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Fiat Idea 1.8 16V E-Torq Dualogic – Novo motor, muitas expectativas e novos problemas desafiam o Reparador


No dia-a-dia das oficinas independentes Reparadores descobrem problemas crônicos no novo motor E-TorQ, avaliam a reparabilidade e comentam sobre o sistema de transmissão automatizada - Câmbio Dualogic

Por: Tenório Júnior - 26 de janeiro de 2017


No final de 2005 a Fiat lança o Idea, nas versões ELX 1.4 e 1.8 e HLX 1.8. O modelo Adventure 1.8 foi lançado em setembro do ano seguinte. Em meados de 2010 o Idea passa por uma reestilização e recebe os motores E-TorQ 1.6 16v e 1.8 16v (foto 2), desenvolvidos pela engenharia da FTP (Fiat Powertrain Technologies).

Foto 2
De acordo com a montadora, o novo motor está mais leve, o que contribui para a redução do consumo e de emissão de poluentes. A corrente de comando, que substituiu a correia dentada, é livre de manutenção e os coxins que sustentam o motor, que agora são hidráulicos, absorvem melhor as mínimas vibrações geradas pelo motor. Mas, a principal característica do motor E-TorQ é alcançar quase a totalidade de seu torque em baixas rotações, para tanto, a relação das marchas também foi alterada, ficou mais longa. 

O câmbio Dualogic foi desenvolvido pela FTP (Foto 3) e uma caixa de câmbio mecânica é controlada por uma central eletrônica robotizada, que por sua vez, aciona a embreagem e comanda a troca de marchas automaticamente (Foto 4). O sistema desenvolvido pela Magnet Marelli permite que o motorista escolha trocar as marchas manualmente ou automaticamente.

Foto 3
Foto 4
Agora que já sabemos uma pouco sobre as principais mudanças e tecnologias do Idea 1.8 16v Adventure Dualogic, resta-nos saber como ele se comporta no pátio das oficinas independentes.  

Foto 5Fazendo uma busca no Guia de Oficinas Brasil, conseguimos a colaboração de três oficinas que já tiveram experiências com o modelo avaliado, são elas:

A Auto Mecânica Carbujet foi fundada em 1986 na Zona Leste da cidade de São Paulo no bairro Vila Matilde, pelo Sr. Rodolfo Bassi que, aliás, até hoje está na ativa. Entretanto, quem nos concedeu a entrevista foi o seu filho Rodolfo Bassi Junior, 38 (Foto 5), que há alguns anos assumiu a liderança da oficina. Com 24 de profissão, Junior (como é conhecido) nos conta como foi sua trajetória. “Desde pequeno eu já gostava de carros, estava sempre na oficina. Aos 14 anos comecei a trabalhar efetivamente como mecânico; me preparei fazendo cursos técnicos na escola Senai, nas empresas fabricantes de autopeças e participei de várias palestras técnicas, que são ricas em informações e importantíssimas para nossa atualização”, conta o Reparador.

Na Autotécnica Alemão, localizada na zona sul da cidade de São Paulo - Vila das Belezas, entrevistamos o Empresário Thiago Iglesias, 29 (foto 6 D.). Ele é formado em Direito, fez cursos de motores de aeronaves; conquistou o brevê de Piloto de Helicóptero, chegou a atuar na área por um tempo mas, decidiu sair para seguir seu coração. Há dois anos adquiriu uma oficina montada em sociedade com seu pai, Reinaldo Tadeu Iglesias, 61 (foto 6 A) que é Técnico em Eletrônica. “Sempre fui apaixonado por motores e automóveis, quando surgiu a oportunidade não pensei duas vezes, entrei de cabeça e, desde então, me dediquei a cursos técnicos e de especialização na área automotiva”, diz o empresário Thiago.

Foto 6 - da esquerda para a direita A, B, C E D
Kailon Rodrigo Teixeira, 25 (foto 6 C) é um Reparador que já fazia parte do quadro de funcionários há 6 anos. “Comecei na oficina com 16 anos de idade como ajudante lavando peças porque queria trabalhar, com o passar do tempo fui me apaixonando pela profissão e não quis mais sair. Fiz cursos técnicos no Senai, participei de várias palestras técnicas e acompanho as literaturas disponíveis como o Jornal Oficina Brasil, que nos ajuda muito!” 

Na cidade de Contagem em Minas Gerais, encontramos o Claudemir Diaz (foto 7), um verdadeiro apaixonado pela profissão. Trabalhou durante 15 anos na Fiat Automóveis, mas sempre esteve ligado à reparação independente ao lado de seu pai, que foi o primeiro da família a ingressar nessa apaixonante carreira. 

Foto 7
Em 2008 montou sua própria oficina, onde realiza serviços de mecânica, elétrica e eletrônica. Hoje, aos 49 anos de idade, além de realizar seu trabalho na oficina, Diaz tem prazer em ajudar outros profissionais da área por intermédio do Fórum do jornal Oficina Brasil, em que diariamente doa algumas horas de seu tempo dando atenção e transmitindo informações técnicas àqueles que solicitam via Fórum. Segundo ele, ajudar os companheiros tornou-se um “vício”, que traz benefícios, tanto para quem é ajudado quanto para ele, que se realiza fazendo esse lindo trabalho voluntário.

Como você já percebeu, sempre apresentamos o Reparador entrevistado com um breve resumo da sua história e trajetória. Trata-se de uma singela forma de reconhecimento a esses bravos profissionais que transformam suas oficinas em verdadeiros laboratórios e estão sempre prontos para os novos desafios. Que essas brilhantes histórias possam servir de inspiração àqueles que desejam trilhar esse caminho.

Veremos agora o que eles dizem acerca da manutenção do Idea 1.8 16v Adventure com motor E-TorQ e câmbio Dualogic.

SUSPENSÃO DIANTEIRA E TRASEIRA
A suspensão dianteira do tipo Mc Pherson com barra estabilizadora e amortecedores estruturados, (fotos 8 e 9), é bem quista pelos Reparadores, tanto pela boa reparabilidade quanto pela resistência e confiabilidade. De acordo com os técnicos entrevistados os defeitos constatados são básicos: pivôs, terminais de direção, braços axiais, buchas da barra estabilizadora e batentes. Em todos os relatos a durabilidade das peças era condizente com a quilometragem no momento da substituição. 

Foto 8 e 9
A suspensão traseira do tipo eixo de torção (foto 10) é fixada na carroceria por uma grande bucha em cada lado (foto 11), que permite movimento e absorve as vibrações.

Foto 10 e 11
Apesar de ser considerada “simples”, pelos Reparadores devido à facilidade para realizar as manutenções, dois problemas chamaram a atenção do técnico, Junior: “por incrível que pareça, já troquei mais amortecedores traseiros (foto 12) que apresentavam avarias, que dianteiros, isso não é comum”, comenta o Reparador. O técnico Diaz completa: “esse modelo apresenta problemas nos batentes e coifas dos amortecedores traseiros (foto 13). E tem um detalhe muito importante que deve ser visto, é a fixação do estepe  e as dobradiças do suporte (fotos 14 e 15) - isso faz um barulho que pode confundir o Reparador”, alerta o Reparador.

Foto 12 e 13
Foto 14 e 15
FREIOS
Na dianteira, discos ventilados de 284 mm (foto 16) e na traseira, tambores e sapatas (foto 17 e 18), auxiliados pelo sistema ABS, dão conta do recado. De acordo com os técnicos, o sistema de freio do Idea 1.8 E-TorQ Adventure é muito eficiente, não apresenta defeitos recorrentes ou crônicos e possui ótima reparabilidade. Contudo, para manter a máxima eficiência dos freios é imprescindível que sejam feitas as revisões periódicas utilizando peças originais.

Foto 16
Foto 17 e 18
Nota: Observo em vários veículos um problema que ocasiona desgaste prematuro das pastilhas e menor eficiência dos freios, é a sobrecarga nos freios dianteiros em função da baixa participação do freio traseiro durante as frenagens.

COMO É A DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO HIDRÁULICA DOS FREIOS?
Ao pisar no pedal de freio, o cilindro mestre envia fluido de freio sob pressão para as quatro rodas simultaneamente, porém, com pressões diferentes. Cerca de 70% da pressão hidráulica vai para a dianteira e 30% para as rodas traseiras (pode variar de carro para carro). Isso se justifica pela distribuição de peso do veículo e pela projeção do peso à frente, no momento da frenagem, devido à força da inércia. 

Como as pastilhas são “autorreguláveis”, a resposta do freio dianteiro será imediata a partir do início do curso do pedal de freio, independentemente da espessura das pastilhas. No caso das sapatas de freio (lonas), essa resposta imediata também é verdadeira, desde que elas estejam devidamente reguladas. O problema é que o sistema de regulagem automática (foto 19) das sapatas de freio nem sempre funciona como deveria. Alguns Reparadores, acreditando na “eficiência” dessa regulagem automática, efetuam a regulagem apenas no cabo do freio de mão.

Foto 19
Por experiência, posso afirmar que a maioria dos sistemas de regulagem automática não funciona como deveria. A prova disso é que com o tempo, a alavanca do freio de mão fica cada vez mais alta, o que significa que as sapatas estão mais longe dos tambores, e é aí que ocorre a deficiência do freio traseiro no momento da frenagem - o pedal de freio fica mais baixo, e a participação do freio traseiro, portanto, fica menor que 30%. 

Alguns profissionais, confiando na tal regulagem automática, efetuam o ajuste apenas no cabo do freio de mão, quando o correto seria regular diretamente nas rodas. Regulando o freio traseiro através das “catracas”, diretamente nas sapatas, a alavanca do freio de mão irá baixar e voltar ao normal. Assim, o freio principal voltará a atuar proporcionalmente nas quatro rodas. No caso do Idea e todos os outros da linha Fiat, para efetuar essa regulagem deve-se remover o tambor de freio e, com certa perícia, girar a “catraca”, aumentando o tamanho da haste com o objetivo de aproximar as sapatas, o máximo possível, dos tambores. Após essa regulagem, se ainda houver necessidade de ajustar a altura da alavanca do freio de mão, deve-se regular pelo cabo. 

Dica do consultor OB Tenório Junior – Sempre que efetuar a troca das pastilhas, aproveite para verificar os flexíveis, sapatas/lonas, tambores e os cilindros de rodas. Se não houver necessidade de substituir nada, faça uma regulagem diretamente nas sapatas de freio. Atenção! Antes de regular as sapatas/lonas, veja se o cabo de freio de mão está totalmente recuado (foto 20) - se não estiver, solte a regulagem e depois, efetue a regulagem através da “catraca”.

Foto 20


O Reparador Diaz alerta para o uso correto do fluido de freio e sua substituição a cada 2 anos e barulhos nas pastilhas causados por aplicação de peças de baixa qualidade. “Muitas vezes, o vendedor influencia e convence o Reparador a utilizar peças paralelas, dizendo que as peças são boas e tem menor custo” diz o técnico.

INJEÇÃO ELETRÔNICA / IGNIÇÃO
Ao retirar a caixa do filtro de ar, dá para perceber a facilidade de manutenção nos principais itens: bicos injetores (foto 21), válvula da partida a frio (foto 24), bobina de ignição, cabos de velas (foto 22) e velas.

Foto 21
Foto 22
Foto 23
No sistema de injeção eletrônica, um defeito relatado por todos os entrevistados já é considerado crônico. Trata-se de uma falha no sensor de fase que provoca corte de aceleração, mau funcionamento do câmbio e alguns não passam de 4 mil rpm.

Segundo o técnico Kailon, o defeito começa se apresentando através da luz de anomalia acesa no painel e a mensagem “revisar motor”, mas, o funcionamento do motor continua inalterado. “Após fazer a revisão periódica e preventiva onde se verifica os bicos, velas, corpo TBI e filtros, fizemos o “reset” da falha através do aparelho de diagnóstico e a luz sumiu. Depois de um tempo ela voltava a acender e no scanner acusava novamente o sensor de fase. Como o carro estava com apenas 30 mil km, custamos a acreditar que seria defeito da peça. Fizemos uma pesquisa na internet e descobrimos que era comum esse defeito, então decidimos trocar a peça e o problema sumiu de vez”, conta o Reparador.

Os técnicos Junior e Diaz também já constataram esse problema e dão uma dica importante: eles alertam para a possibilidade de o defeito estar no conector do sensor de fase, pode estar contaminado ou avariado. 

Ainda falando sobre o sistema de injeção, o Reparador Junior comenta: “Já peguei no mínimo 10 veículos desse modelo que perderam os parâmetros de combustível (A/F). Simplesmente o cliente troca o combustível e o carro não reconhece. Parece que esse carro necessita de percurso bem maior para adaptação, principalmente quando muda de álcool para gasolina”, alerta o técnico.

Dica Do Diaz – Se o motor estiver apresentando aquela famosa batida de pino “grilando”, pode ser que seja necessário fazer uma adequação técnica no software de gerenciamento do motor (módulo de injeção). Já foram constatados alguns casos de derretimento de pistões e a solução foi o “telecarregamento” do módulo de injeção eletrônica. Fique atento!


INJETOR DE PARTIDA A FRIO
Na figura 23, nota-se a presença de uma válvula de injeção ligada à linha de injeção de gasolina que está localizada diretamente no coletor de admissão. Apesar de ser melhor que a antiga válvula solenoide, o sistema ainda tem uma grande falha, o posicionamento do tanquinho de gasolina fica num lugar de difícil acesso (foto 24), o que dificulta a manutenção e troca do combustível. 

Foto 24
CÂMBIO DUALOGIC
O Câmbio Dualogic veio com o objetivo de trazer conforto, reduzir o consumo de combustível e, consequentemente a emissão de poluentes na atmosfera. A parte interna do câmbio como engrenagens, garfos e eixos, continuam inalterados, a novidade é o conjunto “robotizado” (fig. 26) que promove o acionamento da embreagem sem a intervenção do motorista e a troca de marchas pode ser automática ou manual (fig. 25). Segundo o Técnico Diaz, esse sistema não se confunde com o automático, exemplo: “nas ladeiras, se não pisar no freio o carro volta”, diz o técnico

Foto 25
Foto 26
De acordo com o experiente Reparador, faltou um sistema do tipo “Hill Holder”, que já é utilizado em outros modelos da Fiat. Trata-se de um dispositivo que ajuda o motorista a dar a partida no veículo em aclives ou declives, evitando que eventuais derrapagens aconteçam. Enquanto você troca o pé nos pedais, o Hill Holder mantém as rodas dianteiras freadas por alguns segundos, facilitando o engate da primeira marcha e saída com o veículo. Por outro lado, Diaz ressalta um ponto positivo: “esse sistema tem uma grande vantagem, ele impede que o motorista selecione uma marcha erroneamente, o que minimiza danos ao conjunto. Isso fica bem nítido quando você tenta engatar a marcha à ré rapidamente sem que o carro esteja totalmente parado, o sistema não aceita e uma mensagem no painel pede para pisar no pedal de freio.”

Deixando de lado os prós e os contras, devido à tecnologia que promove todo esse funcionamento, destaco a importância de conhecimento técnico acerca dos componentes específicos, funcionamento e da necessidade de aparelho de diagnóstico atualizado para a execução de manutenções que envolvem esse sistema. Desde a simples remoção do câmbio para uma substituição de embreagem até a verificação do nível de óleo do câmbio.

Dica do Consultor OB Tenório Junior: Se não tiver informação e equipamento, não se atreva! O risco de provocar algum dano no conjunto é iminente, e após a montagem sem esses pré-requisitos, provavelmente o carro terá que sair da sua oficina sobre a plataforma de um guincho.

RECALL 
Em 23 de dezembro de 2014 a Fiat protocolou campanha de chamamento para inspeção e, se necessário, substituição do atuador da embreagem dos veículos Linea, Punto, Idea, Novo Pálio, Grand Siena, Bravo, Pálio Weekend e Strada, todos equipados com câmbio Dualogic, fabricados em 2014. 

Fique atento! Para saber se o veículo foi chamado para algum recall, acesse o site da própria montadora, do Ministério da Justiça ou do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).

É possível saber se o veículo esteve envolvido em algum recall no site do Ministério da Justiça ou no do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Além disso, as empresas devem deixar informações sobre todos os recalls em seus próprios sites. É sempre válido fazer uma pesquisa minuciosa e completa antes de comprar um carro usado 

PEÇAS
Um ponto importante a ser considerado numa avaliação desse nível é a questão das peças. Ter peças originais de reposição disponíveis no mercado é fundamental para que as oficinas independentes executem serviços com qualidade e confiabilidade no menor espaço de tempo possível. Vejamos o que os Reparadores disseram sobre isso:

Junior – “Eu compro as peças de grande giro em autopeças independentes, mas, quando precisei do sensor de fase descobri que só era comercializado pelas concessionárias Fiat e não havia à pronta entrega, tive que encomendar. Isso é ruim porque o cliente fica sem o carro e ficamos com um boxe ocupado.”

Thiago – “Compramos em concessionárias e distribuidores, porém, quando precisamos do sensor de fase, não encontramos em outro fornecedor que não fosse a própria Fiat, que aliás, para nossa sorte, só tinha uma peça disponível em uma das lojas”. 

Diaz – Considero as peças com custo bom e não encontro dificuldades para encontrá-las, tanto nas autopeças independentes quanto nas concessionárias Fiat.

REPARABILIDADE
De acordo com o técnico Kailon a reparabilidade do Idea 1.8 Adventure E-TorQ é um pouco complexa, mas, não é difícil, porque o espaço é bom para trabalhar. O técnico Junior considera uma mecânica moderna e fácil para trabalhar. No entanto, o Reparador faz uma ressalva: “a substituição do filtro de óleo, que é um serviço que deveria ser simples, fica complicado se não tiver habilidade e/ou ferramenta específica. E para trocar o sensor de fase é necessário suspender o motor para tirar o coxim”, completa Junior. Já o técnico Diaz considera um carro de fácil reparação e as ferramentas específicas são encontradas com facilidade para comprar.

INFORMAÇÃO TÉCNICA
A tecnologia embarcada nos veículos atuais transforma a informação em uma ferramenta imprescindível no dia-a-dia do Reparador independente. Refiro-me a esse profissional com certa exclusividade porque o Reparador que atua dentro das concessionárias não sofre por falta de informação técnica, ela está ao seu alcance em tempo real. No entanto, nas oficinas independentes essa não é uma realidade; cada vez que o Reparador independente necessita de informação técnica, pela dificuldade de encontrá-la junto aos representantes das montadoras (concessionárias), recorrem imediatamente aos colegas de trabalho que estão mais próximos ou aos fóruns da internet. Na maioria das vezes conseguem a informação correta, porém, é necessário ter um “filtro”, pois, muitas informações são empíricas e/ou equivocadas.

Algumas montadoras, como a Fiat, possuem um site direcionado ao Reparador, em que disponibilizam preciosas informações técnicas, palestras e catálogos, entretanto ainda está longe de suprir a carência dos Reparadores, que, consultados sobre essa questão, disseram: 

Junior – “já precisei recorrer à Fiat e não obtive sucesso. Hoje com o acesso à internet fica mais fácil obter informação técnica e o próprio jornal Oficina Brasil é uma grande fonte de informações”.

Thiago – “quando precisamos de informação técnica recorremos direto à internet, jornal Oficina Brasil e colegas. Pra dizer a verdade nunca tentamos ligar para a concessionária porque sabemos que é difícil”.

Diaz – “encontramos informações técnicas no site da Fiat e em outros meios oferecidos no mercado automotivo”.

RECOMENDAÇÃO
Junior – Sim! É um bom carro, mecânica boa, motor tem boa potência, torque satisfatório e baixo consumo de combustível. O ponto negativo é que o motor consome muito óleo!

Thiago – Sim! Mas faço ressalva sobre a manutenção. Porque as peças são um pouco mais caras e algumas são mais difíceis de encontrar. Por isso, dou ênfase na questão da manutenção preventiva e uso de peças originais para não ter problemas depois. 

Diaz – Sim! Eu recomendo para o cliente que deseja o veículo neste segmento, porque é de fácil reparação, as ferramentas específicas para esse modelo são fáceis de serem adquiridas e pela facilidade para comprar as peças mais comuns. No entanto, dou um alerta: antes de fechar negócio em um carro usado leve ao Reparador de confiança para avaliá-lo, assim, fará uma compra mais segura.

CONCLUSÃO
O Fiat Idea que utilizava o motor 1.8 da GM (velho conhecido dos Reparadores) passou por uma reestilização e inovou com o motor E-TorQ e com o câmbio Dualogic. Um novo conceito que visa ao torque , redução de consumo e de emissão de poluentes, chega às oficinas independentes. Essa matéria mostra um pouco da realidade encontrada nestas oficinas, que, diariamente são desafiadas a interpretar novos sintomas de falhas, desvendar defeitos sem precedentes e, muitas vezes sem todo material técnico necessário. Dentro deste cenário, diante de todos os obstáculos, nossos Reparadores apontam com conhecimento de causa, os prós e os contras do veículo avaliado, são eles:

Certa dificuldade para obter informação técnica dificulta o diagnóstico e a execução do trabalho; defeito crônico no sensor de fase; problemas de mapeamento do módulo de injeção que podem provocar danos aos pistões; necessidade de mão de obra qualificada especificamente para o sistema Dualogic e certa dificuldade para encontrar peças genuínas à pronta entrega.

Corrente de comando no lugar da correia dentada, livre de manutenção; torque e potência do motor; menor consumo de combustível; menor emissão de gases poluentes; câmbio inibe uso incorreto nas saídas e troca de marchas.