sistema de suspensão com o objetivo de identificar qual ou quais peças estão avariadas ao ponto de interferir no angulo do câmber.

 

Dica do Reparador Tenório Jr: as molas exercem funções importantíssimas no sistema da suspensão de um veículo, como elas não descansam nunca, é natural que elas cheguem ao ponto de fadiga em termos de resistência ao peso, ou melhor, elas literalmente ficam fracas! Logo, assim como os amortecedores, a necessidade de substituição das molas é tão real quanto importante para o ótimo funcionamento do conjunto. A indicação é substituir as molas por quilometragem, juntamente com os amortecedores ou quando houver marcas indicando o contato entre um elo e outro.

Após a substituição das peças avariadas, se a cambagem ainda estiver fora dos limites de tolerância do fabricante, significa que há alguma deformação na carroceria ou chassi. Nesse caso, cabe uma conversa com o cliente para juntos decidirem de que forma essa deformação deverá ser compensada. Lembrando sempre que, independentemente da forma como será realizado o ajuste, não poderá colocar em risco a segurança nem comprometer as peçaFoto 11s que estão instaladas, como: amortecedores, cubos e rolamentos de rodas, etc.

Suspensão traseira

De acordo com os três Reparadores consultados  há um defeito crônico nos rolamentos que ficam nas pontas do eixo traseiro.

Para o Reparador Oscar, além do defeito crônico dos rolamentos do eixo, há os amortecedores traseiros que duram em média 45 mil km e o parafuso que prende a barra de torção que costuma quebrar e dá o maior trabalho para substitui-lo.

Thiago diz que na parte mecânica desse carro a maior reclamação é sem dúvida a fragilidade dos rolamentos do eixo traseiro (foto 11) e o eixo que aloja esses rolamentos (foto 12), ficam tão desgastados que não dá pra trocar só os rolamentos. Neste caso, segundo o Técnico, “o melhorFoto 12 a fazer quando o eixo está ruim é trocá-lo por um novo, porém, pelo alto custo e recorrência do problema o jeito é buscar alternativas no mercado paralelo. Existem empresas que recondicionam esse eixo e outras que fabricam buchas especiais para substituir os rolamentos”, pontua o técnico.

O Reparador Fabio, quando se depara com um problema como esse, recorre a um parceiro que faz o recondicionamento do eixo.

Freios

O sistema de freios do 207 é comum, pastilhas e discos na dianteira e tambores com sapatas nas rodas traseiras. Os técnicos consultados não relataram nenhum defeito fora do normal, apenas deram algumas dicas importantes para os colegas e também para o proprietário do veículo.

Fabio recomenda aos colegas que fiquem atentos ao diâmetro interno do tambor. “Às vezes a espessura das lonas está boa, mas o tambor está tão desgastado que impossibilita a regulagem das sapatas. Portanto, ao verificar o sistema de freio, leve em consideração o estado das lonas, dos tambores, cilindros de rodas e fluido de freio, quando há desgaste nestas peças o ideal e mais seguro é substituir o conjunto todo”, orienta o Reparador.

Dica do Oscar: quando for trocar as pastilhas, verifique os pinos das pinças, é comum estarem com folga excessiva, o que provoca ruídos quando o carro passa por ruas irregulares.

O Reparador Thiago recomenda a substituição do fluido de freio a cada 12 meses. “Quando o cliente não tem histórico dessa manutenção, nós fazemos o teste do fluido com a ferramenta apropriada, se estiver fora das especificações, recomendamos a troca do fluido imediatamente”, diz o técnico.

Em tempo – o fluido de freio, quando está muito velho, fica com o seu ponto de ebulição muito baixo; nas situações de exigência severa, pode ferver dentro do sistema e as bolhas de ar deixam o sistema inoperante, ou seja, o pedal de freio desce até a “tábua”! Além disso, a água absorvida pelo fluido ao longo do tempo oxida as peças metálicas do sistema de freio, como: cilindros de rodas, cilindro mestre e pinças de freio.

Rolamento da roda traseira

Na maioria dos carros, a substituição dos rolamentos traseiros é um trabalho relativamente fácil, mas no caso do Peugeot 207 é uma tarefa quase impossível.

O tipo de rolamento utilizado é o duplo em uma só carcaça (semelhante aos das rodas dianteiras). Para sacá-lo é necessário remover um “anel trava” (foto 13) fechando-o. O problema é que essa trava não tem furos nas pontas para introduzir o alicate, nem espaço para colocar alguma ferramenta atrás dela; parece que a intenção do fabricante era forçar a compra dos tambores com rolamentos, mesmo que o problema fosse apenas nos rolamentos.

Foto 13

Dica de ouro do Reparador Tenório Jr: na JR Automotiva, o jeito que encontramos para remover o rolamento foi fazendo uma cavidade no tambor, entre as duas pontas da trava (foto 14), suficiente para introduzir uma chave de fenda fina atrás da trava para desencaixá-la do seu alojamento. Nota: essa cavidade não deve comprometer a segurança nem a integridade do tambor! (foto 15)

 

Arrefecimento

 

O sistema de arrefecimento é muito importante para o ótimo funcionamento do motor. Ele é responsável pelo controle da temperatura do motor de modo a permitir um rápido aquecimento, sem deixar superaquecer nem trabalhar frio demais. Tudo isso para obter maior eficiência em termos de potência, consumo de combustível e emissão de poluentes. Portanto, qualquer problema nesse sistema pode custar muito caro, é preciso ficar atento!

O técnico Fabio diz que já constatou em alguns “207” casos de vazamento pela junta do cabeçote, onde o óleo se mistura com a água. “O curioso é que nestes casos os carros não tinham problemas ou histórico de superaquecimento”, acrescenta o Reparador.

Fabio ainda chama a atenção para um defeito comum: “já peguei alguns carros deste modelo em que a ventoinha não funcionava na velocidade correta, ficava tão lenta que dava pra parar com a mão, aí a temperatura não baixava de jeito nenhum, o jeito foi substituir a ventoinha”, relata o Reparador.

Foto 16

A carcaça da válvula termostática (foto 16) foi apontada pelos três Reparadores como vilã de problemas no sistema. Por ser de plástico, com o tempo ela empena e o vazamento é inevitável, dizem os técnicos consultados.

Recomendação dada pelos Reparadores é fazer a manutenção periódica a cada seis meses para verificar se há vazamentos e o estado do líquido de arrefecimento. “Quando for trocar o líquido de arrefecimento, se o reservatório estiver sujo, recomenda-se substitui-lo, porque irá facilitar na hora de verificar o nível da água”, orienta o técnico Oscar.

Thiago chama a atenção para  o líquido do sistema de arrefecimento, que deve ser composto por 40% de aditivo e 60% de água desmineralizada. “O cloro e os minerais contidos na água de torneira são prejudiciais às peças metálicas do sistema, que sofrem por corrosão dando origem aos vazamentos”, alerta o técnico.

Dica do Reparador Tenório Jr.: considerando que a bomba d’água (foto 17) é movida pela correia dentada, é viável substituir a bomba d’água juntamente com a correia dentada, que deve ocorrer em média a cada 50 mil km. Assim, o cliente irá poupar tempo e dinheiro.

Foto 17

Injeção Eletrônica

No sistema de injeção eletrônica, alguns problemas são familiares para cada Reparador consultado.

Fabio relata que já constatou algumas vezes, defeito no corpo de borboleta (foto 18). “O carro perde a potência porque a borboleta não acompanha o acelerador; esse defeito costuma ser difícil para diagnosticar porque só dá pra pegar com o aparelho específico para teste de corpo. Veículos com aproximadamente 45 mil km já estão suscetíveis a apresentar esse defeito”, acrescenta o técnico.

Foto 18

O técnico Oscar alerta para problemas no chicote da injeção eletrônica: “já peguei três casos em que o fio de sinal da bobina ou do sensor de rotação estava rompido dentro do chicote. Na minha percepção, esses fios são finos demais e, portanto, frágeis”, arremata o Reparador.

O Reparador Thiago considera crônica a carbonização que ocorre no interior do coletor de admissão. “Esse carro costuma carbonizar o corpo de borboleta, o coletor de admissão. Tal carbonização pode ser oriunda de combustível de má qualidade e condições severas de uso do veículo, como o uso frequente no trânsito intenso das grandes cidades; ela provoca irregularidade no funcionamento do motor, falhas, faz acender a luz de anomalia e por consequência pode danificar a sonda lambda. Por isso, a recomendação básica é verificar o sistema de ignição a cada 20 mil km, verificar corpo de borboleta, bicos (foto 19) e o coletor de admissão periodicamente”, diz Thiago.

Foto 19

Ar-condicionado

De acordo como técnico Thiago, da mecânica Kobata, existe um problema crônico em alguns modelos da linha Peugeot incluindo o modelo 207. “No condensador do ar-condicionado tem um cano que faz uma curva, exatamente nesse ponto, por ter uma parede muito fina, é comum abrir uma fissura que permite o vazamento de gás. Esse vazamento é imperceptível a olho nu, apenas com o uso de equipamentos específicos é possível detectar, porém, o sintoma é fácil de ser notado pelo cliente porque o sistema vai perdendo a sua eficiência de forma gradativa”, informa o experiente Reparador.

Dica do Thiago para o Reparador: “em alguns casos, ao invés de substituir o condensador de ar por um novo, compensa fazer uma solda. Porque a solda vai vedar por completo o furo e deixar o cano mais resistente que o original”.

Dica do Thiago para o proprietário do veículo: “ao perceber que o ar-condicionado está “gelando” menos, peça pra fazer uma revisão em todo o sistema e informe o problema, isso vai ajudar o técnico a diagnosticar o defeito”.

Em termos de manutenção preventiva do sistema, a recomendação é: substituir o filtro de cabine a cada seis meses, para evitar que fungos e bactérias permaneçam no sistema e prejudiquem a saúde dos ocupantes do veículo.

Thiago explica sobre os problemas causados pela falta de uso do ar-condicionado: “a falta de uso do sistema faz com que as vedações, que são de um tipo de borracha, fiquem ressecadas e favoreçam os vazamentos. Isso ocorre porque quando o sistema está em funcionamento, o próprio gás ao circular pelo sistema, arrasta o óleo lubrificante por todo o sistema, lubrificando todas as peças que são fundamentais para o seu funcionamento, aumentando a vida útil do conjunto todo. Portanto, quanto maior é o uso do ar-condicionado, maior será a durabilidade das peças”, orienta o Reparador.

Foto 20

Reparabilidade

De acordo com os técnicos Thiago e Fabio, a reparabilidade é boa. Na maioria dos serviços eles não encontram dificuldade para a execução. Thiago destaca apenas a dificuldade para fazer a manutenção do eixo traseiro.

O Reparador Oscar classifica a reparabilidade como complexa, sobretudo, diante da dificuldade encontrada para executar serviços na suspensão dianteira, traseira e troca de embreagem, justamente porque para remover o câmbio, é necessário desencaixar as bandejas dos pivôs.

Na voz de Reparador, eu, Tenório Junior da JR Automotiva, considero trabalhosa a maioria das manutenções desse carro. Porque os problemas recorrentes já relatados pelos colegas e constatados por mim estão relacionados aos sistemas de maior grau de dificuldade para a execução dos serviços, como por exemplo, para tirar um amortecedor ou a bandeja, é necessário baixar o quadro, soltar a caixa de direção e soltar a ponta de eixo para não correr o risco de desencaixar a trizeta da tulipa, esse procedimento aumenta muito o tempo de execução dos serviços e, consequentemente o custo da mão de obra.

Peças

As peças de ótima qualidade para a linha Peugeot, especialmente para o 207 que é o objeto de avaliação dessa matéria, são encontradas facilmente nas autopeças independentes e as genuínas, quando há a necessidade, também estão disponíveis nas concessionárias, salvo algumas poucas exceções.

Para Thiago, “o problema é que o custo elevado das peças genuínas nos obriga a buscar peças de ótima qualidade nas autopeças independentes”, lamenta o técnico.

Fabio também se queixa dos preços das peças, mesmo as compradas nas autopeças.

Já o Reparador Oscar diz: “normalmente eu encontro as peças de boa qualidade nas autopeças independentes que se especializaram em peças da linha francesa.”

Informação técnica

Para reparar os carros atuais a informação técnica torna-se uma ferramenta imprescindível, por isso, a pergunta que não quer calar: “quando você precisa de informação técnica para reparar esse Peugeot 207, a concessionária fornece?”, pergunto aos Reparadores.

Thiago: “nós temos ótimo relacionamento com uma das lojas e somos fiéis à mesma, por isso, sempre que precisamos fomos bem atendidos pelos chefes de oficina da concessionária”.

Fabio: “informação técnica não conseguimos na concessionária, quando precisamos recorremos aos amigos reparadores”.

Oscar: “liguei numa concessionária uma vez solicitando um apoio técnico e a informação que recebi estava totalmente errada, pela minha experiência, percebi que não fazia sentido e fui atrás da informação correta. Com muito custo, por intermédio de indicação, encontrei um colega muito experiente que já havia passado pelo mesmo problema e me deu a informação correta”.

Recomendação

Thiago Amaral: ”Indico! É um carro muito bom. As peças são fáceis de serem encontradas e a reparabilidade é boa. Porém, faço algumas ressalvas para deixar a pessoa ciente que algumas peças não são tão resistentes como deveriam, têm o custo elevado e não deixo de falar sobre o problema crônico do eixo traseiro”.

Fabio Rabelo: “Indico! Porém, gosto de alertar que esse carro deve ter sido bem cuidado na parte da manutenção. Porque normalmente as pessoas que possuem esse carro não estão preparadas para o custo da manutenção, logo, não fazem a manutenção como deve ser feita. Portanto, se o carro foi bem cuidado e estiver bom, é uma boa compra, caso contrário, vai ter dor de cabeça”.

Oscar de Amaral: “Indico! Porque considero um carro bom. Mas, eu alerto dizendo que o carro precisa estar com a manutenção boa. O histórico de manutenção é importante, se estiver com a manutenção precária, eu não recomendo”.

Considerações finais

Depois de alguns anos reparando os veículos da linha Peugeot, os Reparadores independentes já adquiriram “know-how” de alto nível, o que facilita muito na hora de efetuar os diagnósticos e reparos. Diante dos relatos desses experientes técnicos percebe-se que os velhos defeitos existentes nas primeiras versões que desembarcaram em solo brasileiro ainda estão presentes nos modelos sucessores.

Nota-se que a indicação dos Reparadores em relação à aquisição do veículo está atrelada à manutenção do mesmo, ou seja, se a manutenção feita até o presente momento foi realizada no tempo certo, por profissionais capacitados e utilizando peças originais, a compra será indicada, caso contrário é melhor não comprar o veículo porque vai ter dor de cabeça. Na condição de Reparador, eu concordo em gênero número e grau com essa recomendação.

De acordo com a realidade do meu dia-a-dia, minha percepção é a seguinte: nos três primeiros anos o proprietário está satisfeito com o carro e com a manutenção, porque até os 50 mil km as manutenções não são tão expressivas. A partir desse ponto todos os problemas crônicos e recorrentes, citados de forma inequívoca pelos Reparadores consultados, começam a aparecer. Quando passo o valor de uma troca de eixo traseiro para o cliente que está irritado com o barulho que se assemelha a uma carroça, gerado pelo desgaste dos rolamentos e da ponta do eixo, ele acha que eu estou louco, vai embora pisando firme e, certamente vai procurar alguém que dê um jeitinho “barato” para o carro rodar até ele vender.

Após todas essas informações concedidas por aqueles que estão de frente para o problema diariamente em suas oficinas, fica a questão: considerando os problemas crônicos e recorrentes existentes no modelo 206, não seria de bom tom corrigi-los no modelo 207?

E aí gostou da matéria? Dê a sua opinião, faça seus comentários e críticas. Nós precisamos do seu feedback para sermos mais assertivos em nossas matérias. Um forte abraço e até a próxima!  #doutorreparador