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GM Meriva acompanha a rotina do reparador desde 2003. Versão Easytronic dá trabalho!


Com problemas recorrentes no sistema de transmissão automatizado, componente ainda requer reparos específicos e criteriosos. Mas falhas não se resumem a isso

Por: Fernando Naccari e Paulo Handa - 13 de março de 2014

O Chevrolet Meriva foi um dos últimos modelos da marca a apresentar grande sucesso em nosso país. Lançado no Brasil em 2002 já como modelo 2003, era equipado com os motores 1.8 8V de 102cv e o 1.8 16V de 122cv com coletor variável, produzido através de uma extinta parceria entre GM e Fiat, onde na montadora italiana, este propulsor equipava o Fiat Stilo.

O Meriva logo de cara encontrou uma legião de apaixonados pelo veículo onde, apesar de ser lançado em agosto, ao fim daquele ano atingiu, segundo a Fenabrave, a marca de 6019 emplacamentos.

Já em novembro do ano seguinte, a GM trouxe o modelo com motor 1.8 8V Flex já como versão 2014. Este possuía 112cv de potência quando abastecido com gasolina e 114cv quando com etanol. A partir deste, já não havia a opção pelo motor de 16V.

Em agosto de 2004 a GM fez mudanças nos pacotes de itens para a Meriva. Nesta época, surgiram as denominações Joy, Maxx e Premium. Em 2005 veio a versão SS que, de esportivo, pouco trazia, sendo suas mudanças apenas apliques em tom cinza nas capas dos retrovisores e no borrachão de vedação que une as laterais ao teto, lanternas traseiras com máscara negra, nova grade com nomenclatura SS e estofados, acabamentos do painel e forros de portas em tom vermelho.

Outra mudança significativa ocorreu em 2007, com o lançamento da Meriva Easytronic. Essa tecnologia permite que o motorista dirija o veículo com a opção de trocas de marcha automaticamente ou de forma manual e, mecanicamente, não usa uma transmissão automática, apenas uma caixa simples com diversos atuadores que são os responsáveis por trocarem as marchas da maneira a qual foi selecionada.

No final de 2008 foi lançada a Meriva 1.4 Econo.Flex nas versões Joy e Maxx, apenas com a opção de câmbio manual, mas nas versões Expression, Premium e SS, os motores eram os 1.8 8V Flex e tinham a opção do câmbio Easytronic.

Mas a história do Meriva teve fim em 2012, quando o modelo foi substituído, juntamente com a Zafira pela Spin, que agora tem a missão de suprir a lacuna deixada por ambas em um mercado bastante exigente.

NAS OFICINAS
Para sabermos como é o comportamento e a rotina de manutenção do GM Meriva, visitamos a Auto Elétrica e mecânica JR Fabiano, onde entrevistamos o proprietário e reparador José Rosa Da Silva que, com 53 anos de idade, 30 anos são dedicados à reparação automotiva. Juntamente a ele, conversamos com o seu filho George Fabiano  que auxilia seu pai na gestão da oficina localizada em Santo André-SP.

Conversamos também com o reparador Alessandro Laino da Costa de 35 anos de idade, dos quais 22 são dedicados à profissão, que trabalha na oficina Fecar de São Paulo há mais de 10 anos, onde informou que dos 200 veículos que atende na oficina, pelo menos 5% são Meriva: “Temos uma frequência boa destes veículos em nossa oficina, no mês passado tivemos uma passagem de 15 destes veículos”.

Outro reparador que colaborou conosco nesta matéria foi Anderson de Lima Souza de 32 anos, onde há 3 anos montou sua oficina própria, a Auto Center Trindade, também de São Paulo-SP.

“Só no mês passado, atendi 8 Merivas, portanto é um carro de alta recorrência em minha oficina”, comentou Anderson.

A escolha do ramo em que a oficina irá trabalhar nem sempre segue o rumo do planejamento inicial: “Começamos apenas como autoelétrica, mas sempre pegávamos veículos com falhas mecânicas as quais outras oficinas culpavam nossos serviços pelo defeito do veículo, mas quando verificávamos a real causa, constatávamos que as falhas eram de ordem mecânica e não elétrica. Por conta disso, efetuei diversos treinamentos na área mecânica e outros no ramo de injeção eletrônica, onde a partir de então, começamos a trabalhar com mecânica e os reparos bem feitos fizeram sucesso”, contou José.

“Com o passar dos anos, isso nos ajudou muito, pois com a evolução dos veículos, o mecânico que não sabia elétrica ficou fora do mercado, assim ocorreu também com os eletricistas automotivos”, completou José.

Em relação ao tempo que a Meriva começou a fazer parte da sua rotina na oficina, Alessandro comentou: “Tenho atendido Meriva desde 2003 com quilometragem já a partir dos 20.000km. Inclusive, um dos modelos que atendi mês passado estava com mais de 250.000km e o motor ainda não havia passado por nenhuma intervenção. O segredo foi a troca de óleo a cada 5.000km, fora isso, somente correias e bomba d’água haviam sido trocadas no veículo. O que acho mais interessante neste modelo é que a maioria dos proprietários abastecem o carro com metade do tanque de gasolina e a outra metade de etanol, onde dizem ser essa a forma mais econômica em que o veículo se comporta”.

Anderson também comentou sobre sua experiência com o modelo: “Tenho atendido veículos desde os 30.000km. Em minha região, estes modelos vêm para as manutenções preventivas como, consertos nos freios e troca da correia sincronizadora. Esses serviços são os mais frequentes”.

Encontramos nesta oficina uma GM Meriva Easytronic 2011 (Foto 1) que estava com 45.000km, José explicou o motivo pelo qual o veículo foi trazido à oficina: “Primeiramente, fizemos a substituição da embreagem deste carro para o cliente fazer uma viagem para o Mato Grosso. Durante a viagem, este disse ter abastecido o veículo com um etanol de tom amarelado, mas como não tinha conhecimento, não questionou e prosseguiu viagem. Porém, após alguns quilômetros, este percebeu que o motor começou a apresentar falhas, o que levou ao proprietário a levar o veículo a uma concessionária da GM, onde esta disse que o defeito estava na embreagem que havíamos montado e que isso era um problema comum de ocorrer”.

José acrescentou: “Sendo assim, o cliente conseguiu trazer o veículo até nossa oficina para cobrar a garantia do serviço e, em nosso diagnóstico, notamos que o catalisador estava entupido. Isso ocorreu devido ao superaquecimento do componente gerado pela péssima qualidade do combustível, onde houve o derretimento da cerâmica catalítica. Foi necessária a sua substituição, onde, após o serviço, voltou a funcionar normalmente”.

Fotos 1 e 2

Mas o problema ainda estava longe de ser resolvido. Segundo José, após alguns dias o mesmo cliente retornou à oficina reclamando que o motor estava apresentando um barulho estranho e falhava em demasia. Sua percepção foi de que o problema fosse decorrência ainda do combustível, mas o diagnóstico foi ainda mais grave: “Acreditava que o combustível tivesse causado travamento das hastes de válvulas, ou que houvesse algum componente quebrado dentro da câmara de combustão. Quando retiramos as velas (Foto 2), estas estavam com os eletrodos amassados (Foto 3), assim, decidimos retirar o cabeçote para avaliar melhor a intensidade do dano. Foi aí que notamos que no pistão haviam diversas marcas (Foto 4), como se um dos eletrodos tivesse quebrado e danificando a região”.

Fotos 3 e 4

Como isso é muito difícil de ocorrer, George continuou o diagnóstico: “Após algumas horas de análise, observamos que o corpo estranho dentro da câmara (Foto 5) de combustão se assemelhava muito com os respingos da solda do catalisador, os quais deveriam ser retirados no momento de uma inspeção de qualidade. Como isso não ocorreu, este se desprendeu e, como este veículo possui um cruzamento de válvulas (Foto 6), pode ter retornado à câmara de combustão causando este inconveniente”.
George ainda acrescentou surpreso: “Esta foi a primeira vez que peguei um carro com este tipo de problema”.

Fotos 5 e 6

DEFEITOS RECORRENTES
O Meriva é um veículo que, por possuir longos anos de mercado, carrega consigo alguns defeitos recorrentes que permeiam a sua passagem nas oficinas de reparação independente.
Um dos defeitos comuns nos modelos equipados com acelerador eletrônico Delphi está na baixa vida útil das engrenagens internas deste, causando assim ineficiência na aceleração. Este defeito foi reconhecido inclusive pela própria GM, a qual passou a disponibilizar em sua rede de concessionárias um kit de reparo para este, de forma a não ser necessária a troca do corpo completo.

Outro defeito característico dava-se devido à difícil localização da caixa de fusíveis (BCM), que fica posicionada logo abaixo da grelha de acabamento onde ficam os limpadores de para-brisas. Devido à esta exposição, há acúmulo de impurezas e umidades nos contatos elétricos da região. Isso pode ser facilmente detectado quando no scanner são apontadas falhas inconsistentes onde, durante o processo de diagnóstico, poderá se certificar da presença de mau contato e oxidação nestes, onde refazer os isolamentos, em grande parte dos casos resolverá o problema.

Pode ser verificada também a presença de falhas nas bobinas de ignição dos motores 1.8 8V, onde essas costumam trincar a torre e apresentar fugas de corrente, gerando falhas no motor.

O câmbio Easytronic foi outro item que deu dor de cabeça para os engenheiros da GM e da Magnetti Marelli (desenvolvedora do produto). Mas não só eles, os reparadores sofreram por consequência: “No início nos deparávamos com muitos problemas nesta transmissão, onde nem o pessoal da concessionária sabia resolver. Com o passar do tempo, foram esclarecendo muitas dúvidas e hoje é uma manutenção até que tranquila. Os defeitos mais comuns de ocorrerem era o câmbio perder a referência e não trocar nenhuma marcha automaticamente ou então, ficar totalmente bloqueado, onde nem manualmente as marchas engatavam e os proprietários ficaram ‘na mão’ e, quando isso ocorre, basta reprogramarmos o módulo do câmbio para que tudo volte ao normal”, disse José.

Mas nem só de defeitos vive o Meriva. Por possui mecânica simples e conhecida de décadas, repará-lo não é um segredo: “Este carro tem manutenções que se assemelham a muitas outras de veículos da GM, pois seu motor, por exemplo, é o velho conhecido dos anos 80 que equipava o Monza, mas com algumas evoluções que o tempo trouxe. Essa simplicidade se aplica também a outros sistemas, como o de freio e de suspensão. É um veículo que não dá trabalho”, disse George.

Alessandro também opinou: “Tenho uma boa percepção para o modelo como um todo, pois não é um carro que quebra muito, embora possua alguns defeitos recorrentes. No motor, por exemplo, há ótimos espaços para trabalhar e reparabilidade bem simples. Apenas coloco ao reparador que tenha atenção no momento de fasar a correia dentada, pois se tirarmos como base a polia, esta em alguns Meriva possui damper (uma polia sobre outra prensada em um anel de borracha), onde esse anel se desgasta fazendo com que esta saia de seu eixo, fazendo assim que sua referência para o ponto seja alterada. Desta forma, se levarmos em consideração esta marca, fatalmente colocaremos o motor fora de ponto, portanto, baseie-se então sempre nas referências das engrenagens”.

Ainda falando sobre o motor, Alessandro acrescentou: “Há um reparo que constantemente efetuamos que parece ser na suspensão dianteira, faz um ‘tututu’ como se fosse folga de buchas e pivô, mas na verdade, se analisarmos melhor, verificamos que se trata de folga nos coxins do motopropulsor (Motor e Transmissão). Esses quando desgastam, provocam ruídos muito semelhantes aos da suspensão, onde o reparador troca os componentes da suspensão equivocadamente. Este barulho é o que mais incomoda o cliente”.

Já Anderson comentou sobre uma falha que presenciou em um modelo que, para ele, foi de difícil solução: “Um reparo que me deixou um pouco intrigado e estou pesquisando é o por quê uma Meriva que estava com aproximadamente 80.000Km rodados apresentava falhas no motor e este não pegava. Trocamos a bomba de combustível por duas vezes, regulador de pressão e nada do defeito cessar. O mais interessante era que quando medíamos a pressão de linha, esta estava normal, mas quando verifiquei a tampa do suporte de fixação da bomba, percebi que esta estava trincada, mas não atribuí este fato ao inconveniente. Após horas de diagnóstico sem solução, resolvi trocar esta tampa onde fica a trava de fixação e, por incrível que pareça, o defeito sumiu”.

Alessandro também comentou que faz reparo frequentemente no alternador do modelo: “Em modelos a partir dos 40.000km, fatalmente preciso trocar os rolamentos do eixo, pois estes costumam apresentar ruídos. Atribuo isso a uma provável má vedação nos retentores”.

“Outro problema que encontro é nos bornes da bobina de ignição. O motor chega a morrer e não pegar mais. Você passa o scanner e este aponta falha na bobina, onde você troca e depois de algum tempo o cliente retorna com o mesmo inconveniente. Após ‘bater cabeça’, verifiquei que nos conectores da bobina de ignição cria-se uma folga nos terminais, fazendo com que haja resistência muito grande ao ponto da bobina não funcionar. Para solucionar é necessário trocar os terminais ou fazer com que os contatos fiquem mais firmes”, acrescentou Alessandro.

Segundo Alessandro, a transmissão da Meriva não costuma dar muitos problemas, a não ser a Easytronic: “Nas transmissões mecânicas tenho efetuado a troca apenas da embreagem, mas na Easytronic não posso dizer o mesmo. A embreagem da transmissão convencional e da Esaytronic são muito parecidas, mas não são intercambiáveis! Se o reparador colocar principalmente a convencional na transmissão Esaytronic, ela encaixa normalmente e é bem mais barata, mas no momento de se efetuar o aprendizado das marchas com o scanner, este não consegue cumprir a função e apresenta erro. Se insistirmos com o processo, podem ocorrer danos ao software da central Esaytronic e, para reprogramá-la, custa em torno de R$ 800,00 nas concessionárias. Portanto, para as transmissões com Easytronic, utilize somente a embreagem específica para tal e, se o cliente trouxer outra porque encontrou uma mais barata, não coloque, pois vai perder a mão de obra e ganhar um problemão”.

Alessandro ainda deu outra dica importante: “O fluido que vai na bomba da transmissão Easytronic é um DOT 4. É importante lembrar que este não é o mesmo utilizado dentro do câmbio. Temos notados aqui na oficina que muitos veículos chegam com danos internos ao sistema Easytronic por ter sido colocado fluido de transmissão em seu sistema, portanto é importante nos atentarmos para esta situação”.

“Outro inconveniente que reparamos bastante é a troca dos retentores laterais dos semieixos. Eles não suportam muito tempo e vazam com frequência. Novamente recomendo muita atenção na colocação do fluído da transmissão mecânica convencional do Meriva. Este óleo tem coloração avermelhada e os reparadores costumam colocar o Dexrom III, mas o correto é o óleo 80W de cor vermelha. Se houver qualquer dúvida, aconselho a consultar o manual do veículo”, acrescentou Alessandro.

O Meriva também costuma apresentar outra falha recorrente: “Muitas vezes precisamos trocar os braços axiais do sistema de direção, pois eles não suportam muito tempo às ruas esburacadas”.
ompressor variável permite que o sistema não tenha um sensor anticongelamento no evaporador.
A carga recomendada de fluido refrigerante é de 700g de R134a e cerca de 150 a 180 ml de óleo P.A.G. 46.

Mangueira de alta Meriva 2005 e Mangueira de alta Meriva 2006
Os vazamentos mais comuns de fluido refrigerante são no Lip Seal do compressor, nas válvulas de serviço das linhas de alta e baixa pressão, eventualmente pode vazar no evaporador dentro do painel. Mas um vazamento que marcou esse modelo desde o seu lançamento até 2005, foi a mangueira de alta pressão que saía do compressor e ia para o condensador. Esta possuía um raio em uma tubulação de alumínio que com a solicitação mecânica de torção, acabava trincando o tubo de alumínio e vazava o fluido refrigerante. Finalmente nos modelos 2006 em diante houve uma mudança no ângulo de saída do tubo e este problema foi sanado.

Conexão da linha de alta da Meriva

Nos primeiros anos de fabricação o acionamento do eletroventilador do radiador e condensador era controlado por um módulo eletrônico de variação de velocidades, depois o sistema ficou mais simples com acionamento por relés e resistor para a primeira velocidade.
A válvula de serviço de alta fica na saída do filtro secador, junto ao flange do condensador.
A válvula de serviço de baixa fica logo atrás do farol do passageiro.

 

 

 

 

Transdutor de pressão e válvula de serviço de baixa do modelo

O monitoramento de pressões do fluido refrigerante é feito por um transdutor depressões que fica na saída do filtro secador, na linha de alta pressão. Este transdutor se comunica com o módulo de injeção que determina se e quando é possível ligar ou desligar o compressor e o eletroventilador. Por exemplo, em caso de falta de fluido refrigerante o módulo de injeção não deixa o compressor ligar e manda o eletroventilador funcionar na 2ª velocidade.

Outro problema que caracterizou a Meriva nas oficinas de ar condicionado, além da mangueira de alta, foi a válvula de ar quente. Esta válvula podia apresentar vazamentos de fluido de arrefecimento do radiador para dentro do veículo. Esta mesma válvula de ar quente também costumava trancar, fazendo com que o botão de comando e o cabo de acionamento não fechassem corretamente a portinhola de controle do ar quente, que mesmo fechado permitia a passagem de ar quente para os difusores. Este problema foi eliminado em 2006, quando a montadora eliminou a válvula de ar quente e colocou em seu lugar tubos de alumínio, deixando o comando de ar quente somente com portinhola dentro do painel.

Para trocar o radiador de ar quente não é necessário remover o painel, apenas se remove o console central. O acesso ao filtro de cabine é pelo compartimento do motor, do lado do passageiro, sendo necessário ou remover a carenagem corta fogo do motor ou remover os limpadores de para-brisas, o tanquinho das Meriva Flex também atrapalha no acesso ao filtro de cabine. Há versão deste filtro em carvão ativado, que reduz muito os odores provenientes da rua para o interior do veículo.

Detalhe do comando do ar quente e Válvula de ar quente das Merivas até 2005

 Localização do radiador de ar quente e Filtro de cabine tem acesso difícil

 Detalhe da localização de filtro de cabine

Colaborou:
Mario Meier Ishiguro
ISHI Ar Condicionado Automotivo - Treinamento e Serviços
Tel.: (47) 3264 9677
www.ishi.com.br

PEÇAS E INFORMAÇÕES
Peças e informações, como sabemos, são o grande ‘calcanhar de Aquiles’ das oficinas de reparação independente. Todos, de alguma forma, sofreram, sofrem ou sofrerão com estes dois itens com algum veículo em sua rotina de oficina. Sobre estes temas voltados a GM e a Meriva, os profissionais comentaram, como veremos à seguir:

“Com relação às peças de reposição para este modelo sou abastecido sem problemas, mas percebo uma mudança de comportamento dentro deste segmento. Anteriormente comprava muito em autopeças, pois o preço era mais atrativo e as peças eram de boa qualidade e de fabricantes renomados, mas hoje tenho comprado mais peças originais em concessionárias da marca, pois os preços ficaram mais competitivos e a qualidade não se discute! Vejo que as autopeças migraram para o menor preço e não para qualidade. Ainda há opção de comprar peças originais nas autopeças, mas pagamos mais caro nelas do que se comprarmos direto da concessionária. Infelizmente algumas revendas não possuem o serviço de entrega, o que nos atrapalha um pouco, mas isso deve ser levado em consideração, pois em algumas ocasiões, busca-la aumenta o custo da peça, fora o tempo que se perde. Então é questão de ‘pôr na balança’ o que é mais vantajoso em cada momento”, disse George.

“Com todas essas variáveis, posso afirmar que 60% das peças compro nas concessionárias, 25% nas autopeças e 15% em importadores e distribuidores”, acrescentou George.

O reparador Alessandro tem a mesma visão sobre o mercado: “De uns anos para cá, o cenário está mudando um pouco. Anteriormente comprávamos muitas peças de fornecedores independentes e de marcas renomadas, mas hoje a nossa prática tem se invertido, pois as peças originais além da qualidade têm preço e prazos às vezes mais atrativos que a do mercado independente. Temos algumas dificuldades com transporte, pois o mercado independente até para continuar a ter nós reparadores como clientes, efetuam o serviço de entrega, situação esta que a maioria das concessionárias não têm, e quando possuem, não efetuam com eficiência. Mas os preços e a qualidade compensam muito. Assim, hoje 75% de nossas peças para este modelo são originas adquiridas em concessionárias e o restante em autopeças”.

Já no caso do reparador Anderson, a realidade é um pouco diferente: “Compro mais em autopeças, pois eles me fornecem como facilidade um preço melhor, mesmo em peças originais. Assim, posso afirmar que 40% das peças que compro são originais em autopeças e, os outros 60%, de fabricantes independentes. As concessionárias em minha região não têm uma boa política de vendas e os clientes daqui cobram o prazo mais curto possível, assim acabo repassando o custo para o prazo que eles me cobram, o que financeiramente me ajuda muito”.

Sobre as informações técnicas, George comentou: “Não tenho problemas com isso! Vejo que a GM junto com parceiros disponibiliza as informações e, como no caso deste motor que já é um velho conhecido, não temos problemas. Vejo o seguinte, as montadoras que ficarem segurando muitas informações vão ficar para traz em nosso mercado, pois não indico um veículo ao meu cliente onde o reparo é muito complexo e que o torne caro. É lógico que levo em consideração o poder aquisitivo do meu cliente, mas sempre peço que ele me fale 3 alternativas e pretensões de compra e dou meu veredicto baseado no melhor para ele e para o meu trabalho”.

 Alessandro também opinou: “A Meriva, como é um veículo com uma plataforma conhecida, ou seja, a GM neste carro aproveitou as mecânicas de veículos anteriores, então no meu caso não tive nenhum problema com relação a informações técnicas. Apesar de a internet ser uma grande aliada, ainda sinto falta de cooperativismo entre os reparadores, com exceção ao fórum do Jornal Oficina Brasil. A montadora passa algumas informações, mas o que precisamos saber mesmo ela não passa. Assim, ficamos ‘reféns’ de amigos que trabalham nestas para nos ajudar. Isso não é uma particularidade da GM, isso ocorre com todas as marcas. Com as importadas coreanas então piorou, esse pessoal só quer vender carro. Dessa forma, tenho efetuado a minha própria biblioteca com a ajuda de amigos, pelo fórum, dentre outros, mas hoje informação boa é muito cara e dá um trabalho enorme para tê-las. Somente conseguimos algo com pesquisas e muitas vezes ‘ralando’ debaixo do capô do carro.